sábado, março 24, 2012

Felicidade coletiva e mensurável


Rodrigo Constantino

Deu no Estadão: Índice vai medir felicidade do brasileiro

Diz a matéria:

A riqueza do País pode começar a ser mensurada de outra forma. No lugar do Produto Interno Bruto (PIB), a Felicidade Interna Bruta (FIB). A Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) está empenhada na elaboração da metodologia do novo índice. A intenção é fornecer os resultados ao governo federal para auxiliar no desenvolvimento de políticas públicas.

O FIB já existe no Butão, um pequeno reino incrustado nas cordilheiras do Himalaia. Lá, o contentamento da população é mais importante que o desempenho da produção industrial. O índice pensado pela FGV, no entanto, não será tão radical. "O PIB será um dos componentes do cálculo", esclarece Fábio Gallo, professor da FGV-SP que, ao lado de Wesley Mendes, encabeça o desenvolvimento do estudo.


Modéstia às favas, até porque antecipar certas tendências neste país é tão complicado quanto acertar as próximas fases da Lua, eis um artigo meu profético, publicado em 2010. Nele, eu mostro meu lado Nostradamus:

O próximo passo talvez seja aquele adotado no Butão, que largou os indicadores mais objetivos, como renda per capita, e trocou PIB por FIB, ou seja, Felicidade Interna Bruta para medir o “progresso” do país.

E estamos chegando lá, Huxley! Anotem o próximo passo: o governo vai oferecer "soma" para todos os cidadãos, e o índice de "felicidade" (sic) vai às alturas! Se medir bananas somadas às maçãs já é algo extremamente complicado para calcular o PIB, imagina somar a "felicidade" do José com a do Pedro! A gente tem que rir para não chorar neste país. Alguém me consegue um Prozac?

10 comentários:

Regina Brasilia disse...

Remédios para diabetes, por exemplo, faltam nos postos de saúde. Fluoxetina, há tempos, não falta. Essa é a parte prática. A teórica vem, insidiosamente, nas propagandas, no aumento do crédito fácil e caro - consumismo alto, felicidade constante - na pregação da auto-estima de quem ganha 1.200/mês mas compra pacote de viagem para Porto Seguro em 24x num carnê... Somos todos felizes! Enquanto amarmos nosso governo, ele não corre nenhum risco! Não é em nome do amor ao seu povo e da felicidade do seu povo, que os tiranos governam?

"Numa livre e verdadeira democracia, o estado não pode obrigar o indivíduo a ser feliz. Viva a liberdade democrática!" como diz o meu amigo @bschopenhauer!

Cristiano disse...

É inacreditável o impacto negativo que o Lord Keynes ainda causa nos economistas! Os economistas não-austríacos ainda insistem em utilizar agregados para entender a economia.
Como economista, eu tenho só que lamentar o atual cenário da ciência econômica

Anônimo disse...

Quando for um índice oficial, eu irei me preocupar. Como é um índice da FGV (ela tem total liberdade de medir o que quiser, pois é uma fundação de direito privado) acho uma tremenda perda de tempo falar sobre isso.

Anônimo disse...

parece que o mises brasil foi hackeado

askanio disse...

Rodrigo, ainda sobre a eutanasia o que fizeram com o Chico Anísio foi má verdadeira Distanasia, ou seja, uma má morte, o cidadão, já possuía uma idade avançada, um tabagismo inveterado, uma pneumopatia crônica irreversível, seguridade insuficiência respiratória e renal. Pobre ser humano.

Paulista disse...

Desculpem ser tão chulo, mas o governo procurando a felicidade no Butão, não pude resistir rs rs rs rs

Anônimo disse...

O anônimo das 3:18 PM disse tudo! A FGV é privada e mede o que quiser!

Rodrigo Constantino disse...

A FGV possui forte intercâmbio com o governo, e calcula inclusive índices usados oficialmente para inflação.

Pode ser um balão de ensaio para o governo.

Anônimo disse...

O Brasil tem que seguir a metodologia estatística do FMI. Por mais que o governo "invente" um índice, sempre será mais relevante o PIB. Na boa, Rodrigo, isso é neura da sua parte.

Anônimo disse...

É para isso que se compra voto, para se elevar instantaneamente e na hora exata o FIB! O Bolsa-Família, só para citar um exemplo, foi criado com esse propósito, tem dado resultado excelente e provavelmente não há hoje no mundo FIB maior que o brasileiro.