sábado, março 17, 2012

A tirania do bem

Rodrigo Constantino, Folha de SP

Há exagero nas tentativas de controlar o tabagismo no Brasil?

SIM

A cruzada antitabagista segue com força total. Após a obrigatoriedade daquelas imagens terríveis no maço de cigarros, da suspensão de propagandas e do banimento dos "fumódromos", eis que a Anvisa aprovou agora a proibição de sabor nos cigarros. O objetivo da agência está evidente: querem sumir com o tabaco da face da Terra.

Há duas maneiras de se criticar esta postura. A primeira delas é com base em princípios, tais como a liberdade individual. Não cabe ao governo nos proteger de nós mesmos. Viver é sempre uma aventura arriscada. Cada um deve ser livre para escolher como encarar esta jornada, assumindo a responsabilidade por seus atos. Parte da liberdade é o direito de escolher ir ao "inferno" à sua maneira.

Ninguém ousaria afirmar que os indivíduos desconhecem os riscos associados ao tabaco. Eles já são mais do que divulgados. Ainda assim, deve ser um direito inalienável assumir tais riscos, se esse for o desejo. O risco de vício também é conhecido antes de o sujeito começar a fumar. Além disso, vários outros produtos podem viciar, inclusive o álcool. O abuso de alguns não deve tolher o uso dos demais.

Uma pessoa pode levar uma vida de abstinência total das substâncias prejudiciais à saúde e sofrer um acidente ou mesmo contrair uma doença terrível como o câncer.

Outra pode beber, fumar e viver uma longa vida - menos chata, diriam alguns. A probabilidade de ele ter câncer de pulmão pode ser maior, mas impedi-lo de optar pelo risco é solapar sua liberdade mais básica.

Adotar políticas intervencionistas somente com base nas probabilidades é ignorar o indivíduo e a sua singularidade. Regimes coletivistas, como o nazismo, o comunismo e o fascismo, seguiram esse caminho, desembocando no totalitarismo. O indivíduo passa a ser um simples meio sacrificável pela maioria.

Alguns argumentam que o fato de existirem impostos para manter o SUS justifica tal intervenção. Se nós pagamos a conta, então podemos impor restrições aos outros para reduzir o risco de doença.

Trata-se de uma linha de raciocínio que leva inexoravelmente ao totalitarismo. Com base nela, o governo poderia também obrigar cada um a praticar exercícios físicos diariamente, além de cortar a fritura, a gordura, o sal e o açúcar. Tudo em prol da saúde geral.

A segunda forma de atacar a postura da Anvisa é pelo resultado prático de suas medidas.

Ao dificultar a venda legal de cigarro, a agência não faz desaparecer a demanda por ele. Ela apenas transfere a oferta para a informalidade. Empregos e impostos serão perdidos, e o contrabando será alimentado - com o risco agravado pela má qualidade do produto.

Cerca de 30% do mercado de cigarros no país já é ilegal. Os contrabandistas agradecem o fervor da Anvisa em lutar pelo bem geral, tal como Al Capone celebrava a Lei Seca em Chicago.

Aliás, é no mínimo curioso que muitos dos que aplaudem a cruzada antitabagista são os mesmos que defendem a descriminalização da maconha. Incoerência total.

Muito me preocupa este movimento coordenado em busca de uma espécie de "saúde perfeita". Seria isto uma nova seita religiosa e moralista? Seria o resultado de uma geração acovardada, que pensa ser viável abolir os riscos de se viver?

Se o indivíduo quiser adotar essa postura no âmbito particular, trata-se de um direito seu. Mas, quando a coisa vira uma imposição coletivista, a liberdade corre sério perigo. As piores tiranias são feitas em nome do bem geral. Com a consciência limpa, esses tiranos são incansáveis em suas ambições "altruístas".

Apenas para constar: não fumo.

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RODRIGO CONSTANTINO, 35, é economista com MBA em finanças pelo Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais)

52 comentários:

Leticia disse...

Rodrigo, como fumante te digo que o Estado - na forma do meu médico -trata a questão com o maior carinho e solidariedade.
Ruim mesmo é o "outro lado" - as pessoinhas. Muitas assumem posturas oportunistas e confundem a questão com certa superioridade moral/religiosa.

A meu médico, todas as considerações.

Aos superiores morais, uma gloriosa banana.

Anônimo disse...

Vc gostaria de almoçar ou passar o dia inteiro ao lado de um fumante ? E a questão do fumante passivo ? Como fica ? A liberdade de respirar um ar puro é prejudicada pelo fumante. E aí ? A discussão é mais complexa do que vc coloca.

Roberto Rachewsky disse...

Melhor artigo que já li sobre o assunto Rodrigo. Parabéns.

Rodrigo Constantino disse...

Ao anônimo acima do Roberto: basta não ficar ao lado de quem fuma! Ou será que alguém te OBRIGA a andar com fumantes? Eu, hein!

Anônimo disse...

Rodrigo, ninguém te obriga a andar com fumantes, mas você é obrigado a conviver com eles em filas de boates, bares, etc.

Ninguém está falando em proibir o consumo do açúcar, fritura, gordura e sal, mas sim de colocar avisos evidenciando que o consumo EXCESSIVO destes produtos trarão malefícios para a saúde, também se fala em taxar esses produtos de modo a fazer um "seguro obrigatório" de saúde.

E a liberalização da maconha é benéfica à população, pois irá impor rígidos padrões de produção (eliminando os elementos tóxicos adicionados pelas misturas) e arrecadar impostos, que poderão ser usados no custeio do tratamento dos dependentes e em benefício de toda a população.

Apenas para constar: não fumo cigarro nem maconha.

Rodrigo Constantino disse...

"mas você é obrigado a conviver com eles em filas de boates, bares, etc."

Novamente: eu não sabia que te obrigavam a frequentar bares e boates!

Além de já ser vetado o fumo em qualquer ambiente fechado público, inclusive bares e boates (o que acho um absurdo).

Jonathan disse...

Qualquer um que mora numa grande cidade como São Paulo é "fumante passivo" das emissões dos carros, das indústrias etc. A Anvisa devia proibir isso também? Quanto aos fumantes, é só sair de perto, ir aos estabelecimentos que não os permitem etc.

Anônimo disse...

Se o fumante quer fumar, que fume.Sacanagem muito maior que ser fumante passivo é ser obrigado a pagar os impostos e o médico dele, quando ele tiver o cancerzinho inevitável que ele merece.
Merece pq qualquer imbecil sabe que isso faz mal.
ntsr.

Rodrigo Constantino disse...

Comer fritura e gordura também faz mal. É sacanagem pagar impostos para bancar o SUS de quem frequenta churrascaria?

O erro está no SUS então, ora! Caso contrário, vamos cair em uma ditadura.

Anônimo disse...

Imagine se fosse liberado o fumo em lugares fechados como uma boate. Eu veria minha liberdade individual de ir num ambiente para me distrair prejudicado por causa de um cigarro ? Se o cara quer se matar , problema é dele. Mas qual o direito que ele tem de me tornar um "fumante passivo" ? Não existe "obeso passivo" mas sim "fumante passivo". E aí, Rodrigo, o fumante passivo não tem direitos individuais ? Não poderia ir numa boate, cinema ou restaurante ? É a ditadura do cigarro ?

Anônimo disse...

Fumo passivo eh um mito!

Rodrigo Constantino disse...

"Imagine se fosse liberado o fumo em lugares fechados como uma boate. Eu veria minha liberdade individual de ir num ambiente para me distrair prejudicado por causa de um cigarro ?"

Não é preciso imaginar. SEMPRE foi assim antes da ditadura do politicamente correto.

E cabe a vc ir ou não ao local, ou então sempre será livre para abrir uma boate onde o cigarro é vetado, para agradar outros que pensam como vc. Chama-se liberdade.

Ditadura do cigarro não existe. Vc não é obrigado a estar ao lado de fumantes, NUNCA!

Anônimo disse...

Exatamente por causa dessa violação nos direitos individuais que proibiram o cigarro em ambientes fechados. Eu tô num restaurante ou numa boate, me divertindo, aí aparece um cara fumando do meu lado. Aí o errado sou eu e tenho que sair ? Se ele quer se matar, se mate sozinho. Mas não decida por mim quando eu vou morrer ! Quero ser livre para respirar ar puro !!

Rodrigo Constantino disse...

Bom, então vai ter que proibir todos os carros e ônibus também!

Rodrigo Constantino disse...

Não é possível ter o BÔNUS da liberdade em sociedade sem ter algum ÔNUS. Sua liberdade não é ilimitada. No caso, o direito é do proprietário do bar ou boate decidir, e vai quem quer!!!

Vc quer viver livre de ar impuro, que tal ir viver no meio da selva?

Mila disse...

as pessoas não entendem o que estás falando,preferem se ater ao que foi incutido,não se dão conta dos seus direitos,do que o Estado pode ou não,e essa é só mais uma.Enquanto aumenta o numero de viciados em drogas ilícitas,tapeiam falando do cigarro.Qdo se derem conta,já não terão mais direitos!!

vidacuriosa disse...

De todos os seus argumentos, o mais fraco é esse de que as pessoas podem evitar o cigarro e morrer de um acidente ou um crime. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Seu artigo me dá a entender que você está preocupado apenas com os direitos da indústria de cigarros ou daqueles donos de restaurantes que estão preocupados apenas com o lucro. Você é o tempo em que valia aquele ditado antigo: os incomodados que se mudem. Na verdade, os incomodados (com razão) que mudem...

Anônimo disse...

Mas aí é a questão que vc não entendeu : não é proibir mas regulamentar. Não se proíbe carro e ônibus mas existem regras para que eles sejam menos poluentes. Não está proibindo o cigarro mas colocando regras para que ele afete menos quem não quer fumar. O mesmo seria com a maconha. Se fosse legalizado, haveria regras. Ou vc seria a favor da bagunça geral com a maconha ? Fumar maconha em qualquer ambiente ? Se precisa de regras. Senão vira bagunça. E aí, a liberdade de outras pessoas é prejudicada. Num mundo sem regras, a liberdade é a primeira vítima.

Anônimo disse...

Bruno Mazzeo e a ditadura do politicamente incorreto. E ele tem toda a razão. Não existe coisa mais chata atualmente do que essa ditadura do politicamente incorreta. Falam um monte de bobagem e quando criticados, logo falam que é censura. E isso se aplica para a política e economia.

"No texto, Bruno Mazzeo diz que o termo ‘politicamente incorreto’ virou salvo-conduto para “os caras do stand up se acharem no direito de falar qualquer coisa”. “Quando criticados, se unem para dizer que há censura. Não há. Censura é não poder falar. E todos eles podem falar o que bem entenderem, tanto que andam fazendo isso, aqui e ali, em bares e no Twitter”, escreveu o comediante".

rodrigo disse...

Xará, sou fã da liberdade individual, mas não fã incondicional. Explico: se se fizer uma enquete com, digamos, 1000 fumantes viciados, lhes perguntando se aceitariam, se pudessem, voltar atrás, não tendo a chance de conhecerem a nicotina, sou capaz de apostar que esmagadora maioria diria sim (apostaria uma boa grana que mais de 90%). Porque, se vc não sabe, o prazer de fumar não é tão grande assim. Talvez seja no início; depois, há sim certo prazer, com péssima relação custo/benefício. O que passa a dominar é o vício. Sem o cigarro, fica mais difícil se acalmar, as frustrações são mais frustrantes, a ansiedade parece que tem apenas aquilo como cura. Você pode retrucar: e o álcool? A mesma enquete teria resultado bem diferente (arriscaria dizer que menos de 10% daria a mesma resposta). Claro que tal parcela diria que tbém prefeririam não ter de ir ao AA, que aquele líquido não deveria existir. Mas nesse caso, por se tratar de uma minoria, não justificaria o banimento. Para eles, o tratamento. Outro exemplo que, acredito, apresentaria resultado parecido com o do álcool na tal enquete seria a maconha (que no entanto é proibida). Exemplos com resultados que imagino serem parecidos (ou até mais próximos de 100%), com o do cigarro: cocaína, crack. Por isso sou fâ da liberdade condicional. Condicionada ao aprendizado da sociedade sobre as tais substâncias. Pra que deixar os outros quebrarem a cara? Tudo por um pensamento libertário absoluto?

Bruno disse...

Anonimo:
"Exatamente por causa dessa violação nos direitos individuais que proibiram o cigarro em ambientes fechados. Eu tô num restaurante ou numa boate, me divertindo, aí aparece um cara fumando do meu lado. Aí o errado sou eu e tenho que sair ? Se ele quer se matar, se mate sozinho. Mas não decida por mim quando eu vou morrer ! Quero ser livre para respirar ar puro !!"

Imagine só que horror. Eu estou tranquilamente passeando com o meu carro, quando de repente diversos outros carros aparecem na mesma rua que eu estou congestionando o transito, sem contar os motoqueiros barulhentos... Que mundo é este? Tem que proibir tudo!! É uma violação ao meu direito individual isto!

Anônimo disse...

'O erro está no SUS então, ora!'

Não me diga.

Rodrigo Constantino disse...

"Você é o tempo em que valia aquele ditado antigo: os incomodados que se mudem. Na verdade, os incomodados (com razão) que mudem..."

Prezado "vidacuriosa" (?), obrigado por dar um claro exemplo de que muitos adeptos da cruzada antitabagista são extremamente autoritários, corroborando com meu artigo.

Não estou em defesa do lucro dos bares (o que não vejo como mal algum) ou da indústria de tabaco (idem), mas sim de algo mais precioso ainda, chamado LIBERDADE INDIVIDUAL, tão pouco valorizada por autoritários que pululam por este país.

rodrigo disse...

Xará, vc poderia dar sua opinião sobre minha opinião? Apenas uma errata: onde se lê "fumantes viciados", leia-se "fumantes, viciados ou não".

márcio disse...

"Não é possível ter o BÔNUS da liberdade em sociedade sem ter algum ÔNUS. Sua liberdade não é ilimitada".

Mas se isso serve para o fumante passivo, serve também para o fumante. A liberdade de fumar não é ilimitada. E o ônus é seguir algumas regras da sociedade, como por exemplo não fumar em lugares fechados. Pelo que entendi, a sua lógica deve valer para todos, sendo fumantes ou não.

Rodrigo Constantino disse...

Posso sim, claro.

Em primeiro lugar, não temos como saber tal estatística.

Em segundo lugar, MESMO que a maioria lhe diga que preferia jamais ter começado, bem, não é exatamente um problema dos OUTROS, que fumam e desejam continuar fumando. O vício e a fraqueza de uns, mesmo na maioria, não devem tolher o uso dos outros.

Eu mesmo já fumei esporadicamente, e JAMAIS fiquei viciado. Quando minha mulher, que tinha mais dificuldade em parar, resolveu parar, eu simplesmente parei junto. Eu fumava, à época, coisa de um cigarro por dia, nada mais. Aliás, conheço várias pessoas que pararam. Logo, parar é possível. Pode ser mais difícil para alguns. Mas é possível. Basta realmente querer!

O mesmo para obesidade. Tirando casos de doenças mesmo, todo gordinho é safado, no sentido de que gosta de comer. Se as gorduras REALMENTE incomodarem, ele tem que fazer uma ESCOLHA: ou a comida, ou a estética/saúde. Não é possível ter tudo. Já pensou os gordinhos com mais dificuldade para emagrecer demandando do estado leis que proíbem churrascaria?

Não! Definitivamente a fraqueza e os vícios de uns não pode servir como justificativa para a perda de liberdade dos outros!

Rodrigo Constantino disse...

Ah sim, faltou um detalhe: aprendizado da sociedade sobre os males do cigarro e o risco de vício? Fala sério, né? QUEM ainda não sabe disso???

Rodrigo Constantino disse...

Márcio, concordo se for local público de propriedade coletiva, tipo parques ou ruas da cidade. Se for bar ou restaurante ou boate, discordo, pois acima disso está o direito de propriedade do dono do estabelecimento. Acho que cabe a ELE decidir se pode ou não fumar no recinto.

márcio disse...

Rodrigo
Tem um conceito no Direito Civil que diz que se não é proibido, é permitido. Isso significa que se não for proibido fumar em ambientes fechados, o dono não pode expulsar um fumante. Imagine se vc quiser ir num restaurante e o dono cismar que sua roupa não está adequada ao restaurante dele e te expulse ? Vc aceitaria ? Claro que não. O mesmo valeria para o cigarro. Se a lei não proibe, não é o dono do estabelecimento que irá proibir.

Rodrigo Constantino disse...

Ora, a solução é muito simples: basta a lei dizer que é facultativo, ou seja, que cabe ao dono escolher. Coloca-se uma placa e pronto.

Será que o estado precisa legislar positivamente sobre tudo? As roupas que pode frequentar um shopping, por exemplo? Cada um escolhe.

O natural seria ter local para fumantes e não-fumantes em restaurantes, e bares e boates provavelmente vão permitir o fumo, como sempre foi.

rodrigo disse...

Grato pelo comentário. Realmente não tenho as estatísticas, mas entendi que sua opinião é essa independentemente das mesmas.

"aprendizado da sociedade sobre os males do cigarro e o risco de vício? QUEM ainda não sabe disso???"

Leia novamente.

Eu não disse que a sociedade ignora os males e riscos.

Foi vc que disse que o risco não pode ser calculado ("não temos como saber tal estatística"). No que discordo.

Definição de risco: risco=probabilidade de algo ocorrer multiplicado pelo dano que esse algo acarreta.

Na nossa seara aqui: risco = probabilidade da adicção ocorrer em uma população, multiplicada pelo dano decorrente da mesma,nessa população.

Eu disse que "liberdade" deveria levar em conta o risco, tal como definido acima.

Anônimo disse...

"mas você é obrigado a conviver com eles em filas de boates, bares, etc."

Novamente: eu não sabia que te obrigavam a frequentar bares e boates!

Além de já ser vetado o fumo em qualquer ambiente fechado público, inclusive bares e boates (o que acho um absurdo).

Situação análoga: Um rio passa por diversas fazendas, e um dos fazendeiros decide despejar os agrotóxicos lá no rio mesmo, para salvar custos. Pergunto: O direito dos outros fazendeiros de ter um rio limpo não foi violado?

Qualquer um que mora numa grande cidade como São Paulo é "fumante passivo" das emissões dos carros, das indústrias etc. A Anvisa devia proibir isso também? Quanto aos fumantes, é só sair de perto, ir aos estabelecimentos que não os permitem etc.

Two wrongs DON’T make a right!

Comer fritura e gordura também faz mal. É sacanagem pagar impostos para bancar o SUS de quem frequenta churrascaria?

É sacanagem também, frituras deveriam ter impostos maiores.

O erro está no SUS então, ora!

You don’t say?!

márcio disse...

Rodrigo
Não entendi. Vc critica o Estado de "perseguir" os fumantes ao proibi-los de fumar mas vc defende uma lei onde os donos de restaurante possam ter a faculdade de proibir os fumantes ? Quer dizer, o Estado não pode proibir os fumantes mas o dono do estabelecimento pode ? Então vc não está defendendo os fumantes mas sim os donos do estabelecimento.
E esse princípio do direito privado é universal. Se não é proibido, é permitido.

Rodrigo Constantino disse...

Márcio, estou defendendo a liberdade individual e o direito de propriedade.

Vc é livre para abrir seu bar, seu restaurante, sua boate, e escolher se pode ou não fumar. E o cliente pode escolher se vai ou não no seu restaurante. Todos continuam livres.

Anônimo disse...

Ah sim, faltou um detalhe: aprendizado da sociedade sobre os males do cigarro e o risco de vício? Fala sério, né? QUEM ainda não sabe disso???

Coincidentemente a população começou a ficar mais informada e o consumo caiu quando foram proibidas as propagandas dessa droga.

márcio disse...

Rodrigo
Entendo sua posição mas aí seria contrário a um direito que é amplamente vigente no mundo ocidental. Se não é proibido, é permitido. A única coisa que pode restringir um indivíduo de utilizar um bar ou restaurante seria o preço. Seus hábitos, orientação sexual ou raça não podem impedir. Só se haver uma lei proibindo. Mas essa decisão vir do dono do estabelecimento não existe. Imagine se um dono de restaurante proíba fumantes, gays, negros, mulheres, cardíacos de utilizar o restaurante dele em nome do direito de propriedade e de seu direito individual ? Por isso que existe uma lei proibindo o fumo em lugares fechados. Porque esse tipo de proibição só pode vir do estado e não do dono do estabelecimento. Seria contrário a princípios básicos do direito civil e o dono do estabelecimento estaria sujeito a ser acusado de discriminação. Somente na sua casa vc pode barrar alguém. Num estabelecimento comercial não pode. E isso é assim em qualquer lugar civilizado do mundo.
abs

Anônimo disse...

'Seus hábitos, orientação sexual ou raça não podem impedir. Só se haver uma lei proibindo. Mas essa decisão vir do dono do estabelecimento não existe.'

A casa é minha e eu deixo entrar quem eu quiser.Num mundo com pessoas sérias seria assim.
Então ninguém pode discriminar por 'orientação' sexual? Típico dos doentes da militância gayzista.
Se um pastor ou padre quiser expulsar da sua igreja um casal gay ele tem todo o direito.

Anônimo disse...

Curiosa a maniera que esses "defensores da liberdade" racionalizam pra proibir o cigarro...

Mas tirando toda essa discussão de lado, onde é que se justifica a proibição de SABORES em cigarros? Somente pessoas de muita "boa vontade" pra não perceberem a cruzada anti-tabagista.

Tem cretino querendo regular minha vida porque supostamente "paga" pela minha saúde... Vá à m****! Eu não te pedi pra pagar nada! Antes acabar com essa porcaria de SUS do que manter um bando de autoritários achando que tem o DIREITO de me dizerem como devo levar minha vida.

Além do mais, saber que os futuros custos com saúde serão diluídos por toda a população, ao invés de serem pagos exclusivamente pelo fumante, não é exatamente um grande incentivo para fazê-lo parar.

Paulo.

Leticia disse...

Te disse, Rodrigo: entra aí o item da intolerância, da "superioridade moral".

Os concebidos sem fumaça de cigarro...

Anônimo disse...

"Mas tirando toda essa discussão de lado, onde é que se justifica a proibição de SABORES em cigarros? Somente pessoas de muita "boa vontade" pra não perceberem a cruzada anti-tabagista."

Simples: Cigarros com sabores são a porta de entrada para o consumo da droga, o primeiro cigarro que fumei tinha sabor de menta.

Anônimo disse...

"Simples: Cigarros com sabores são a porta de entrada para o consumo da droga, o primeiro cigarro que fumei tinha sabor de menta."

E? Vou repetir a pergunta: onde é que se justifica a proibição de SABORES em cigarros?

O autoritarismo destas pessoas está chegando a niveis nazistas!

Eu comento como anonimo por preguica de logar na minha conta, mas escrevo meu nome. Fica dificil "conversar" com alguem sem nome...

Paulo.

Unknown disse...

Parabéns pela exposição. Havia lido seu comentário no jornal e concordo com grande parte do que colocou no texto. Porém no comentário algumas outras posições parecem ficar evidentes, especificamente a questão sobre proibir o fumo em locais fechados.

Nesse ponto discordo, primeiro porque não vejo necessariamente como uma questão de liberdade individual, seja do cliente ou do estabelecimento, assim como normas sobre higiene ou segurança não são questões que ficam a cargo do dono. Acho que proibições de consumo são perfeitamente justificaveis dentro desse contexto.

O que concordo é que a legislação sobre o tipo de produto que pode ser consumida é um absurdo. A lógica, como você bem apontou, é permissiva demais para ser prática, e leva a perda do poder individual de escolha. O produto continua no mercado e pode ser consumido nos mesmos lugares. O que eles tentam fazer é tentar legislar uma atividade que já é ilegal (venda de cigarro por menores) sem de fato fazer nada a respeito do problema real, que é o tabagismo em menores.

Anônimo disse...

A lei pode não dar a decisão pro dono do bar, mas quem está do lado da liberdade não acha que as leis são a coisa mais importante do mundo.
Um dia até a escravidão era permitida pelas leis.

ntsr.

Anônimo disse...

Rodrigo
Vc sempre faz intervenções sobre alguns comentários. Como vc se cala sobre um comentário que diz que "quem está do lado da liberdade não acha que as leis são a coisa mais importante do mundo" ? Vc conhece algum lugar onde se tenha liberdade sem lei ? Como o blog se cala sobre um comentário contra a legalidade ?

Anônimo disse...

Não sei se o ntsr estava sendo irônico, mas somente um anjinho pra pensar que TODA lei deve ser respeitada... Qual a quantidade de leis que existem somente pra que burocratas possam receber suborno? Eis o que acontece com excesso de regulação sobre as vidas das pessoas:

http://www.youtube.com/watch?v=QlfvnOCeAjU

De policiais fechando barraquinhas de limonadas de garotinhas por estas não terem licensas, pra coisas piores. Isso em um país onde reina a cultura da liberdade e mérito!!!!!!!! Tenho profunda pena do Brasil... A cruzada anti-tabagista é só o começo.

Como diz aquela frase atribuída a Thomas Jefferson:

"Se uma lei é injusta, um homem não apenas está certo em desobedecê-la, como ele tem a obrigação de fazê-lo."

E como diz aquela outra, com certeza de MLKJr:

"One has not only a legal, but a moral responsibility to obey just laws. Conversely, one has a moral responsibility to disobey unjust laws."

Paulo.

Anônimo disse...

Cada um é dono do seu pulmão. Se quiser fumar plástico, quem vai proibir? É tolice em último grau (além de imoral) proibir o dano contra si próprio. Vão proibir suicídio também??
LIBERDADE JÁ!!!
ANCAP!

Anônimo disse...

Se vc tivesse lido o comentário todo entenderia qual tipo de lei estava falando.

Já leio esse blog há muito tempo, o exemplo da escravidão quem deu foi o próprio Rodrigo, uma vez.

Incontáveis vezes na história as leis estão erradas e são contra a liberdade.A própria 'presidenta' de vcs é a testemunha viva disso.
Obedecer sem questionar é coisa de gado humano, vai pra onde é tangido.

ntsr

Anônimo disse...

'Vc conhece algum lugar onde se tenha liberdade sem lei ? Como o blog se cala sobre um comentário contra a legalidade ?'

Uma coisa não tem nada a ver com a outra.As leis que garantem a liberdade são UM MEIO pra se ter liberdade, e não são mais importantes do que ela.

ntsr

Anônimo disse...

Há uma coisa que todos esqueceram de dizer:
Eu não quero ser incomodado por leis feitas por politicos que EU NÂO ELEGI. As leis que eles inventam me incomodam e não é justo eu estar sob leis de legisladores (sempre corruptos e mais das vezes inéptos) que não elegi.
Como se poderá fazer uma lei para impedir que leis feitas por maniacos e safados não me importunem????

É injusto eu ser passivo ante as leis IMPOSTAS COVARDEMENTE a mim, indefeso, sem nem mesmo a possibilidade de me isolar destas legislações. Não importa onde eu esteja as leis me incomodarão, a menos que eu viva na miséria.

Na escravidão a unica propriedade do individuo sob tutela de senhores era seu corpo. Assim, ameaçavam o desfrute de seu PRÓPRIO corpo para induzi-lo a trabalhar e o fruto do seu trabalho era expropriado pelos senhores de escravos. Da mesma forma somos ameaçados em nosso bem estar para sermos forçados a dar os frutos do nosso trabalho para os políticos e seus funcionários (desde puxa-sacos, amantes, criados, privilegiados, serviçais até os feitores) ...Mudqam as moscas, mas a merda é sempre a mesma. A politica é apenas uma estratégia para uns se manterem como senhores e outros como escravos, servos, e entre estes os paspalhos que pouco ou nada aproveitam da servidão mas vivem a jogar confete nos senhores, a submissão mais estupida que há.

Anônimo disse...

Rodrigo,

Realmente, as pessoas não devem ser proibidas de fumar, de fazer mal a si mesmas. Concordo plenamente com isso. Mas fumar em ambientes fechados não afeta apenas suas vidas e a dos outros clientes, mas também a dos funcionários dos estabelecimentos. Um garçom que precisa trabalhar a noite inteira num bar para fumantes ingerirá uma quantidade muito elevada de fumaça (e dizer que ele está ali por que quer não condiz com a realidade. Ele está ali por necessidade). Os clientes estão ali por que querem, esses podem não aparecer e escolher outro local, mas os funcionários não.
em países como Canadá (falo de lá porque já morei lá), se você quer fumar, saia do restaurante, em um ambiente aberto, fume, e volte. O seu direito acaba onde começa o do outro.

Marco disse...

Se é um espaço para opinar, opinemos então, eu não fumo, odeio o cheiro (fedor) do cigarro, odeio chegar em casa fedendo a algo que passou pelas entranhas de alguém, nada contra os fumantes, só não quero participar de forma alguma, do vício deles. A intenção do governo ao investir contra o fumo não é assim tão romântica, ela tem um caráter financeiro, primeiro em diminuir (ou tentar) o número de casos relacionados ao fumo tratados pelo SUS, depois aproveitar que existem viciados que não desistem do cigarro e angariar mais umas moedas para o erário, é lucrativo cobrar impostos sobre o cigarro.
Outro ponto é que temos de cuidar de nossas crianças de TODAS as formas, e muitas vão começar a fumar ao verem pais e amigos fazendo isso, ainda bem que há muito a imagem do glamour associada ao cigarro desapareceu.
Quanto a usar a poluição, a gordura, o açúcar ou o colesterol para questionar a proibição, a mim pelo menos, parece um argumento de discussão entre crianças, "você pisou no meu pé! -é, mas seu pé estava no caminho!", é bem verdade que essas coisas fazem mal ao organismo, mas também são combatidas, inclusive algumas secretarias de educação já começaram a banir certos alimentos de seus cardápios. Gordura e carne vermelha em excesso não fazem bem, Eu, pessoalmente, não gostaria de abrir mão da minha fatia de picanha com 3 centímetros de gordura, mas quando eu como (eventualmente) ninguém come os restos, o que não acontece com o cigarro. Além do mais creio que a nicotina é um vício mais difícil de ser abandonado do que a carne vermelha.
Se é para falar de liberdade, quero falar da minha liberdade em escolher não ser envenenado pelos restos de uma pessoa, e também não pagar pelo tratamento dela, mesmo sabendo que essa pessoa pode ter entrado nessa fria desavisadamente.

Ubirajara Menezes disse...

Não enxergo nenhuma incoerência em defender a descriminalização da maconha e aplaudir as restrições feitas pela ANVISA em relação ao tabaco. A distância entre restringir e criminalizar é o infinito Tudo o que um maconhista almeja é uma, só uma possibilidade legal de adquirir o objeto do seu desejo. Chega de polícia prendendo maconhistas, crentes e psiquiatras inventando mentiras sobre a maconha e políticos demagogos e oportunistas criando mais leis anacrônicas sobre drogas. Este país está involuindo.