segunda-feira, junho 02, 2008

A Ética Racional



Rodrigo Constantino

“É tão natural buscar a virtude e evitar o vício quanto buscar a saúde e evitar a doença.” (Lowes Dickinson)

No artigo A Inconsistência do Relativismo Ético, tentei resumir os principais argumentos de Henry B. Veatch sobre as contradições da postura relativista no que diz respeito à noção de certo ou errado. Mesmo os relativistas, no fundo, precisam acreditar na possibilidade de escolha ética, até porque o próprio relativismo seria uma escolha desse tipo. O foco foi apenas expor a inconsistência do relativismo, e afirmei que em outro artigo tentaria resumir seus pontos sobre como deveria ser então uma ética objetiva. O autor de O Homem Racional parte de uma linha aristotélica para mostrar que é possível escolher uma ética a partir da razão humana, e a seguir veremos seus principais argumentos.

Seguindo o dictum aristotélico, Veatch acredita que o ponto de partida para definirmos o bem de qualquer coisa é “simplesmente aquilo em cuja direção ela é naturalmente organizada em seu desenvolvimento”. Devemos descobrir, através de nossa experiência humana comum, quais as capacidades e potencialidades das coisas, quais “os fins ou objetivos rumo aos quais elas são naturalmente orientadas em seu crescimento e desenvolvimento natural”. No caso dos homens, dotados de inteligência, pode-se presumir que seus fins apropriados diferem bastante daqueles das plantas ou animais. Os homens contam com o propósito racional para atingir suas metas. Logo, apenas sobreviver e cumprir as funções vegetativas não basta para os homens. A perfeição natural do homem “envolve o exercício daqueles poderes e capacidades que são distintamente humanos, isto é, a inteligência e o entendimento racional”.

Isso parece bastante evidente mesmo para aqueles que tentam negar este fato. Se alguém tivesse que escolher entre um animal satisfeito ou um ser humano com angústias, dificilmente escolheria realmente viver como o animal. O que se perderia é a capacidade de entendimento das coisas, mesmo que limitada. Era isso que John Stuart Mill tinha em mente quando escreveu: “É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um suíno satisfeito; melhor ser Sócrates insatisfeito do que um tolo satisfeito”. Em casos extremos de necessidade e desespero, é verdade que propostas como essa foram aceitas, como no nazismo ou comunismo, onde os seres humanos praticamente abdicaram de suas capacidades racionais para delegar responsabilidade e confiar seu futuro aos outros. Mas, de um modo geral, “homem nenhum em seus sentidos preferiria a existência de uma vaca contente, por mais bem-alimentada e bem-tratada que seja, à existência de um ser humano com pelo menos algum entendimento do que está acontecendo”. Mesmo nesses casos extremos, vale lembrar que era preciso tentar fazer as vítimas acreditarem que estavam na luz, enquanto viviam na escuridão, controladas de fora. Isso confirma o julgamento de Aristóteles sobre o valor supremo para o homem de ser esclarecido, de saber o que se passa, de ter uma vida inteligente e examinada. Muitos podem se enganar, mas não costumam abrir mão da crença de que entendem parcialmente os acontecimentos.

Mas apenas a inteligência não basta. Poucos poderiam negar que Stalin ou Hitler foram homens inteligentes, no sentido de colocar os meios adequados em prática, de acordo com seus vários fins. No entanto, quem ousaria dizer que levaram vidas inteligentes, no sentido socrático de busca do autoconhecimento? Eles adotaram meios para atingir seus fins, como poder, ganância, vingança, mas não para a meta de “conhecer a si mesmo”. Se a inteligência é usada como instrumento para outros fins, e não para a própria inteligência, isso não pode ser descrito como algo sensato. Como Veatch explica, “a questão é que meios não são fins, e confundir aqueles com esses é apenas tolice e estupidez”. A própria riqueza é um bom exemplo dessa tolice, já que, usada como um meio pode possibilitar mais conforto para seu dono, mas, encarada como o próprio fim em si, nunca é um objetivo inteligente. Quem diria que o Tio Patinhas era feliz e levava uma vida inteligente e examinada?

Pensemos nos casos de honra e reputação, o reconhecimento alheio, em suma. Alguém realmente acha que é inteligente buscar reconhecimento por si próprio? Não parece fazer sentido. O reconhecimento não é um fim, mas uma marca ou sinal do fim. O fim é nosso próprio valor, nossa dignidade, através da realização de alguma coisa importante. Com certeza é algo tolo buscar um reconhecimento por alguma coisa imerecida, falsa. Pessoas que trocam a dignidade e o valor próprio pelos aplausos de terceiros não podem levar uma vida inteligente e examinada. Seria uma vida totalmente falsa, de aparências. A vida inteligente é aquela onde o indivíduo não usa seu conhecimento e inteligência como meros meios para a realização de fins irracionais, “mas antes para prescrever e determinar os próprios fins”. Não basta ter um QI elevado ou ter erudição; viver inteligentemente requer o conhecimento que é relevante para a sua vida como ser humano.

“A vida boa ou a vida inteligente”, resume Veatch, “acaba por ser nada além da vida feliz”. Mas uma vida genuinamente feliz, diferente do falso contente. Afinal, estar contente ou feliz envolve estar contente por alguma coisa. A pergunta passa a ser: em que tipo de coisa um dado indivíduo encontra satisfação? A resposta para essa pergunta é o que faz toda a diferença. A arte de viver, chamada ética, ensina o homem como viver de um modo caracteristicamente humano, i.e., “sábia e inteligentemente, não sendo guiado por caprichos ou paixão, não por mera convenção social ou autoridade externa, mas pela luz da própria verdade como esta ilumina seu entendimento e assim serve como um farol para iluminar o caminho em cada decisão sua”.

As diferentes paixões podem dominar as escolhas de um indivíduo e afastá-lo de uma vida inteligente. A inquietação de espírito, amargura e ressentimento, imprudência e inveja, todos esses sentimentos indicam impulsos passageiros que levam um homem a fazer coisas que ele mesmo reconhece terem sido estúpidas e insensatas. Viver inteligentemente, portanto, envolve “ver as coisas como elas são e ver a si mesmo como se é, em meio a todas as confusões e deturpações devidas as suas próprias paixões, predileções e preconceitos”. Isso não quer dizer, de forma alguma, que ter emoções é incompatível com viver de forma inteligente. Sem emoções o homem seria apenas um pedaço de carne. O importante é que o homem fique satisfeito ou incomodado, chateado ou atemorizado, desanimado ou empolgado, contanto que o objeto de seu sentimento ou emoção seja autêntico, que faça sentido despertar tais reações.

O enorme sofrimento oriundo da perda de um ente querido é compreensível e totalmente compatível com uma vida examinada. O mesmo já não ocorre quando o sucesso do vizinho desperta um sentimento incontrolável de revolta ou inveja, ou quando alguma superstição irracional desperta um medo exagerado. Os homens devem ter a indispensável habilidade para lidar de forma adequada com seus sentimentos. Veatch resume: “O homem virtuoso é aquele que sabe como utilizar e controlar suas próprias emoções e desejos”. A inteligência e o raciocínio humanos terão como função “fornecer um necessário corretivo dos juízos muitas vezes equivocados implícitos em tantas de nossas emoções”. E é importante destacar que não basta meramente saber o que se precisa fazer como ser humano; além disso, há que fazê-lo. Em outras palavras, conhecer as virtudes não é suficiente; devemos praticá-las. Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito. A sabedoria é o conhecimento do que fazer; a habilidade é saber como fazer; e a virtude é fazer.

A questão que surge é: como definir essas virtudes, se a humanidade possui uma variedade incrível de condições, costumes, hábitos e circunstâncias? Eis como Veatch rebate este dilema: “É verdade que, como as condições de vida variam de uma época para outra, de região para região, ou de uma cultura para outra, os critérios de valentia, digamos, ou de honestidade, ou de estupidez hão de variar consideravelmente. Mas a distinção entre valentia e covardia, honestidade e desonestidade, sabedoria e insensatez será não obstante reconhecida e mantida quase universalmente”. As exigências da excelência humana são discerníveis na vida humana onde quer que ela possa ser encontrada. A evidência apresentada por Veatch está na seguinte pergunta: De outro modo, como poderíamos ler história e literatura não meramente com apreciação estética, mas com uma apreciação de sua relevância para nossas vidas? Os romances de diferentes épocas, culturas e povos despertam um julgamento praticamente universal no que tange às virtudes e vícios. Podemos identificar e separar o joio do trigo, o corajoso do covarde, o íntegro do pérfido, o sábio do tolo. E se podemos fazer isso, então devemos reconhecer que os “fracassos humanos devem-se não ao fato de que não sabemos o que devíamos fazer, mas antes ao fato de que não escolhemos agir sobre nosso conhecimento”.

Afirmar o contrário, alegando que a virtude é uma questão de conhecimento e o vício, de ignorância, significa matar o livre-arbítrio, tornar todos os homens inimputáveis, ninguém sendo considerado responsável por ser como é. É evidente que ninguém pretende negar as diferentes circunstâncias envolvidas nas escolhas. Para determinada pessoa, dependendo do ambiente em que cresceu, pode ser infinitamente mais difícil fazer as escolhas certas. Mas, em última instância, sempre caberá ao indivíduo fazer essas escolhas, mudar o rumo das coisas, escolher o caminho da virtude. Somos responsáveis pelas nossas escolhas na vida. “Entre o estímulo e a resposta, o homem tem a liberdade de escolha”, disse Viktor Frankl, mesmo sendo torturado por nazistas. Quem nega esta responsabilidade individual, optando por algum tipo de determinismo, não consegue evitar uma gritante incoerência: ele mesmo não poderia ter concluído racionalmente nada sobre o determinismo, nem teria mérito algum em escolher esta teoria como válida, já que ela seria completamente determinada fora de seu alcance ou compreensão. O determinista precisa reconhecer que ele próprio não passa de uma marionete reagindo irracionalmente aos estímulos vindos de fora. Uma postura no mínimo absurda.

Assim, Veatch diz: “A questão relevante é sempre, primeiro, se as circunstâncias foram de molde a deixar alguma escolha e, segundo, se, admitindo-se que ele tinha de fato uma certa escolha, ele fez a escolha que se esperaria de um homem razoável, ou um homem moralmente bom, fizesse nessas circunstâncias”. Claro que não devemos ter a pretensão da certeza absoluta sobre essas escolhas, pois a onisciência não faz parte da natureza humana. Somos seres falíveis, e nossa própria razão descobre esse dado de nossa natureza. No entanto, “a ética do homem racional envolve como seu imperativo básico a simples injunção de ser racional, de viver inteligentemente, de exercer as virtudes intelectuais e morais”. Muitos olham para seres humanos afastados da sociedade para buscar uma suposta natureza humana. Mas por que o “homem natural” deveria ser o menino-lobo, ou o garoto selvagem que nunca teve contato com a sociedade civilizada? Por que ignorar que a própria civilização é fruto da natureza humana? Ignorar isso seria excluir qualquer coisa que “os seres humanos possam ter vindo a ser como resultado do exercício de sua inteligência e em virtude de seus próprios planos, propósitos e desígnios”.

O assunto é complexo demais para ser esgotado em um artigo apenas. Provavelmente os argumentos expostos suscitam muitas dúvidas não respondidas. O mais importante, em minha opinião, é deixar claro que o relativismo ético, no sentido de ser impossível definir o certo e o errado, é uma postura filosófica insustentável, e normalmente utilizada por aqueles que desejam defender o errado ou se eximir de responsabilidades. Alguém diria que não é possível saber quem, entre um Sócrates e um Hitler, levou uma vida mais ética? O ser humano é um animal racional, e essa razão deve ser usada para descobrir sua própria natureza e, por conseguinte, o que seria uma vida inteligente como ser racional. Espero ao menos ter conseguido mostrar que isso é possível, com base nos argumentos aristotélicos abordados por Veatch. O homem não deve viver guiado por paixões irracionais, movido por impulsos momentâneos sem uma devida reflexão. A vida humana, aquela que vale a pena ser vivida, é a vida examinada, a vida inteligente. Os homens têm capacidade para tanto. Mas, antes, é preciso escolher ser homem!

8 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Boa, Olavete! Venha destilar o ódio irracional que Olavo de Carvalho, o “Alex Jones” brasileiro, espalhou no seu programa de rádio. O Debate com os conservadores malucos é muito aborrecido, só resta troca de ofensas. Esta na hora de lançarmos o livro “O Perfeito Idiota Conservador” , expondo a maluquice ideológica de gente que deseja pautar a vida alheia com uma tara patológica.

Eugênio Bruno disse...

Recomendo, Constantino, a leitura de "Em Busca de Sentido", do psicólogo criador da logoterapia, Viktor E. Frankl.

Rodrigo Constantino disse...

Filtro anti-olavete desequilibrada: ON

Anônimo disse...

Que sacanagem!
...Perdi as asneiras da Olavete ensandecida.

O que tenho percebido é que nada é tão parecido com um socialista quanto um conservador.

Aliás, aquela coisa chamada cazuza disse uma coisa interessante na vida:
"eu quero uma ideologia para viver"

Assim, aqueles "ex marxistas" ou "ex-comunistas" ao tornarem-se "ex" imediatamente se agarraram em outra ideologia estapafúrdia; além de continuarem ambicionando determinar como os outros devem viver. Mesmo que para isso se utilizem de discursos relativistas para justificarem-se. Apesar da contradião em si, como já tão demonstrado.
São subjetivistas que para tentarem justificarem-se com base em achismos só lhes sobra o relativismo como (in)fundamento. ...Mas se são ideológicos natos, estão mais que habituados a (ir)raciocínios destrambelhados.

São totalitários que de tudo se valem, por mais absurdo ou contraditório que seja.
Conservadores e socialistas são demasiado semelhantes.

Assim, ao mesmo tempo que defendem políticos "comunistas", marxistas totalitários e achistas (todo totalitário é achista/subjetivista), conseguem dizerem-se contra o marxismo totalitário que antes professaram. Dizem-se contrários a esquerda e ao mesmo tempo são cabos eleitorais de esquerdistas.
Dizem-se ferrenhos defensores da vida incondicionalmente, mas ao mesmo tempo relativisam as atrocidades da Igreja Católica, além de defenderem, por exemplo, a guerra do Iraque onde crianças e adultos inocentes fatalmente morreram (Obs.: eu defendi a guerra só para retirar Saddan e passar o rodo em seus partidários).

Invocam teologos cristãos/católicos como autoridade na verdade (na doutrina), mas esquecem que tais eram o que chamam de "abortistas" ...hehehe!

Ou seja, não há qualquer coerencia nestes tipos ideológicos. São uns LAMBÕES INTELECTUAIS.

Acho graça cada vez que vejo conservadores ex-"comunistas" que se dizem "anti-esquerdistas" defendendo as velhas arengas de seu tempo de esquerdista, agora somada ao conservadorismo ideológico, e com a mesma cara de pau característica dos sem vergonha.

Mais parecido com um esquerdista, só um conservador "ex-esquerdista".

Sempre achistas/subjetivistas, sempre arbtrários e sempre preocupados com a vida alheia.
...parecem candinhas filosóficas, mas são apenas carolas ideológios sempre ideológicos. Torcedores coletivistas que se fazem representar em abstrações e idiotices ideológicas de variados fediores.

Abraços
C. Mouro

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

. E é importante destacar que não basta meramente saber o que se precisa fazer como ser humano; além disso, há que fazê-lo.

SE NÃO AGORA, QUANDO?

PARABÉNS MCG

Anônimo disse...

Caros senhores:

Achei bastante interessante não só o artigo mas como os comentários feitos.

Posso, de certa forma, relatar que nesse universo ideológico que todo mundo vive eu vivi mais no limbo do que tomei algum partido de alguma coisa.

Se me perguntavam por que eu não gostava de igreja simplesmente dizia que se a igreja fosse boa eu não precisaria ter apanhado de minha mãe na infância para frequentá-la.

Se me perguntavam em quem eu votaria eu simplesmente dizia que o voto é secreto e eu tenho o direito de não expressar a minha preferência política.

Se me perguntavam por que eu gosto tanto de estudar eu dizia que é porque quanto mais eu aprendo mais eu ganho dinheiro e satisfaço minhas necessidades.

Muitos diziam, a respeito de meus motivos para estudar que estudo não melhorava a vida financeira de ninguém e eu respondia que pelo menos a minha melhorava e azar de quem estudou e não conseguiu nada.

Enfim, não vejo motivo para aderirmos ou não a uma religião só porque algum amigo aderiu ou não aderir só porque esta religião matou muita gente no passado.

O que percebo nos intelectuais de hoje é um forte interesse pelas escolhas neuróticas das pessoas.

Quando a gente se atém aos nossos interesses na vida não precisa de muita dialética para justificar nossos motivos para gostar ou não gostar de uma determinada coisa pois temos motivos bastante simples para agirmos como agimos em relação às coisas, tais como ter apanhado muito para ir para a igreja, ter preferido brincar ou jogar bola ao invés de estudar e ir para a escola, enfim, tanta dialética para tão pouca coisa.

Por isso, eu me considero bastante trabalhador e estudioso. Quem não pensa como eu logo tacho de vagabundo e me afasto por que dize-me com quem andas e te direi quem és.

Ser conservador é isso. Não precisamos fazer proselitismo de nossos motivos para viver porque eles são naturais.

Os reacionários conservadores nada mais são do que pessoas que estão tentando ser conservadoras.

Como não conseguem ser naturalmente tentam através da discussão mentir para si mesmas que são.

Um conservador se dá bem em qualquer situação pois trata-se de um indivíduo perfeitamente adaptado ao mundo em que vive mesmo que este seja cheio de contradições.

Já os não adaptados, temem as mudanças e mal percebem que se uma coisa mudou é só estudar de novo para aprender e melhorar o que já se sabe a fim de tornar-se competitivo novamente.

Ah, sim! Mas e a vergonha de descer de seu pedestar e sentar-se num banco de faculdade junto com a molecada?

Eu tenho 44 anos e a garotada da faculdade me adora. Sou moleque quando quero ser e sou adulto quando quero ser.

Enfim, não há nada de errado com o mundo quando nos centramos em nós mesmos e paramos de acusar a política e os outros de nossas limitações auto-infligidas.

Abraços.

MikeMooreAC disse...

A tentativa ateística de dar conta dos valores e obrigações morais objetivas com base na razão me parece muito falha. É um exercício de raciocínio circular uma vez que já parte de algum valor/obrigação, numa das premissas, para concluir outro valor/obrigação.

Os exemplos contidos neste post possuem o mesmo problema. Por exemplo, se diz que se DEVE descobrir as "capacidades e potencialidades das coisas" e "os fins rumo as quais elas são naturalmente orientadas", mas não se explica o porquê disto ser um DEVER nem por quê estes são valores objetivos.

Outra coisa é que na visão ateísta a natureza não tem "objetivos", não há "fins" para onde as coisas se orientam. O que é apenas é, e pronto. O propósito é uma premissa TEÍSTA e não ateísta.

Enfim, não me parece que o ateu tenha com o fugir do niilismo, por mais desagradável que seja.