sexta-feira, maio 07, 2010

Alerta Vermelho

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Esta foi uma semana de alerta vermelho para o país. As bolsas desabaram e o dólar disparou, na onda do agravamento da crise européia. Fruto da irresponsabilidade do governo, que distribuiu privilégios demais por meio de endividamento público galopante, a tragédia grega se alastrou pela região, que conta com vários outros países em situação preocupante também. O modelo social-democrata irresponsável foi colocado em xeque. A fatura da gastança descontrolada dos governos chegou, e terá que ser paga pela população.

Enquanto isso, do lado de cá do Atlântico, o governo brasileiro brinca de flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal, talvez o maior mérito da gestão FHC que, não custa lembrar, contou com voto contrário do PT. Para piorar, a Câmara aprova aumento de aposentadorias e o fim do fator previdenciário, ignorando o impacto fiscal da medida populista, que deve ser vetada pelo presidente. A inflação segue sua trajetória de alta, impactando principalmente os mais pobres, com preços de alimentos disparando.

Os gargalos do modelo “desenvolvimentista” começam a ficar expostos. O governo estimulou de forma absurda o crédito. Falta mão-de-obra qualificada no setor imobiliário, um dos mais favorecidos pelo dirigismo estatal. O governo não tem mais superávit fiscal para apresentar, e o rombo aumenta quando se inclui os gastos com os juros da dívida pública. Há, como o editorial do “Financial Times” destacou, um clima de “fanfarronice” no ar, puxado basicamente pelo presidente Lula, o mais fanfarrão de todos. É ano de eleição, e o presidente parece disposto a tudo para emplacar sua candidata.

Enquanto o mundo ajudava, ignorando os excessos do governo brasileiro, o presidente conseguiu surfar a onda de otimismo. Mas, se o quadro internacional realmente se reverter, contando ainda com o risco de uma crise mais séria na China, então as irresponsabilidades do “desenvolvimentismo” nacional não mais serão ignoradas pelos investidores. A situação brasileira pode se deteriorar rapidamente, pois seus pilares não são tão sólidos como se pensa. Fica registrado o alerta...

2 comentários:

ntsr disse...

Rodrigo,é isso mesmo, só que primeiro vc tinha que cumprimentar os internautas:
OI INTERNAUTAS
http://www.youtube.com/watch?v=yrUCXak7kmI

fejuncor disse...

O Brasil, e toda a América Latina, passou de uma economia poupadora para uma economia financiada, com cartão de crédito e todos os mecanismos creditícios. A dívida, que era em Dollar, foi convertida em Real - no que os financiadores internacionais já ganharam uma boa bolada, porque o Dollar caiu. No tempo em que o Dollar valia cinco ou até dez moedas locais, a dívida era em Dollar, mas agora que vale menos de dois, é na moeda local.

Estes dois fatores, conversão da economia de poupadora em financiada e valorização da moeda local, são responsáveis pelo "bom tratamento" que o Brasil vem tendo no exterior. Mas é um bom atendimento antes de ser um bom tratamento - algo assim como o bom atendimento de um gerente de banco, que é bom enquanto o cliente está dando lucro mas desaparece quando o cliente precisa realmente de recursos, ou quando os interesses do financiador mudam.