quinta-feira, abril 24, 2008

Artigo Lido no Senado

Meu artigo "Um Líder Carismático" foi lido novamente no Senado, dessa vez pelo senador Mão Santa (PMDB-PI). Antes, ele já tinha sido lido pelo senador Leonel Pavan (PSDB-SC). Seguem os links:

Vídeo de trecho:

http://www.senado.gov.br/tv/noticias/quarta/tv_video.asp?nome=PL230408_11

Áudio na íntegra:

http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Plenario/sessao/audio/exibeAudio.asp?codGravacao=00000473&hrInicio=23/04/2008%2015%3A34%3A39&hrFim=23/04/2008%2015%3A34%3A39&descEvento=N%BA%2061%20-%20em%20%2023/04/2008%20%28Deliberativa%20Ordin%E1ria%20-%20SF%29

Texto da taquigrafia:

"Um Líder Carismático". Atentai, Papaléo. É bom V. Exª ouvir. É um texto de Rodrigo Constantino. Paulo Duque, Jarbas, sei que V. Exª vai fazer um pronunciamento amanhã. Por isso, li logo este hoje, porque, depois do seu, não teria expectativa. Mas eu sou preliminar – no futebol, não colocam um time mais fraco para jogar antes? – de Jarbas amanhã."Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa" (Schopenhauer).Mário Couto, Schopenhauer! Vou repetir:"Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa." (Schopenhauer)Era uma vez um sujeito humilde, que resolveu entrar para o Partido dos Trabalhadores, logo no começo de sua existência. Foi praticamente um dos fundadores do Partido. Tamanha era a sua influência sobre os demais membros, que logo se tornou o maior líder dentro do partido. Praticamente redigiu o programa que seria defendido pelo partido. Esse programa era uma mistura de socialismo com nacionalismo.O programa defendia a "obrigação do Governo de prover aos cidadãos oportunidades adequadas de emprego e vida".

Alertava que "as atividades dos indivíduos não podem se chocar com os interesses da comunidade, devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral". Demandava o "fim do poder dos interesses financeiros", assim como a "divisão dos lucros pelas grandes empresas". Também demandava "uma grande expansão dos cuidados aos idosos" e alegava que "o Governo deve oferecer uma educação pública muito mais abrangente e subsidiar a educação das crianças com pais pobres". Defendia que "o Governo deve assumir a melhoria da saúde pública, protegendo mães e filhos e proibindo o trabalho infantil". Pregava uma "reforma agrária para que os pobres tivessem terra para plantar". Combatia o "espírito materialista" e afirmava ser possível uma recuperação do povo "somente através da colocação do bem comum à frente do bem individual". O meio defendido para tanto era o centralismo do poder. [O absolutismo.]

O líder era muito carismático, e sua retórica populista conquistava milhões de seguidores.Ele contava com um brilhante "marqueteiro", que muito ajudava na roupagem do "messias restaurador", enfeitiçando as massas. Foi projetada a imagem de um homem simples e modesto, de personalidade mágica e hipnotizadora, um incansável batalhador pelo bem-estar do seu povo. Seus devaneios megalomaníacos eram constantes. Sua propaganda política incluía constante apelo às emoções, repetindo idéias e conceitos de forma sistemática, usando frases estereotipadas e evitando ao máximo a objetividade. O Estado seria a locomotiva do crescimento econômico, da criação de empregos e do resgate do orgulho nacional. A liberdade individual era algo totalmente sem importância neste contexto.

Seu Partido dos Trabalhadores finalmente chegou ao poder, através da mesma democracia que era vista com desdém por seus membros. Uma "farsa" para tomar o poder. O real objetivo tinha sido conquistado. As táticas de lavagem cerebral tinham surtido efeito. Uma vez no governo, o líder foi concentrando mais e mais poder para o Estado, controlando a mídia, as empresas, tudo. Claro que o resultado foi catastrófico, como não poderia deixar de ser"."O povo pagou uma elevada conta pelo sonho do "messias" que iria salvar a pátria".Atentai bem, Jarbas Vasconcelos, e conte a história depois para o Tasso."Caro leitor, o líder carismático descrito acima não é quem..."Ô Mario Couto, não é quem você estava pensando. Não é. Não é o descrito quem estamos, brasileiros e brasileiras, pensando."...você está pensando. Ele é, na verdade, Adolf Hitler, líder do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha, mais conhecido apenas como "nazistas". Schopenhauer estava certo no alerta da epígrafe. O diabo costuma se vestir de forma altruísta. Os chifres aparecem somente depois que a vítima vendeu-lhe sua alma. Aí já é tarde demais..."

O Sr. Papaléo Paes (PSDB – AP) – Senador Mão Santa, obrigado pelo aparte, mas lamentavelmente não vamos ter tempo para aprofundar esse assunto extremamente importante que V. Exª traz para esta Casa. Mas já tive a oportunidade de fazer uso da tribuna e chamar a atenção para a intenção deste Governo. Como dizem, nosso Brasil está cercado de países que compõem o nosso continente, mas que estão contaminados por uma sensação de totalitarismo, cada um à sua maneira – um com truculência, outro com palavras, outro com gestos –, mas, nitidamente, aqui no Brasil, estamos vendo que a atitude do Presidente da República, do Executivo, é exatamente a cópia fiel do que V. Exª acabou de ler, um artigo do Rodrigo Constantino, e quero dizer ao Senador Suplicy que tudo o que ele falou ali estava escrito.

6 comentários:

Anônimo disse...

Faltou uma semelhança entre os dois Partidos dos Trabalhadores: ambos queriam fazer o desarmamento dos civis de sua população. Um teve sucesso; felizmente, o segundo não conseguiu (ainda).

Anônimo disse...

que merda hein Rodrigo! O Senador achou que o artigo era do Schopenhauer...
hehehe
flw

Augusto Araújo disse...

parabesn Constantino

nao erro em ter vc e o Reinaldo Azevedo como leituras obrigatorias

abs

Anônimo disse...

Parabens Constantino. E prepare-se para os invejosos de plantão!

grande abraço!

Anônimo disse...

Rodrigo, não adianta se sentir orgulhoso pelo seu texto. Chamar os outros de Hitler ou fazer comparações com Hitler é universalmente considerado a forma mais medíocre de argumentação que existe, uma forma simplista de demonizar qualquer coisa que você seja contra. O "reductio ad hitlerum" já foi usado e abusado tantas vezes na internet que virou objeto de paródias e comédias. Administradores de foruns de discussão como Usenet e Something Awful chegam a dizer (meio que brincando, mas com um fundo de verdade) que o critério para se definir o resultado de um debate na internet é que o perdedor é o primeiro que mencionar Hitler.

André Barros Leal disse...

Rodrigo, eu fiquei surpreso ao ver que o texto era de sua autoria. muitas vezes eu recebi ele em emails que passeiam milhares de caixas postais sem saber que o autor era voce.

Parabens.

Anônimo, a comparaçao é muito inteligente por sinal e passa a anos-luz do mediocre. Eu nao acho que Hitler seja a mais baixa forma de demonizar algo. Ele foi quase um amador perto de verdadeiros demonios socialistas, como Stalin e Mao.