sexta-feira, maio 30, 2008

A Servidão Voluntária




Rodrigo Constantino

“Aqueles que desistiriam da liberdade essencial para comprar um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade, nem segurança.” (Benjamin Franklin)

Em 1548, com apenas 18 anos de idade, o francês Étienne de La Boétie escreveu seu Discurso Sobre a Servidão Voluntária, um texto instigante e corajoso, no qual sustenta a tese de que os escravos são servos por opção. La Boétie, que foi amigo de Montaigne, foi um dos primeiros a perceber que os governados eram sempre maioria em relação aos governantes, e que, por conta disso, algum grau de consentimento deveria existir para manter a situação de servidão. O seu texto pode ser entendido como um ataque à monarquia, devido ao contexto de sua época, mas não somente isso. O próprio autor reconhece que o tirano pode ser eleito também, mudando apenas a forma de se chegar ao poder, e não seu abuso. O livro, portanto, é uma leitura essencial nos dias atuais também, onde governos democráticos avançam sobre as liberdades mais básicas dos indivíduos.

Para La Boétie, “é o povo que se sujeita, que se corta a garganta, que, podendo escolher entre ser subjugado ou ser livre, abandona a liberdade e toma o jugo, que consente no mal, ou antes, o persegue”. O pensador Edmund Burke diria algo semelhante depois, ao constatar que “tudo aquilo que é necessário para o triunfo do mal é que os homens bons nada façam”. La Boétie via no direito natural do homem aquilo que ele tem de mais caro, e compreendia que “não nascemos apenas na posse de nossa liberdade, mas com a incumbência de defendê-la”. No entanto, ele constatou que o povo estava quase sempre inclinado a abandonar esse direito, em troca de alguma sensação de segurança. O tirano, então, chega ao poder, seja pela conquista ou pelos votos. Mas La Boétie questiona: “Como tem algum poder sobre vós, senão por vós? Como ousaria atacar-vos, se não estivesse em conluio convosco?” Bastaria que o próprio povo fosse resoluto em não servir mais, para ter sua liberdade. A escravidão acaba exigindo a sanção da vítima.

O que então explicaria essa servidão consentida? Para La Boétie, “todos os homens, enquanto têm qualquer coisa de homem, antes de se deixarem sujeitar, é preciso, de duas, uma: que sejam forçados ou enganados”. Ele parte então para a tese de que, no início, o homem serve vencido pela força, mas que depois serve voluntariamente, enquanto seus antecessores haviam feito por opressão. Sem terem experimentado a liberdade, esses homens acabam escravos pelo costume. La Boétie, antecipando David Hume e Franz Oppenheimer, conclui: “É assim que os homens nascidos sob o jugo, depois alimentados e educados na servidão, sem olhar para a frente, contentam-se em viver como nasceram, sem pensar em ter outro bem, nem outro direito senão o que encontraram, tomando como natural sua condição de nascença”. Primeiro, o poder é conquistado na força; depois, o costume permite um ar de legitimidade, mantido pela ignorância e covardia dos escravos.

A revolta contra essa tirania nem sempre é amiga verdadeira da liberdade. Para La Boétie, os vários atentados realizados contra imperadores romanos, por exemplo, “não passaram de conspirações de pessoas ambiciosas, cujos inconvenientes não se deve lamentar, pois se perceber que desejavam, não eliminar, mas remover a coroa, pretendendo banir o tirano e reter a tirania”. Não foram poucos os casos na história de luta contra uma tirania estabelecida por outra tirania, muitas vezes até mais cruel. Os bolcheviques são um claro exemplo disso, mas nem de perto o único. Até a Revolução Francesa usou o nome da liberdade apenas para entregar Robespierre e seu Grande Terror em troca. No Brasil mesmo, tivemos comunistas lutando contra uma ditadura, mas desejando no fundo instaurar outra bem mais perversa, como aquela existente em Cuba.

Quando se entende que o tirano precisa do consentimento do povo, descobre-se porque todo tirano usa o ardil de embrutecer os súditos e atacar os homens de valor. A doutrinação é fundamental para os tiranos nesse aspecto. O “pão e circo” também são úteis, para desviar as atenções. La Boétie diz: “Os teatros, jogos, farsas, espetáculos, lutas de gladiadores, animais estranhos, medalhas, quadros e outros tipos de drogas, eram para os povos antigos os atrativos da servidão, o preço da liberdade, as ferramentas da tirania”. E convenhamos: como o povo se vende por pouco! Se antes era assim, nada mudou na essência, apenas na forma. O povo escravo vibra com o time campeão do mundo, trocando liberdade por um tolo “orgulho nacional”. O escravo esquece que o governo lhe toma metade dos frutos de seu trabalho, preferindo relaxar no carnaval. “Assim, os povos, enlouquecidos, achavam belos esses passatempos, entretidos por um vão prazer, que lhes passava diante dos olhos, e acostumavam-se a servir como tolos”, lamenta o autor.

As migalhas oferecidas em troca da liberdade não eram apenas jogos e distração, mas literalmente migalhas: “Os tiranos distribuíam um quarto de trigo... e então dava pena ouvir gritar: Viva o rei!” Há tanta diferença assim para um Bolsa-Família, programa assistencialista que, na verdade, são esmolas em troca de voto? La Boétie percebeu que o governo, sem produzir a riqueza, precisa tirar antes de dar: “Os tolos não percebiam que nada mais faziam senão recobrar uma parte do que lhes pertencia, e que mesmo o que recobravam, o tirano não lhes podia ter dado, se antes não o tivesse tirado deles próprios”. Não obstante, o populismo sempre rendeu poder e devoção, sentimento que todos os tiranos buscam despertar em seus súditos. La Boétie lembra que mesmo tiranos que destruíram totalmente a liberdade do povo foram homenageados pelas próprias vítimas, muitas vezes vistos como “Pai do Povo”. Que tipo de covardia faz alguém amar o próprio algoz?

Além das distrações e das migalhas, como o restaurante popular atualmente, os tiranos precisam oferecer uma rede de favores, criando cargos para sustentar a tirania com mais aliados. A lista de oportunistas batendo à porta do governo para trocar liberdade por verbas seria infindável. Desde artistas engajados, intelectuais, funcionários públicos, invasores de propriedade, até líderes do “terceiro setor” ou mesmo empresários, todos em busca de uma teta estatal para mamar. Os tiranos compram assim o apoio à tirania. “Em suma”, conclui La Boétie, “que se consigam, pelos favores ou sub-favores, que se encontrem, enfim, quase tantas pessoas às quais a tirania pareça lucrativa, como aqueles a quem a liberdade seria agradável”.

Essa troca da liberdade por favores seria trágica por si só, pelo valor intrínseco que tem a liberdade. Mas, não obstante, La Boétie questiona que tipo de vida esses “escravos voluntários” levam, concluindo que não pode ser uma vida feliz. Ele pergunta: “Qual condição é mais miserável do que viver assim, sem nada ter de seu, recebendo de outrem satisfação, liberdade, corpo e vida?” Além disso, La Boétie afirma que a amizade verdadeira é impossível nesse contexto de tirania. Ela, afinal, “só se encontra entre pessoas de bem e só existe por mútua estima; mantém-se não tanto por benefícios, senão por uma vida boa”. E acrescenta: “O que torna um amigo seguro do outro é o conhecimento que tem de sua integridade”, lembrando que “entre os maus, quando se reúnem, há uma conspiração, não mais uma companhia; não se amam mais uns aos outros, mas se temem; não são mais amigos, mas cúmplices”. Alguém poderia ter alguma dúvida da verdade dessas palavras observando o comportamento dos aliados do governo brasileiro atual? São todos cúmplices de um projeto de poder; não amigos.

Em resumo, as palavras escritas por um jovem culto de 18 anos na França, há quase cinco séculos atrás, ainda ecoam como verdade nos dias atuais. O povo parece não aprender a lição, construindo sua própria prisão, vendendo a corda usada para seu enforcamento. Nasce escravo, vive na ignorância, e não ousa desafiar seu senhor, questionando sua legitimidade. Aceita passivamente seus grilhões, que até ajuda a colocar. Enquanto os animais na natureza lutam desesperadamente contra seu domínio, o homem, justo o animal com maior capacidade de ser livre, acaba se submetendo passivamente à servidão. Enquanto uma grande quantidade de pessoas estiver disposta a sacrificar a liberdade em troca de algumas migalhas e uma falsa sensação de segurança, conviveremos com a escravidão.

19 comentários:

Anônimo disse...

Eu diria que :

Os servos são "escravos" por opção. Portanto, nãosãorigorosamente escravos. Escravos são servos forçados pela coerção. Quem livrementese põe sob servidão, mesmo absoluta, é servo mas não escravo.

Escravidão é relação forçada. A coerção é o controle/limite artificial das opções visando tornar o corpo alheio uma propriedade do senhor, para assim ele servir aos interesses do senhor e não de seu proprietário natural.
Enfim, para existir escravidãohá queexistir coerção, e coerção é relação forçada, onde uma partenão pode recusar-se a relação sem sofrer os danos da ação alheia contra si, sem que tenha havido qualquer acordo livre nesse sentido.

Magnifico lembrar de La Boétie e seu "discursoda servidãovoluntária".
Vou continuar lendoo que penso será mais um dos muitos excelentes artigos. Aliás, cada vez melhores, cada vez mais geniais.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

F A N T Á S T I C O artigo!
...Brilhantíssimo no urtimo!

Genial, mais um magnífico e oportunissimo artigo.

Primoroso:

"Nasce escravo, vive na ignorância, e não ousa desafiar seu senhor, questionando sua legitimidade. Aceita passivamente seus grilhões, que até ajuda a colocar."

Estou aplaudindo de pé e assoviando!

"quando se reúnem, há uma conspiração, não mais uma companhia; não se amam mais uns aos outros, mas se temem; não são mais amigos, mas cúmplices”"

A verdade é ETERNA. O que era verdade há 500 ou 10.000 anos, continua sendo verdade e sempre será.
...Isso machuca os subjetivistas/relativistas, arbitrários e egocêntricos.
A verdade não é a cambiante subjetividade de "metamorfoses ambulantes" e sobretudo asneirantes.... ...hehehe!

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Há um personagem interessante no programa do "Casseta".
Ele fica na sauna gay, mas fala como se fosse macho e nega com veemencia que seja gay.

Certamente que o tipo "agasalha" mas afirma que não e ainda faz voz grossa e até discurso "machão".

Muitos são os "não socialistas" e os "não simpáticos ao arbítrio estatal" que também são muito politicamnte corretos, "belas almas" que na frente se dizem "simpáticos às idéias liberais" mas com ressalvas quanto a "insensibilidade liberal" e assim vão minando por dentro ao conquistarem com a afirmação de que "as idéias liberais são ótimas, as melhores e justas ...mas ...mas...".

É o que julgo de mais baixo num indivíduo. Insidiosos, ladinos, covardes, farsantes, estelionatários que visam minar a fibra, enfraquecer a defesa das idéias e de quebra ainda se exibem vaidosamente como "bons moços", encantam-se com a imagem que fazem de si, com sua lábia pegajosa, assimétricos.

Tais tipos pegajosos são como Narcisos mirando-se em fotografias criteriosamente escolhidas. tentam enganar a si mesmos, tentando convencerem-se que são aquilo que vêem na fotografia que fingem ser um espelho.

Abraços
C. Mouro

Morgana disse...

Parabéns,grande artigo,muito bom mesmo.

Anônimo disse...

Rodrigo, como fica a liberdade de empregado que tem que trabalhar mais de 12 horas por dia para não ficar desempregado e passar fome, e ainda tem que ver o dono da empresa, sua mulher e seus filhos torrando dinheiro com carros importados, roupas de grife, noitadas, etc. A liberdade de escolher entre trabalhar que nem um condenado ou morrer de fome? Você diria para um cortador de cana que a CLT restringe sua liberdade? As leis trabalhistas e os sindicatos só surgiram porque os industriais estavam colocando seus empregados para trabalhar em condições desumanas e por até 14 horas por dia, a um ponto em que os trabalhadores simplesmente não aguentavam mais. O seu conceito de liberdade permite que alguns roubem a liberdade de outros. Você citou um texto usado para criticar a monarquia, mas a monarquia nada mais é do que um estado privado, é quando uma família exerce direito de propriedade (o tão defendido direito de propriedade) sobre um país inteiro. Um fazendeiro faz a mesma coisa só que em uma escala menor. O seu "Discurso Sobre a Servidão Voluntária" é perfeitamente aplicável para trabalhadores que não se revoltam contra o dono de uma fábrica ou contra um fazendeiro. A sociedade evoluiu de um estado privado para um estado público, uma república. Se a "coisa pública" não estiver sendo bem administrada, a solução não é tornar tudo privado, se for assim é melhor privatizarmos logo o estado e voltar a ser uma monarquia.

Rodrigo Constantino disse...

Por que postar no anonimato??? Isso é tão chato...

Anônimo, esse ponto já foi debatido e argumentado por mim ad nauseam. Sim, o sujeito é livre mesmo trabalhando 12 horas (eu, aliás, trabalhei por 6 anos seguidos mais de 10 horas diárias, porque eu quis). A natureza não garante comida, moradia, lazer, roupa. São coisas que os HOMENS fazem. Logo, para ter acesso, é preciso trabalhar. É dura a condição de trabalho de alguns? Sim, sem dúvida. A solução: mais capitalismo, mais livre mercado. A maior garantia de vida mais confortável para os trabalhadores.

Rodrigo

Anônimo disse...

Mas no seu caso é diferente porque você provavelmente tinha boas perspectivas de subir na vida gerando currículo, e também provavelmente não trabalhava em condições insalubres. Você tem que entender que o ponto de vista de um trabalhador braçal é diferente, ele tem quase zero chances de subir na vida, não é como alguém que teve a oportunidade de estudar economia e gerar um bom currículo. Alguns poucos peões podem até conseguir cair nas graças do patrão e subir na vida, mas a maioria esmagadora não tem perspectivas e não tem alternativa além de trabalhar como um cachorro ou ficar desempregado.

É bom lembrar também que com o avanço da mecanização e automação, o número de HH (trabalho humano) se torna cada vez menos necessário para uma dada produção. Veja bem, não estou criticando a automação, acho que ela pode ser uma ferramenta fantástica para a melhoria da qualidade de vida humana. Mas quando inserida em uma economia puramente liberalista, ela pode tornar a vida da maioria da população um inferno, gerará uma legião de desempregados, cada vez menos necessários, e os poucos que terão emprego terão que trabalhar triplicado para se manter. E ainda pode gerar problemas macroeconômicos por falta de consumidores no mercado, como acontecia no Brasil alguns anos atrás. Lembre-se que um empregado de uma empresa também é consumidor de todas as outras. Minimizar o quadro de funcionários pode parecer ótimo do ponto de vista de uma única empresa, mas se muitas empresas começam a fazer isso, o resultado serão problemas macroeconômicos crônicos, as empresas terão produtividade mas faltarão consumidores. A automação torna o liberalismo econômico puro obsoleto.

Anônimo disse...

Um bom exemplo do que eu estou falando é a transição da lavoura de cana para as máquinas agrícolas. As "harversters" (acho que em português é "colheitadeiras") podem ser ótimas porque podem produzir cana sem que pessoas tenham que trabalhar em condições insalubres, taí o potencial da mecanização/automação de melhorar a qualidade de vida humana. Mas se o HH dos cortadores não é mais necessário, o que você vai fazer com eles?
"Ah, mas empregos são gerados na indústria de máquinas, basta ter qualificação..."
Sim, mas obviamente o HH necessário para se fazer uma máquina é muito menor que o HH de cortadores que ela substitui, até porque a indústria de máquinas também tende a ser automatizada. Só livre mercado simplesmente não consegue gerar empregos para todos.
Há de se entender que nós estamos nos movendo progressivamente para um futuro onde o HH necessário para a produção tenderá a zero, todo o trabalho braçal e repetitivo será feito por máquinas, e até alguns trabalhos que requerem uma certa inteligência podem ser feitos por AI`s. Daqui a cem anos não haverào mais trabalhadores no sentido tradicional da coisa, haverão bilhões de pessoas para fazer o pouco trabalho administrativo que sobrar e os seres humanos poderão se dedicar mais à ciência, esportes, artes e lazer. Mas para isso deverão haver medidas para evitar que se forme uma legião de desempregados dispensados pelo mercado, uma hora ou outra a jornada de trabalho terá que diminuir nas leis trabalhistas.

Anônimo disse...

Não existe nehuma lei no brasil que proiba alguém de estudar e melhorar de vida, mas infelizmente é mais facil reclamar e esperar do governo.
edson Vergilio - vervebr@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Caracoles! ...o tipo ainda está nosec XIX ....hehehe! ..Que festivalde asneiras... cruz credo!

Qual é a solução para estes problemas maluquetes muito falados nosec XIX?

...ah!!! é mais poder para a classe politica arbitrar sobre a populaçãoe assim conseguir o que Cuba, Coréia do Norte, URSS e o leste europeu do murode Berlim conseguiram ...hehehe!

A burrice e a inveja que acometem a massa é o maior patrimônio do Poder politico. Ou seja, o capital do politico e do burocrata safado, na verdade pertence a massa ...ih! paradoxal ...hohoho!

...o sec XIX é o sec que não acaba nunca ...para alguns que não conseguem entender o que dizem, nem pensam a respeito, pois que dátrabalhodemais. Melhor sair falando asneiras para que outros tenham o trabalho de refutar. ....ih! mas ler a longa e trabalhosa refutação também dátrabalho e não assim para qualquer tonto entender não. ...Melhor ficar no sec XIX falandoasneiras mais que reutadas na teoria e sobretudo na prática.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Tecnologia não tira emprego. Apenas transforma o padrão de emprego. Dizer que o bóia fria não terá condições de arrumar um trabalho operando máquinas de colheita, ou mesmo construindo-as é apenas olhar um lado da questão, típica falácia esquerdista. Mesmo que assumirmos ser verdadeiro, o que não é, precisamos fazer as seguintes considerações: Manter o emprego das bóias frias, freando o avanço tecnológico ou sua implementação não significa tirar o emprego dos construtores de máquinas agrícolas? Porque o emprego do bóia fria é mais importante do que o emprego do operário de uma fábrica?
E mais
Manter o emprego do bóia fria não significa assumir um processo produtivo menos eficiente, e, portanto com preços mais caros? Porque o emprego do bóia fria é mais importante do que o emprego do consumidor do alimento?
E mais
Diminuir a produtividade em nome dos miseráveis é ruim para outros miseráveis que dependem de comida barata para o seu sustento. Porque o miserável do campo é mais importante do que o miserável da cidade?
Proteger empregos em nome dos menos produtivos é uma estratégia muito estúpida, só espalha a pobreza. Os que defendem essa postura deveriam olhar para o lado, quantas pessoas conhecem que tiveram cursos pagos por empresas? Ou quantas pessoas conhecem que no intuito de se tornarem mais produtivas, não investiram o próprio dinheiro em cursos, livros e conhecimento? Usar a política fiscal do estado para ajudar uma parte especialmente pobre da população implica forçosamente em tirar os meios dos que pagam impostos, de eles mesmos se tornarem mais produtivos. É moralmente repugnante, e é sempre feito em nome dos miseráveis, por gente que vai usar essa desculpa para acumular poder e dinheiro.
E o pobre? O cara que perde o emprego para uma máquina, só vai morrer de fome se insistir em continuar fazendo a mesma atividade econômica. Ele pode migrar para outra atividade, que requer pouquíssima qualificação. Um boia fria, poderia ser o jardineiro do gerente da fábricas de máquinas agrícolas, ou ser o faxineiro da escola que dá os cursos de operador de tratores, ou se trabalhar como auxiliar no armazém que estoca as peças de reposição dos tratores. Empregos braçais sempre existirão, só vão mudar de nome. A diferença fundamental é que em uma economia livre, o filho do boi fria tem melhores chances de tornar-se um membro da classe média, o próprio boia fria pode mudar de vida se tiver o ímpeto e a riqueza produzida cada vez aumenta mais. Numa economia centralmente planejada, socializada. O incentivo à produção de melhorias é muito pequeno, e o nível de corrupção e de ineficiência é altíssimo, o país fica pobre, como no caso do Brasil, e o que nos resta é redistribuir a pobreza.

Anônimo disse...

Fixhemad, você leu o que eu escrevi? Eu nunca disse que a automação não deveria acontecer, não disse que os trabalhadores deveriam continuar cortando cana no facão nem muito menos que a produtividade deveria ser comprometida. O que eu disse é que a medida que a automação for acontecendo, o livre mercado sozinho vai dispensar grande parte desses trabalhadores que precisarão de ações sociais para não morrerem de fome. Eu já expliquei que o número de empregos empregos gerados na indústria de máquinas e como operadores (que nem são necessários já que as colheitadeiras podem ser programadas usando o GPS como referência) é muito menor do que os empregos que são substituídos. No final o efeito é de redução de HH necessário, será preciso cada vez menos trabalho humano para se obter produtividade. Não importa o quanto os trabalhadores estudem, no livre mercado apenas não haverá vagas para todos, a indústria não precisará de TODOS os cortadores de cana, isso é matematicamente óbvio.

C. Mouro, no século XIX não havia automação, havia um início da mecanização. A automação, que começou na segunda metade do século XX e continua crescendo progressivamente, é um estágio adiante de mecanização e tem um efeito ainda mais forte no mercado de trabalho.
E também, se for para tentar desqualificar idéias baseado no século em que elas surgiram, a ideologia econômica do liberalismo surgiu no século XVIII, quando ainda não havia automação nem mecanização e ninguém imaginava que o trabalho humano se tornaria menos necessário para se obter produtividade, era um cenário completamente diferente.

Anônimo disse...

Pois então amigo, você esta cometendo o erro de associar o trabalhador ao emprego de forma perpétua. Como se cortadores de cana no facão não pudessem fazer mais nada além de cortar cana. Como se o cara, por ser pobre e sem instrução, estivesse impedido de adaptar-se. A questão, como tentei lhe explicar, é que outros empregos que requerem 0 instrução serão formados. Por exemplo, na fabrica de peças, existe empregos em níveis muito básicos, que podem ser preenchidos por gente semi analfabeta. Não são os melhores empregos do mundo, não tem as melhores condições, nem bons salários. Mas são compatíveis com o nível de salário de cortador de cana. Não existe a menor necessidade do estado entrar para fazer a transição entre o emprego de cana, e o de faxineiro de fábrica ou coisa que o valha. Lembre-se que empregos desse tipo existem até em sociedades com economia vastamente desenvolvida, como a americana. Lá nos Estados Unidos, ocorre uma constante demanda por trabalhadores de nível muito básico, que freqüentemente é suprida pelos imigrantes ilegais. Para o imigrante, é melhor um emprego ruim nos EUA ganhando em dólar que um emprego pior ainda no México por exemplo. O mesmo ocorre em São Paulo, no Bairro do Brás. Lá, uma infinidade de “sweatshops” da indústria de confecção, emprega bolivianos migrantes a salários baixos, que trabalham em condições ruins até para o padrão dos pobres brasileiros. Só que ali temos uma questão fundamental, para os bolivianos que estão ali, é muito melhor trabalhar no Brás ganhando pouco, do que fazer o mesmo trabalho e ganhar ainda menos na Bolívia. Qualquer tentativa de diminuir essa “terrível exploração” resultará na destruição de uma indústria que dá melhores condições de trabalho para os imigrantes bolivianos. Claro que os trabalhos são ruins, paga-se pouco, e o ambiente onde trabalham não é nenhuma maravilha. Só que esses bolivianos são livres para ir embora quando bem quiserem, são livres para conseguir empregos que paguem mais se a oportunidade aparecer. Enquanto forem livres para vender sua força de trabalho, e não houver alguma má fé (Caso que se resolve com polícia) podem certamente melhorar de vida. Toda economia desenvolvida passou por este estágio, como podemos observar no filme de Johan Norberg.
Podemos argumentar a respeito da situação demonstrada pelo documentarista americano Michael Moore, no filme “Roger And Me”, onde ele defende a idéia dos empregos destruídos pela globalização na região de Flint. No entanto, o que Moore defende no seu filme é uma falácia, a mesma que você defende Anonymous. Cria uma relação perpétua e inflexível de uma vaga de trabalho com um emprego. Sem compreender que de fato, outros empregos do mesmo nível são criados quando uma nova tecnologia é introduzida.
Ainda gostaria de ressaltar a relação maldita do Estado com Oligopólios e grandes corporações, muita gente de esquerda observa essas aberrações “de mercado” e gritam! VEJAM! O CAPITALISMO e o Mercado Livre são TERRÍVEIS. Novamente: Falácia! Oligopólios e Monopólios privados, mesmo sendo menos ruins do que sua contrapartida estatal, são criados justamente porque o governo se mete na economia e “vende” serviços e privilégios especiais para essas empresas. O que cria um oligopólio são as leias e as regulamentações do estado, que impedem a concorrência. É bastante raro termos uma situação de “monopólio técnico” ou uma situação com “neighbourhood effects” onde a presença do estado pode ser benéfica, na teoria.
Eu não quero ver no meu país, pobreza e miséria. Acho um absurdo termos o potencial humano, natural e geográfico que existe no Brasil, desperdiçado porque as soluções que rendem voto, são aquelas especialmente falaciosas e ineficientes. Por isso sou Liberal, acho que ser liberal no Brasil é de uma obviedade acachapante, pelo menos no campo econômico. O Capitalismo para o Brasil cai como um luva. Aqui a cultura favorece o trabalho. Infelizmente também favorece uma classe política podre, e uma elite intelectual retrógrada. Já que somos especialmente bons pra trabalhar e produzir riqueza, e especialmente ruins para criar políticos sofisticados, aumentar a influência do primeiro fator (Brasileiros são trabalhadores e empreendedores), e diminuir a influencia do segundo (Políticos são especialmente ruins por aqui) é uma estratégia auto-evidente.

Anônimo disse...

Ainda, sugiro a leitura do livro:
Economic Facts and Fallacies, do fabuloso Thomas Sowell.
http://www.tsowell.com/Fallacies.htm

Anônimo disse...

Outra relação falaciosa que você estabelece Anonimous. É entre produtividade e emprego. O aumento da produtividade via tecnologia obrigatoriamente implica na destruição de emprego. Não é verdade. O seu luditismo produtivo esquece fundamentos econômicos importantes, e observa o processo somente na parte e não no todo. Veja: O que o dono das máquinas fará com o dinheiro que ganha com o aumento da produtividade? Tirando a opção de guardar a grana debaixo do colchão, ele vai ou investi-lo ou vai gastá-lo. Quando investe, o banco empresta o dinheiro a um empreendedor, que pode abrir um restaurante, por exemplo. Restaurantes tem vaga para gente com pouquíssima instrução. Se o sujeito gastar a grana, irá consumir num restaurante, e logo, novos empregos serão criados onde antes não havia nenhum, com uma diferença importante, agora, por causa das máquinas, a economia produz mais riqueza. E máquinas não recebem salários, máquinas não têm conta em banco e máquinas não guardam dinheiro. Por causa das máquinas, existe mais riqueza para estimular o consumo, e mais riqueza para estimular o investimento. E as máquinas simplesmente não são boas para fazerem absolutamente tudo, um robô que substitui uma empregada doméstica simplesmente não existe, e vai demorar muito para existir. Portanto, você esqueceu o fundamento básico da economia, que o dinheiro circula salvo o que é guardado em baixo do colchão. E não observou que o aumento da produtividade, de fato, estimula a criação de toda uma nova fatia da economia, oferecendo serviços que as maquinas simplesmente são fazem.
Ainda demorará muito tempo até que as máquinas superem os humanos em TODAS as atividades econômicas. Eu gosto das idéias de Raymond Kurzweil, li o Age of Spiritual Machines, e a já esta na fila o “The Singularity Is Near”. Só que sou um otimista em relação ao futuro tecnológico, as evidências são abundantes. E as previsões catastróficas do Ted Kazinsky (Unabomber) ainda não se confirmaram, nem de longe.

Anônimo disse...

Nobre anônimo, grande cavaleiro defensor dos proletários, dos frascos e comprimidos. Uma nobre alma em suas preocupações humanitárias, que obriga que me curve diante de tal magnânimo. ...Contudo, devo dizer que:

1 - Se formos falar de idade das idéias, vai ser muito mais antiga ainda do que dissestes. A idéia de justiça e liberdade em como a idéia de o governo ´"dar" pão e circo ao tal de povo, sobretudo aos necessitados, é velhissima.

2 - Você ainda está no assunto do sec XIX. Assunto que foi cabalmente contestado em teoria e provado na prática.
De onde tiraste essa explicação: "Eu já expliquei que o número de empregos empregos gerados na indústria de máquinas e como operadores () é muito menor do que os empregos que são substituídos." ? Afinal, isso só pode ser comprovado na prática e a pratica demonstrou que tal baboseira do sec XIX é falsa. Fora isso, a questão dos empregos eu já comentei anteriormente, para você anônimo mesmo (o defensor da escravidão dos capazes aos incapazes) que´odesempregoé causado pelos custos estéreis de produção, ou seja, aquilo que os governantes cobram para deixarem as pessoas trabalharem e produzirem. Assim, fazem com que, por exemplo, se produza um para si e outro para o bondoso governo arbitrário que tanto defendes. Tendo então que cobrir o custo de dois negociando um. ...Mas pareces que não queres entender. Preferindo manobrar com as palavras sem esclarecer idéias.

3 - Nobre protetor de coitadinhos, um magnânimo de fato, dizes que não és contra as maquinas e nem mesmo contra a utomação e o progresso, mas insiste azemolamente que as maquinas e sobretudo a automação (...hehehe!) tiram empregos "no livre mercado" (no não livre também).
Então escreves: "trabalhadores que precisarão de ações sociais para não morrerem de fome".
Mas assim manobras as palavras pois queres mesmo dizer que os governantes devem tomar, expropriar pela ameaça de violência, os mavados capitalistas ganânciosos que automatizam suas empresas com tua anuência. ...hehehe! ...Tal qual como antes, defendes a escravidão de uns as necessidades de outros. Na verdade estás apoiando um "bolsa esmola" para os coitadinhos, mas não ousas usar as palavras certas. ....hohoho!

As idéias liberais, diga-se lançadas contra o arbítrio estatal, dos governates que vivem pela força, ou Poder destrutivo, e não pelo trabalho, pode-se dizer tomaram forma no sec XVII antes do XVIII. Na verdade as idéias de justiçae liberdade, a rigor, antecedem mesmo JC, bem como as ideias de dominio pela politica governamental, inclusive o "pão e circo". Que aliás vale-se das idéias Sun Tzu, onde o Estado - classe dominante hierarquizada - semeia a cizânia dentre a população para domina-lae explorar-la. ...A verdade é eterna, e por isso as estapafúrdias baboseiras do sec XIX já foram cabalmente demonstrada politicagem fajuta, sobretudo dos "burgueses" prejudicados pelos mais eficientes.
Tua matémática é uma má temática, pífia, diga-se. Pois quanto menor os custos e preços mais consumo e o FIXtheMAD já bem o disse com brilhantismo.

Sabes de tua conversa mole, pois não utilizas as palavras certas para esclarecer tua idéia, nunca dizes o que dizes.
Dissestes que máquinas - sobretudo a automação ...hehehe! - tira empregos no livre mercado e que por tal haverá desemprego - esqueceste o que eu efetivamente expliquei antes respondendo teus comentários escravocratas, caro anônimo.
Então com essa conversa mole de:
"o livre mercado sozinho vai dispensar grande parte desses trabalhadores que precisarão de ações sociais para não morrerem de fome."

Colocaste o "sozinho" exatamente para não aceitar o que te explquei anteriormente sobre os custos do roubo estatal na produção, desestimulando assim a produção devido o custo não recuperável nas negociações. Ou seja, fica caro demais trabalhar e produzir porque o governo TOMA uma parte da produção oferecendo muitissimo menos do que o valor que expropria, desequilibrando as trocas ao esterilizar capital. Ou seja, o estado/governo (parasitas safados) consome bens e serviços produzidos pela população pagadora de impostos e não oferece compensação pelo que delaconsome.

E o que defendes então é que os governantes utilizem a força para tomar continuamente as riquezas dos que trabalham e produzem para distribuir uma pequena parte para os miseráveis. Não te prendes a idéias de justo e injusto, certo ou errado, pois que escoras-te na tua pretensa magnanimidade com o bolso alheio. Então, em teu delírio de magnânimo defensor dos frascos e comprimidos, queres ser o arbitro a arbitrar sobre a vida alheia. Para isso escoras-te em baboseiras jádesmoralisadas no sec XIX.
Na verdade não queres entender coisa alguma, pois sabes muito bem de quão pífias são tuas alegações e sobretudo sabes do quanto é repugnate tua proposta, já que não a esclareces com as palavras certas: Queres uma classe governante arbitrária ditando sobre a vida alheia empoleirada enos palácios governamentais pregando a igualdade material ...ou pelo menos, quando apertados pelos fatos, apenas uma "melhor distribuição de renda" ...hehehe!

Isso é o que queres e defendes por meios turvos. E bem o deixaste claro com o teu: "o livre mercado SOZINHO vai dispensar grande parte desses trabalhadores que precisarão de ações sociais para não morrerem de fome." ...hehehe! ...esse SOZINHO denunciou tua vontade de negar o que antes, em outro post, eu tinha explicado ....hehehe! foi sintomático, esclarecedor ...mas ofatoé que o desemprego é causado pelocrescimento do governo que consumindo sem produzir, apenas cria custos estéreis para a produção, encarecendo-a em demasia e desestimulando-a.

...e eu ainda perco tempo com repetidores que ignoram tudo que se opõe a suas fantasias aprendidas e repetidas incessantemente, como se nunca refutadas. ...o sec XIX nunca acaba mesmo. É coisa de religião, não importa quanto sejam desmoralisadas as baboseiras, os interessados insistirão repetindo-as como se nunca desmoralisadas, por mais absurdas, aberrantes, fingirão que nada ouviram e continuam a repetir com fé que tal as fará verdadeiras, pelo menos dentre os interessados será uma "verdade consensual" em vez de apenas verdade.
PQP! o cara insiste que máquinas e automação são os responsáveis pelo desemprego e defende "bolsa esmola" fornecida pelos governantes com nome de "ações sociais". ...Bah! ...sabe bem que não deve dizer claramente o que está defendendo ...hehehe!

...Bah! ...ter 5,6 ou mais filhos sem ter condição de cria-los é uma outra questão. Classe média te 1 ou dois, os tais de pobres tem 5, 6, 7 e... e no fim um pretenso magnânimo adorador do estado/governo quer que os que tiveram um ou dois se responsabilizem pela cruel irresponsabilidade alheia.

...olha só para um lado ...hehehe!
...Crê que "uma mentira repetida mil vezes se torna-se verdade". ....hehehe!

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Brilhantíssimo FIXtheMAD!
...e pacientíssimo para dar explicações que o tipo nãoquer entender.
Ele, como fez antes, esperará e voltará com a mesma arenga, como se nada lhe tivesse sido oposto.
Éa ideologia, nela estão os seus valores e oseu alor. Desmoralisada a ideologia, o tipo cai em depressão e precisará de outra com valores faceis de simular em si. Valores retóricos e valores "com chapéu alheio" são osideais, logo, TODAS as ideologias defendem tais valores pífios nas morais ideológicas. Daí que encantam os inseguros com o coletivismo das ideologias, que passam a representar o indivíduo ao mesmo tempo que tomam para si os meritos dos adeptos: é o parasitismo de méritos através do coletivismo.

...enfim, se entrará numarosca sem fim, onde não se diz o que foi dito e onde o esforço épara não entender e não esclarecer.

Abs
C. Mouro

Anônimo disse...

Eu vou tentar comentar rápido. Eu li que vocês disseram que o dinheiro vai circular, os donos de canavias vão investir o dinheiro dos lucros e gerar novos empregos.

Duas coisas, primeiro vocês não consideraram que os investimentos podem ser feitos em setores que também estão sendo automatizados. Segundo, vocês estão esquecendo que para um investimento dar certo e o dinheiro circular, é indispensável que hajam consumidores. Essa é uma falha de percepção, vocês acham que consumidores dão em árvore. Para haver consumidores, é preciso haver em primeiro lugar gente com renda, com emprego. Para haver muitos consumidores, é preciso haver muita gente com emprego. Há alguns anos o Brasil estava em uma situação em que os empresários hesitavam em investir porque achavam que não haveriam consumidores suficientes para comprar seus produtos, mas não haviam consumidores suficientes porque os empresários não investiam e não geravam emprego, era um círculo vicioso. Para a economia crescer, com o nível de automação que existe hoje em dia na economia e que tende a aumentar, é necessário que exista em primeiro lugar uma massa crítica de pessoas com emprego, renda e portanto consumidores. O crescimento brasileiro hoje é puxado principalmente pelo consumo interno, veja a indústria automobilística e mercado imobiliário batendo recordes. De onde saiu tanta gente com renda para comprar carros e casas? Por que elas não compravam antes? Porque não haviam empregos suficientes, ou eram subempregos com baixíssima estabilidade. Como é que um sujeito vai comprar um carro ou uma casa se ele não sabe se estará empregado ano que vem? Mesmo que ele tenha dinheiro para comprar ou fazer um financiamento, ele vai guardar o dinheiro (de baixo do colchão, se você quiser) e o dinheiro não vai circular, se ele não tiver um emprego que lhe dê um mínimo de segurança. Gerar empregos não é só uma questão de ser bonzinho, sem empregos não tem consumidores, sem consumidores o dinheiro não circula e a economia não cresce.

Anônimo disse...

Ó magnânimo anônimo,

fazer consumidores é facílimo. Bastaria, sob sua ótica estapafúrdia, o governo "fabricar dinheiro" e distribuir entre os necessitados. Assim eles comprariam e os produtores produziriam para vender e enriquecerem-se. ...Certo?

Não, cao magnânimo, tá erradíssimo.

10 Por que achas que o governo cobra impostos?
Será porque precisa de dinheiro? NÃO!
O governo pode fazer tantodinheiro quanto queira, e os "estadunidenses" (...hehehe!) nãovão se importar.

O governo cobra impostos para impedir que os produtores consumam tudo oque produzem. O imposto é para reduzir o consumo dos que produzem e trocam seu produto por dinheiro, para depois então trocar esse dinheiro por produtos.

Se os produtores que abtêm renda por seu trabalho e investimento ficassem com o total de dinheiroobtido nesta troca, a soma deles poderia adquirir os bens e serviços disponíveis para troca.

Assim, o governo para consumir (gastar) teria que fabricar dinheiro sem lastro - não produz nada para trocar, mas sim antes precisa consumir bens disponiveis - Isso faria com que a quantidade de dinheiro total fosse maior que a soma que cada produtor recebeu por seu produto posto em disponibilidade. Ou seja, haveria mais dinheiro para comprar do que produtos para serem adquiridos. Isso faria com que o valor dos produtos subissem em relação ao dinheiro. Assim, aqueles que recebessem "dinheiro falso" primeiro aoadquirirem e esgotarem certos produtos, causariam aumento nestes e os vendedores depois e depois e assim em diante, causando a aumento generalizado de preços. Isso leva a desajustes no cálculo de investimentos e retorno. Havendo uma tendência a precauções um tanto subjetivas porcertos agentes e aí as trocas são dificultadas e a economia vai para o saco, causando desgraça.

O governo cobra impostos não por precisar de dinheiro alheio, MAS SIM para impedir que as pessoas consumam o total de seus rendimentos. O governo consome uma parte daquilo que elas produziram ao TOMAR-HES NA MARRA parte do dinheiro que trocaram por seus produtos e serviços.

Consulte seu mestre e volte com nova arenga para encher outro.

Abraços finais
C. Mouro