sexta-feira, julho 04, 2008

Nascido em 4 de Julho



Rodrigo Constantino

“Consideramos estas verdades evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade”. (Declaração da Independência Americana, 4 de Julho de 1776)

Hoje é o aniversário daquilo que foi um dos marcos mais importantes do mundo, a Declaração da Independência Americana. Ali estaria selada, em poucas palavras, a função básica do governo, afirmando categoricamente a soberania do povo sobre o Estado. Cada indivíduo seria livre na busca pela sua própria felicidade. As regras seriam iguais, não os resultados.

Infelizmente, o homem tem memória curta, e esquece-se das aulas básicas de seus grandes pensadores. A visão de curto prazo, aliada à mentalidade de se dar bem explorando os outros, faz com que uma multidão troque a liberdade por algum favor do governo. A ignorância, somada ao desejo de ganho fácil, faz com que a massa deposite sua esperança num messias salvador, delegando função paternalista ao Estado. A perfídia, com pitadas de romantismo utópico, faz com que uma elite formadora de opinião condene a meritocracia e pregue soluções coletivistas para os problemas do mundo, levando ao socialismo ineficiente e injusto.

O governo não está acima do povo, mas sim depende de seu consentimento para ser validado. E isso não quer dizer, de forma alguma, que uma maioria está livre para fazer o que bem entender. A democracia não deve levar a uma simples ditadura da maioria, onde dois lobos e uma ovelha votam para decidir a janta. Os direitos individuais deverão ser sempre respeitados, e era esse o foco da Declaração que fundou a República americana. Cada indivíduo deve ser livre para perseguir sua felicidade, sem invadir a liberdade do outro. Reparem que não há como um governo garantir a felicidade, mas apenas o direito de cada um buscar a sua, livre da coerção alheia. E notem também que nesse percurso, o direito de um não pode destruir o direito do outro. Essa valiosa lição é hoje amplamente ignorada, com governos prometendo cada vez mais, sem se importar que para dar algo a alguém, precisa antes tirar de outro.

Na sabedoria de homens como Benjamin Franklin e Thomas Jefferson, construíram-se os pilares que criariam a nação mais próspera do mundo. Não há superioridade racial, não há fatores genéticos, não há maiores recursos naturais, não há sorte. Foram os princípios adotados por estes homens que possibilitaram um meio amigável ao progresso humano. Foi a liberdade individual que estimulou o empreendedorismo e a inovação. Foi o conceito de troca voluntária, básico do capitalismo liberal, que permitiu tamanho avanço. Os Estados Unidos são o que são hoje por mérito de um modelo eficiente, justo e adequado à natureza humana individualista. Infelizmente, até os americanos vêm se afastando do conceito original que tanto os distanciaram do resto do mundo. O Leviatã estatal tem crescido por lá, alimentando-se das liberdades individuais tão valiosas.

O pequeno texto da Declaração de Independência deveria ser relido com maior freqüência, pois seus ensinamentos são constantemente esquecidos num mundo onde idéias coletivistas entram cada vez mais em moda. Trocam o objetivo conceito de justiça pelo abstrato termo "justiça social", como se os burocratas do governo devessem decidir como configurar a sociedade de cima para baixo, escravizando seu povo para isso. Ofuscam a liberdade individual em nome da visão coletivista, como se existisse um "interesse nacional" ou "bem público" que justificasse o sacrifício dos indivíduos. O liberalismo dos “pais fundadores” compreendia que cada indivíduo é um fim em si próprio.

A esperança é a última que morre. Mesmo que distante do ideal de liberdade individual e da isonomia das leis, vários países adotaram a democracia ou ampliaram as liberdades individuais nas últimas décadas. Vamos continuar sonhando – e lutando – para que aquelas sábias palavras proferidas há mais de dois séculos tenham profundo impacto nos indivíduos. Hoje, dia 4 de Julho, o mundo todo deveria comemorar. Afinal, não se trata somente do aniversário de uma nação livre, mas sim da própria liberdade. Antes dos Estados Unidos da América, os países eram calcados em tradições coletivistas, sem este foco na liberdade individual. Como defensor da liberdade, fico muito feliz de ter nascido em 4 de Julho. Viva a liberdade!

19 comentários:

Anônimo disse...

Parabens também pelo brilhante artigo.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

O artigo é antigo mas a atualidade de suas ideias permanece inabalavel.

Parabens Consta!

O tempo faz mais convertidos que a razão, já dizia Paine.

Bruno disse...

Land of the Free!!!!!!!

Luiz Mário Brotherhood disse...

Rodrigo Constantino,
Gostaria de mandar uma mensagem privada pra você, através de e-mail. Seria possível?
Tenho algumas dúvidas em relação a sua filosofia e suas respostas seriam de grande ajuda.
Meu e-mail é luizmariobr@hotmail.com, se você preferir me mandar um e-mail para que eu saiba o seu.
Muito obrigado desde já.
Luiz Mário Brotherhood

Anônimo disse...

Parabens!

Anônimo disse...

"Whenever there are in any country uncultivated lands and
unemployed poor, it is clear that the laws of property have been so
far extended as to violate natural right." --Thomas Jefferson to
James Madison, 1785.

Anônimo disse...

"Another means of silently lessening the inequality of property is
to exempt all from taxation below a certain point, and to tax the
higher portions of property in geometrical progression as they
rise." --Thomas Jefferson to James Madison, 1785.

Anônimo disse...

"I hope we shall... crush in its birth the aristocracy of our
moneyed corporations, which dare already to challenge our
government to a trial of strength and bid defiance to the laws of
our country." --Thomas Jefferson to George Logan, 1816.

Anônimo disse...

Rodrigo,
Aproveite o "clima" e escreva algo sobre os narcotraficantes nojentos das FARC.
Aproveitando,como sei que muitos vermelhos passeiam nesse blog,deixo já meu comentário:
Eles estão "malhando" o Exército Brasileiro mas verdadeiro problema,camaradas vermelhos ,naquele lugar,são as drogas.SÃO O PANO DE FUNDO,DESSE,E DE INÚMEROS DRAMAS,TRAGÉDIAS,CRIMES,LÁGRIMAS MATERNAS,ETC,ETC,ETC. Acontece que na lista de RESPONSÁVEIS POR ISSO TUDO,não estão só os traficantes não.Eles são apenas os últimos de uma longa lista que COMEÇA na plantaçõa,DISTRIBUIÇÃO(ÔPA! É JUSTAMENTE AQUI QUE QUERO PARAR)SIM,NA DESTRIBUIÇÃO LÁ NO SEU PAÍS DE ORIGEM.E como bem sabemos um dos maiores produtores é a Colômbia.E é lá,camaradas vermelhos,que as FARC desempenham um grande processo nessa atividade em parcerias com os produtores.(que o diga o nosso "querido" Fernandinho Beira-Mar).
Vcs estão ideológicamente ao lado deles,então são moralmente responsáveis pelas desgraças como essa do morro da Providência e por muitas outras,relacionadas com as drogas,no Brasil e no mundo.

Anônimo disse...

Parabéns cara, pode ter certeza de que teu blog ajuda a abrir os olhos de muitos ex esquerdistas, como eu

Anônimo disse...

Feliz aniversário.

D. Fernandinho disse...

Meus parabéns atrasados.

Anônimo disse...

Foi legal ver o teu Bush sendo vaiado! rsrs

Agora, indo ao assunto do artigo, devo dizer que felizmente conheço os teóricos liberais. Entre eles, Benjamin Franklin, citado pelo Rodrigo Constantino, que era contra os hospitais para pobres e albergues para idosos.

Morgana disse...

Meus parabéns,pela data,pelo artigo e por suas idéias,as quais adoto e ostento com muito orgulho!

Anônimo disse...

Acho que não entenderam meus posts, então eu vou traduzir.


"Sempre que haja, em qualquer país, terras improdutivas e pobres desempregados, fica claro que as leis de propriedade foram extendidas a ponto de violar o direito natural"
Thomas Jefferson para James Madison, 1785.

"Outra maneira de diminuir a desigualdade de propriedade é isentar de impostos pessoas com propriedades abaixo de um certo nível e combrar impostos de concentrações de propriedade em progressão geométrica a medida que elas aumentam."
Thomas Jefferson para James Madison, 1785.

Eu espero que nós esmaguemos, em seu nascimento, a aristocracia de nossas corporações endinheiradas, que já ousam desafiar nosso governo para um teste de força e desprezar as leis de nosso país."
Thomas Jefferson para George Logan, 1816.

Anônimo disse...

Ah é, você também já devem ter ouvido falar das dezenas de ossadas que foram encontradas na casa que Benjamin Franklin mantinha em Londres, muitas com sinais de agressões.
Muitos teorizam que ele sacrificava pessoas em missas negras e rituais satânicos.

André Barros Leal disse...

Em primeiro lugar... feliz aniversário, Rodrigo.

Incrível é como algumas pessoas insistem em criticar os EUA. Engrossam coros de grande satã, povoam passeatas anti-americanas, e colam cartazes de "resistir é preciso". O interessante é que a grande maioria destes que criticam, de alguma forma usam produtos que somente foram possiveis de existir graças aos capitalismo. A própria energia eletrica, foi uma descoberta motivada puramente pelo lucro. O que seria do mundo sem ela?

Tandor disse...

"A própria energia eletrica, foi uma descoberta motivada puramente pelo lucro. O que seria do mundo sem ela?"

Não, não foi.
Já se conhecia a eletricidade a muito tempo.

Nenhuma grande descoberta, ao menos que eu me lembre, foi movida pelo desejo de lucro.

Movido pelo lucro é a técnica que empregam para transformar a descoberta em um produto comercial.

Unknown disse...

Como pode um cara com tanta inteligência, render homenagem pra essa nação terrorista.
Perde toda credibilidade.