quarta-feira, janeiro 27, 2010

A Trégua de Chávez



Rodrigo Constantino

“A História se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa.” (Karl Marx)

Após a crise no governo de Hugo Chávez se intensificar com a renúncia de dois ministros, sendo um deles seu vice-presidente, e também do presidente do Banco da Venezuela, o caudilho resolveu que investimentos estrangeiros no setor de petróleo, a locomotiva do país, são desejáveis. "O investimento e a experiência de firmas de petróleo estrangeiras são necessárias na Venezuela", disse Chávez. "Precisamos disso". Após estatizar o que restava de empresas estrangeiras atuando no setor, Chávez reconhece o óbvio: um monopólio estatal a serviço do governo é sinônimo de ineficiência garantida.

Mas nem mesmo aqui Chávez consegue ser original. Lênin, após verificar o caos que havia criado na economia russa com suas estatizações, resolveu apelar para um recuo tático. Ele lançou em 1921 a NPE (Nova Política Econômica). Os camponeses passavam a desfrutar de maior grau de liberdade para vender o excedente da produção no mercado aberto. O governo também autorizou uma quantidade limitada de comércio e manufatura privada de bens de consumo. A recuperação com a NPE foi imediata. Por volta de 1928, a produção de grãos da Rússia alcançou níveis nunca vistos desde 1913. Bastou retirar alguns obstáculos criados pelo governo, e deixar o mercado funcionar um pouco mais livre, para ter um resultado espantoso.

Só que o sonho durou pouco. Richard Pipes, em seu livro sobre o comunismo, explica: “Muitos, dentro e fora da Rússia, acreditaram que a NPE assinalara o abandono do comunismo. Falava-se de um ‘Termidor Russo’, com referência aos eventos na França em 1794, que haviam levado à queda e execução de líderes jacobinos. Mas a analogia era inadequada: primeiro, os jacobinos russos permaneceram firmes no controle; segundo, eles viam suas concessões como meramente uma trégua. E assim se revelaram”. Quem confiou no governo socialista de Lênin, quebrou a cara: vendeu ao regime a corda que seria usada para enforcá-lo.

Agora Chávez pede a sua trégua aos investidores privados e estrangeiros, desesperado com o agravamento da situação econômica na Venezuela, fruto das medidas socializantes de seu governo. Quem vai apostar suas fichas numa mudança estrutural do regime chavista? Quem vai dar um voto de confiança ao fanfarrão que vem destruindo a Venezuela com sua “revolução bolivariana”? Sinceramente, quem o fizer, vai merecer quebrar a cara depois, quando o Chapolin Colorado novamente avançar sobre a propriedade privada deles e gritar: “Não contavam com minha astúcia!”. Ingenuidade tem limite!

7 comentários:

ntsr disse...

E tem alguém acreditando nele?

Allen Konstanz disse...

Sempre vai ter um otário (ou vários), que irão acreditar...

fejuncor disse...

A América do Sul tem de se livrar logo dessas viúvas socialistas que ainda povoam o continente trazendo atraso, ditadura e miséria com seus regimes totalitários ao estilo Chaveco-Dom Fidel el Carrasco. Vão chorar na tumba do genocida Lênin e nos deixem em paz, seus atrasados!

CorruPTocracia: Roubar é poder! disse...

Oque significa ter uma visão política autoritária ? ??

fejuncor disse...

Gedeão, vou tentar dar um exemplo:

Você não tinha nada que fazer esta pergunta. Esse negócio de visão política autoritária é coisa do passado, hoje temos democracia e se você não está gostando vai procurar outro pais. Só o fato de fazer esta pergunta já mostra que você não sabe o que é política autoritária, então não venha questionar porque você nem sabe o que é isso. Fique quietinha aí no seu canto que é a melhor coisa que você pode fazer.

Isto, ao meu ver, é uma visão política autoritária. O autoritarismo nasce na certeza de que o "status quo" é o ideal e precisa ser mantido. A democracia também pode ser autoritária. O autoritarismo tem suas razões. Espero ter ajudado.

Everardo disse...

fejuncor, a América Latina estava alastrada de ditaduras era na década de 60. E as viúvas ainda não se consolaram.

ntsr disse...

Everardo, que tal vc ser coerente pelo menos uma vez na vida e comprar uma passagem pra cuba só de ida