sexta-feira, junho 17, 2011

Etanol: Conquista importante nos EUA


Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

O Senado americano realizou votação histórica ontem. Com 73 votos a favor e apenas 27 contra, foi decidido o fim dos subsídios ao etanol no país. O governo torrava US$ 6 bilhões por ano para proteger poucos produtores influentes, à custa de todos os consumidores e pagadores de impostos americanos. Esta política protecionista já durava três décadas, mostrando o poder do lobby deste setor.

A decisão ainda não é definitiva, pois precisa ser aprovada pela Câmara – o que não será nada fácil. Mas já foi uma sinalização na direção correta, e por isso merece comemoração. O protecionismo serve apenas para transferir recursos dos consumidores para poucos produtores organizados, com influência política. Como o benefício é concentrado e o custo é disperso, os produtores se organizam para pleitear subsídios, enquanto cada consumidor paga alguns centavos extras e não se mobiliza contra o privilégio. E assim medidas protecionistas conseguem ser perpetuadas a despeito de seus resultados econômicos maléficos. No agregado, a conta sai cara.

O Brasil, que tem vantagem competitiva na produção de etanol, tem muito a comemorar com a decisão. Mas poucos se dão conta que isto vale para outros setores também, inclusive aqueles que o governo brasileiro tenta proteger na marra. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, pretende estimular o setor de tecnologia nacional justamente por meio de medidas protecionistas, resgatando a idéia fracassada da “Lei da Informática”. Trata-se do mesmo tipo de falácia econômica, típica daqueles que enxergam o comércio internacional como uma batalha de soma zero, em que importar é ruim e exportar é bom. Nada mais falso!

Que a decisão do Senado americano sobre o etanol sirva de combustível para o debate ideológico no Brasil. Protecionismo, subsídios, medidas que favorecem poucos produtores selecionados, sempre acabam por prejudicar os consumidores e os pagadores de impostos. Subsidiar o etanol lá é ruim, tal como subsidiar informática ou bois no Brasil é ruim. O ideal é deixar o mercado livre mesmo, para que a lógica das vantagens comparativas possa fazer seus “milagres” econômicos.

5 comentários:

Control disse...

Acho que até existem bons subsidios, como subsidiar tecnologias verdes, paineis fotovoltaicos, mas, definitivamente, não era o caso do alcool a partir do milho. O que eu não consigo achar é "boas" barreiras protecionistas. Seria legar ver nosso governo subsidiando informática ou qq setor de tecnologia por aqui através de isenções fiscais e tal. No entanto, o governo do Brasil tributa quem quer construir uma escola que ensina ciência e dá isenção fiscal para abrir igrejas. Quando ganha uma causa na OMC a forma que ele encontra para retaliar é taxar a importação do país litigante ao invés de subsidiar nosso produto concorrente exportado. Sem dúvida não é papel do Estado sustentar setores ineficientes, mas o brasileiro também não precisava jogar tão contra assim.

Anônimo disse...

Amigo sabe por que isso? Porque o governo precisa mais de crentes iludidos do que de sóbrios instruidos. O governo é o grande aliciador de ignorantes, explorador de incautos, ladrão de ingênuos, e a igreja é o grande instrumento que transforma a massa em material moldável, maleável.

A igreja não existiria se não gozasse de isenção fiscal e não fosse um instrumento de falicitação da corrupção governamental.

neto disse...

Igreja pode lavar dinheiro do narcotráfico, arrebanhar eleitores, passar nota fiscal com isenção fiscal. Igreja é muito mais negócio, numa corruptocracia como esta que temos no Brasil, do que escola. Escola ensina, escola é uma praga, escola é subaserssiva. Como é que um presidente como o Lula seria presidente se houvesse boas escolas no país? Nunca. Xô escola. Escola é coisa dazelite.

Francisco Luis disse...

Para tornar mais esdrúxulo as atitudes do governo brasileiro, basta lembrarmos que o etanol nacional também é extremamente protegido. Isso também pesa no bolso dos contribuintes e consumidores nacionais, vide o preço da gasolina.

Anônimo disse...

O brasil já teve reserva de mercado pra informática, e o resultado foi lixo.
ntsr