sexta-feira, março 30, 2012

O encontro das cigarras com a realidade

Deu no G1: Espanha faz greve geral contra reformas trabalhistas

Diz a reportagem:

"A Espanha enfrenta nesta quinta-feira (29) uma greve geral de 24 horas contra as reformas trabalhistas propostas pelo governo. Os sindicatos espanhóis destacam a adesão “em massa”. Segundo informações das agências de notícias, trabalhadores fazem piquetes em frente às empresas.

Grupos sindicalistas foram às ruas e protestaram em frente as empresas e às estações de transporte público. De acordo com informações do governo espanhol, 33 pessoas foram detidas e cinco policiais ficaram feridos em incidentes menores."

No começo de 2010, escrevi para a revista VOTO um artigo sobre este inevitável encontro das cigarras europeias com a realidade. Nele, eu alertei:

Há, entretanto, um grave problema na equação: convencer esse povo, agora já acostumado, a abrir mão dos privilégios insustentáveis. Muitos já ameaçam ou até fazem greves gerais, mostrando que não aceitarão, sem luta, regressar à realidade, largar o osso oferecido pelo governo no passado. A cigarra, mesmo doente, não deseja abrir os olhos e verificar que aquela dolce vita não existe mais. Ela irá relutar até o final. Só que as formigas cansaram de bancar a farra da cigarra. Até quando ela conseguirá cantar assim?

6 comentários:

Anônimo disse...

Diz o autor:
“Será que há motivações não políticas a serem informadas pela defesa máxima ou categórica da liberdade individual?”

Evidentemente que o objetivo é colocar todos no mesmo saco, misturando filosofia e política partidária. Infelizmente o autor parece desconhecer que humanos não apenas atuam no sentido de torcer ou participar de um “time” na ânsia de vê-lo ocupando o Poder estatal, mas podem almejar que tal Poder não atue sobre si e os demais que não o desejarem. A prática política é essencialmente (im)positiva, exige ação, enquanto que a Liberdade é uma instância negativa que nega ação sobre o indivíduo. Defender a política não é defender a liberdade. Neste sentido é que se pode desprezar a política sem com isso se estar desprezando reflexões sobre certo e errado, justo e injusto ou sobre como os indivíduos devem se relacionar. Ou seja, abominar a política é abominar o relativismo moral. Afinal, o que resulta da política, sempre ideológico-utilitarista, é o relativismo moral estabelecido. Já que decisões políticas são instituídas como perfeitamente morais institucionalmente. Seria absurdo se estabelecer procedimentos admitindo-os safados em termos absolutos e mesmo imorais em termos relativos. Ou seja, a política e o exercício do relativismo moral, política não se pauta por princípios tendo por justiça a vontade do mais forte, de quem ocupa o Poder no momento. Claro é que abominar a política é abominar uma moral cambiante que se estabelece segundo interesses e disputas pelo exercício do Poder.
“Jogar lama sobre todos não é uma forma de ficar limpo.”

Quando alguém afirma abominar a política esta se referindo à política coercitiva diretamente relacionada ao exercício do Poder estatal como fonte moral para estabelecer não só o legal, mas com a pretensão de estabelecê-lo legitimo. Discutir questões e fazer proposições em busca de consensos ou de um absoluto ético sobre como indivíduos devem relacionar-se não é o que se possa chamar de fazer política, esta relaciona-se diretamente ao exercício do Poder para impor subjetividades. Algo bem diferente de concepções sobre um absoluto ético. Ambicionar não sofrer ação arbitrária alheia não é o mesmo que ambicionar agir arbitrariamente sobre os demais. Esse tipo de confusão é o mesmo que muitos fazem com a idéia de liberdade, querendo percebe-la como uma capacidade de ação ilimitada (idéia de positividade), quando na verdade a idéia de liberdade é a de o indivíduo não ser oprimido ou coagido. Claro que se refere a relação entre humanos, ninguém pode se dizer oprimido ou coagido por fatores naturais ou mesmo por parte de animais irracionais. O termo refere-se as relações entre humanos. A mesma confusão se faz com relação à idéia do Direito, atribuindo-lhe um caráter positivo que acaba por levar a impasses, pois que a idéia de Direito é também negativa: o direito de um nega a todos os demais o mesmo direito ao mesmo tempo. É fácil exemplificar: se tenho direito sobre minha vida, ninguém mais o tem; se tenho direito de sentar num banco de uma praça, enquanto eu estiver exercendo este direito ele é negado a todos os demais. O exemplo do banco da praça é ótimo para q eu se perceba a diferença entre o sentido positivo e negativo do termo. A idéia positiva produz impasses e absurdos: meu direito a vida não implica que outros a devam sustentar; meu direito de ir e vir não implica que outros devam me prover uma viagem e etc.. Tais confusões são convenientes a objetivos políticos, mas não resistem a uma análise nem mesmo sobre sua possibilidade, haverá antinomia, demonstrando a falsidade da proposição em sua pretensão, a falácia intrínseca que ela contém.

Anônimo disse...

Esse anônimo aí falou um quilometro e não disse um centímetro.

Bruno Tôrres de Melo Rêgo. disse...

Realmente, falou muito e não disse nada.

samuel disse...

encher lingüiça é ocupar espaço e frustar o verdadeiro diálogo. É reduzir o Blog a um monte de asneiras e torna-lo desinteressante.

Anônimo disse...

Gerador de lero-lero detect!!!!! Rsrs

Anônimo disse...

Ainda bem q me pouparam de ler o bla bla bla.