segunda-feira, agosto 21, 2006

Não Somos Racistas



Rodrigo Constantino

O racismo, até então inexistente como uma característica predominante da nação brasileira, que sempre teve orgulho de sua miscigenação, pode estar florescendo por aqui. A mentalidade maniqueísta que divide o povo entre brancos e pretos está por trás desse lamentável fato. Eis a tese defendida com sólidos argumentos pelo jornalista Ali Kamel em seu recente livro Não Somos Racistas, uma leitura fundamental para quem pretende compreender melhor os rumos que o país está tomando na questão racial.

Ali Kamel deposita uma boa parcela de culpa no governo FHC, que teria avançado nessa remodelagem de uma nação bicolor, onde brancos oprimiriam negros. Tal mentalidade estaria totalmente de acordo com o defendido pelo sociólogo Fernando Henrique Cardoso nos anos 1950. No governo FHC foi criado o Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, o que já denota este racismo que divide tudo em brancos e negros. Eram os primeiros passos do que viria a se transformar no regime de cotas durante a gestão de Lula, que tem até um Ministério da Igualdade Racial. As sementes que poderão germinar no até então inexistente ódio racial brasileiro foram plantadas por FHC, e bastante regadas por Lula.

O país já possui leis que previnem contra o preconceito racial, e a própria Constituição prega a isonomia das leis. Ali Kamel diz: “Num país em que no pós-Abolição jamais existiram barreiras institucionais contra a ascensão social do negro, num país em que os acessos a empregos públicos e a vagas em instituições de ensino público são assegurados apenas pelo mérito, num país em que 19 milhões de brancos são pobres e enfrentam as mesmas agruras dos negros pobres, instituir políticas de preferência racial, em vez de garantir educação de qualidade para todos os pobres e dar a eles a oportunidade para que superem a pobreza de acordo com os seus méritos, é se arriscar a pôr o Brasil na rota de um pesadelo: a eclosão entre nós do ódio racial, coisa que, até aqui, não conhecíamos”.

Em seguida, Ali Kamel dá continuidade à sua argumentação, lembrando que o conceito de raça sequer existe geneticamente: “Definitivamente, não existem genes exclusivos de uma determinada cor”. O próprio conceito de raça em si deve ser superado, e indivíduos devem ser julgados por outros critérios que não a cor da pele, algo totalmente irrelevante em relação ao caráter e capacidade intelectual. Não existem raças superiores ou inferiores, e abraçar tal crença é mergulhar na irracionalidade.

Dando prosseguimento aos argumentos, Ali Kamel mostra como as estatísticas têm sido mal interpretadas ou até mesmo manipuladas. O grosso da população brasileira se considera pardo, um termo vago que abrange várias tonalidades de cor. As estatísticas apresentadas para “provar” um suposto racismo como causa da miséria dos negros têm utilizado todos os pardos como negros, enquanto estes representam uma pequena minoria do total. Fora isso, há uma enorme confusão entre correlação e causalidade, onde passam a considerar como causa da pobreza a cor da pele, sendo que observando mais a fundo os números, fica claro que a pobreza não faz distinção de cor. O Pelé não é vítima de preconceito racial, assim como vários outros negros ricos. Já brancos pobres costumam ser vítimas de preconceitos. Ali Kamel diz existir um “classismo” no Brasil, onde a pobreza em si gera preconceito, mas não a cor da pele. Casos isolados sempre vão existir em qualquer lugar, mas claramente o racismo não é uma marca da nossa nação, tampouco o motivo da existência de tantos pardos e negros na pobreza. Se assim fosse, os brancos seriam oprimidos pelos amarelos, já que estes ganham o dobro do salário daqueles, na média. O racismo, na verdade, não explica a discrepância de renda. Um negro, um pardo e um branco com a mesma qualificação costumam receber o mesmo nível de salário.

Um outro livro fundamental para quem pretende conhecer mais a fundo a questão das cotas raciais é Ação Afirmativa ao Redor do Mundo, de Thomas Sowell. O próprio Ali Kamel usa em seu livro os estudos empíricos do professor negro e PhD. pela Universidade de Chicago. O trabalho de Thomas Sowell é esclarecedor sobre as conseqüências nefastas do regime de cotas. O que era para ser temporário passa a ser permanente e costuma abrigar novas minorias, pois políticos não acabam com privilégios estabelecidos. Onde não havia ódio racial este passa a existir, inclusive com casos de guerra civil, como em Sri Lanka. Apenas os mais afortunados entre a minoria privilegiada se beneficiam das cotas. Em resumo, a ação afirmativa falha em todos os sentidos. Ali Kamel conclui: “Errar, ignorando toda a experiência internacional sobre o assunto, é caminhar conscientemente para o desastre. No futuro, se se repetir aqui o que aconteceu lá fora, não haverá desculpas”.

PS: Para quem acha que o alarde é exagerado e o racismo, mesmo com todo o barulho na defesa de privilégios, ainda está longe de ser nossa realidade, pode fazer um simples exercício: imaginar qual seria a reação dos defensores de cotas e de todas as vítimas do “politicamente correto” caso um grupo de música fosse lançado com o nome “Raça Branca”.

21 comentários:

Blogildo disse...

Lembrei de um diálogo onde eu trabalhava. Uma colega usou a expressão "o cara era preto". Outra colega a corrigiu dizendo: "Preto não! N-E-G-R-O! Preto é cor, negro é raça."

A minha colega respondeu: "E vc é o quê? Branca ou Ariana?"

Deu um bate-boca...

Anônimo disse...

O preconceito é uma merda mesmo..

O mesmo preconceito que as auto-denominadas "minorias" dizem sofrer no dia-a-dia, eles aplicam com outros. Alguns anos atrás eu estava chegando a universidade federal de Pernambuco, aonde estudo, e uma menina estava fazendo um abaixo-assinado para ter direito a usar o centro de convenções sem ter que pagar nada, nem uma taxinha por isso. Eu me menifestei contra, dizendo que há custos envolvidos e que nem que fosse a preço de custo deveriam sim cobrar dos estudantes.

O que se seguiu foi uma série de xingamentos dentre os quais me recordo de "neo-liberal" e "burguês", além de uma ordem para estudar em escola privada já que gostava tanto de pagar.. essa é a parte que me prendeu. "Gostar de pagar".. não é suficiente que eu e ela estudemos sem pagar já que esse custo é rateado por todos sem excessão, inclusive os que não tem filhos e que pagam escolas privadas, mas ela queria mais: queria (e quer) que pague-se tudo para ela e ai daquele que não concordar !!

O preconceito funciona "both ways": imagine mesmo se houvesse uma banda "Raça Branca" ?

Anônimo disse...

Concordo com Ali Kamel. Há muito venho afirmando que existe, de maneira predominante, um preconceito de classe, mas não de raça. Não estou com isso dizendo que não exista absolutamente preconceito racial no Brasil. Existe,é óbvio, mas como uma atitude individual e minoritária. Como foi dito, as leis se encarregam de combater tanto o preconceito quanto à discriminação. Os movimentos de “defesa dos negros” é que exacerbaram esta questão, e no afã de defender a etnia e combater o preconceito, acabaram criando, isto sim, um preconceito invertido, dos negros contra os brancos. Vejo o sistema de cotas uma manifestação deste tipo de discriminação invertida. São os negros a reivindicar e conseguir do estado um privilégio imerecido, em detrimento de milhares de cidadãos pobres que, por não terem a pele escura, não gozam deste direito. Racismo é isto!

Anônimo disse...

Finalmente a grande mentira que sustenta a política racista do governo Lula ganhou a publicidade necessária e expôs a verdade: PARDO NÃO É NEGRO. O sistema racial de mentira do governo, difundida principalmente pela SEPPIR, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, inclui, p. ex., os pardos caboclos (mestiços de índios e brancos) e os mestiços de "japonês" e branco entre os negros, categoria inexistente no IBGE. No Brasil já existe movimento pardo (www.nacaomestica.org), combatido pela SEPPIR, pelo PT e movimentos negros, o qual tem denunciado o racismo estatal - que mostra a face autoritária do pensamento petista.

Anônimo disse...

Francamente,quem é negro no Brasil? e quem é branco? é o fenotipo que decide, ou seja,
a cor da pele, as feições do rosto?

É a genética ou seja os antepassados indivíduo?

É a consciencia das pessoas, ou seja, eu sou aquilo que eu acho que eu sou?

Se uma pessoa tem pele branca e olhos claros mas tem cabelo crespo e um avô ou avó negra. é o que? se esse individuo se declara branco,alguém pode questioná-lo?

Se ele se declara negro? alguém também poderia contestá-lo?

Qual é o critério?

Falar em negros ou brancos no país da mistura racial é no mínimo confuso,para não dizer ridículo.

Criar uma política de segregação racial(isso que o cururu vermelho quer fazer, não tem outro nome)então, é perigoso. Fere a própria constituição federal que considera a discriminação como crime.

Anônimo disse...

Prezado Rodrigo,
É claro que esta política do Sr. Lula, está institucionalizando o racismo, no Brasil.
Fiquei contente ao ouvir, recentemente, uma entrevista da grande atriz negra Ruth de Souza, dada a programa da TV E, do Rio, em que ela se declarou indignada com a política de cotas (ou quotas)para negros nas universidades públicas federais, brasileiras. Entende ela que o mérito é o fator que deve ser levado em conta. Também assim entendo, dizendo mais, que é responsabilidade do Estado uma educação completa, gratuita e para todos, independente de cor, raça, condição social, exatamente como preconizado pela Constituição Federal, tão enxovalhada, nesses últimos tempos. Esquíva-se o Estado Brasileiro de cumprir essa obrigação básica e elementar para com todos os cidadãos.
Quanto à opinião do Sr.Ali Kamel de que essa visão racista do atual governo teve origem no governo do Sr. Fernando Henrique, discordo inteiramente. Não foi a criação do Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra que originou essa política atual. Seria o mesmo que dizer as políticas de proteção e valorização das Populações Indígenas e/ou da Mulher são, também, por analogia, discriminatórias. Seria também como culpar Santos Dumont pelo uso bélico de sua invenção, o avião.
O que existe, é que a população brasileira, semi-alfabetizada que é, é refém fácil para espertalhões e propagadores de soluções milagrosas para todos os nossos problemas.
Abraço,
Carlos Alvim

Anônimo disse...

Eu era um sujeito dos cabelos amarelos e olhos azuis, branco como uma vela, mas para namorar uma menina de um grupo de capoeira fui obrigado a dizer que era negro, e tentei me sentir, mas estava equivocado, pois eu sou sertanejo, sempre o serei, até na lua.

O negro é a base mais importante de nossa nacionalidade, mas o principal sangue materno no interior é o indio; do negro, o indio e o branco surgiu mais que tudo o sertanejo.

Mas afinal somos todos Pindoramenses. O que é necessário é brasileirizar o brasil, e isto só o pode fazer os de baixo, negros, sertanejos, pindoramenses, ou como se queiram chamar.

Entre o povo o racismo economico é o que deve ser esmagado, transformando a natureza da sociedade brasileira.

Pelo caminho indicado pelas grandes massas que lutam por liberdade e justica neste mundo.

Anônimo disse...

SIGNIFICA QUE É CULTURAL-

QUE NAO SOMOS DESCULTURADOS E ASSUMIMOS O QUE SOMOS, NAO ESTÁ MAL-

E QUE O RACISMO É ECONOMICO.

Anônimo disse...

Vivemos o complexo da mistura, do mestiso, acredito que a psicologia deve conhecer isso, onde o "pai" é o sujeiro colonianista judeu- portugues, que violou aquela a quem mais amamos, a nossa genitora, está bem que repudiemos ao nosso pai, pois estes filhos da puta vieram para acabar com Pindorama e criaram tudo a sua imagem e semelhansa, e esta camisa está demasiado ajustada para nossas necessidades de hoje, a de liberdade, a de reconstruir nossos povos em novas condisoes. Superar nossa velhas idéias e adotar idéias novas que nos abram os cadeados que guerdamos em nossas cacholas. Devemos sair desta experiencia de forma positiva, matar ao pai, fugir com a mae e libertar a todos os pais, maes e filhos que nascam em nosso querido Brasil, ou Pindorama, ou nova áfrica se desfazendo de todas estas teias de aranhas.

Anônimo disse...

ISTO SÓ O PODE FAZER UM PARTIDO COMUNISTA COM AS ARMAS NAS MAOS E ARMADO COM O MARXISMO, MAOÍSMO!

PONTO FINAL!

Anônimo disse...

Certo, mas se lembre que somos um mosaico cultural, e é necessário respeitar este contexto.

Anônimo disse...

NADA O NEGA!

Anônimo disse...

E' OBVIO QUE HA' PRECONCEITO NO BRASIL. A DEMOCRACIA RACIAL E' UM MITO. ISSO QUEM ESTUDOU OU OBSERVA FAVELAS OU A COR DA PELLE DE CRIANCAS DE RUA JA' SABE HA' MUITO TEMPO.
E' interessante como os que dizem que nao tem racismo no Brasil somos cuase todos brancos. Facil, ne?! Ninguem discrimina contra a gente... Porque voces acham que "boa aparencia" nos anuncios de trabalho significa so' "toma banho", nao significa sobre tudo "pelle clara, por favor, cabelo lizo"... nao vao escrever isso assim ne...

Amigos, vejam pelo menos ese documentario:

http://www.youtube.com/watch?v=375sS13XAT0 (tem 5 partes)

Que' pais ipocrita o Brasil! Um pais di castas como a india onde nos brancos ficos em cima mandando e os pobres (cuase todos de pelle scura!0 limpam a merda da gente. E nos falamos que nao tem preconceito, mas nao podemos saber, ne!...

Anônimo disse...

Realmente o Brasil não é e nunca foi um país racista. Nem sei de onde surgiu essa expressão não é mesmo?

Anônimo disse...

De fato! No Brasil não existe racismo! O que existe é um outro adjetivo que possui o mesmo significado mas não é racismo!

Quanta palhaçada. São pensamentos como este que acabam atrapalhando e atrasando ainda mais a inserção de minorias ao centro de poder!!!

O Cavaleiro da Triste Figura disse...

Ler o que burguês escreve é SENSACIONAL! Existem cotas para muitas "minorias" em nosso país, como: deficientes físicos (em concursos públicos), mulheres (em algumas empresas) e índios (em algumas universidades espalhadas pelo nossos país), mas quando se trata dos afro-descendentes a situação se complica, não é mesmo?
Quando libertaram os escravos descendentes de africanos não os pagaram um centavo de idenização. Pelo contrário, os senhores (que essa burguesia de hoje representa) foram idenizados... Trouxeram para cá trabalhadores italianos e por aí vai...

Mas tenho que concordar um pouquinho com Ali Kamel. A questão de vocês não é diretamente contra o negro quando o assunto é cotas... Percebo que os filhotes de BURGUESES estão insatisfeitos por perderem "privilégios"... Quando se mexe no bolo que a burguesia se alimenta há tempos o papo fica mais sério... E até escrevem livros sobre o assunto!

Anônimo disse...

Movimento racista foi o apartheid, no Brasil nao chega nem perto. E outra coisa , não é porque sou branca que falo: Nao existe racismo no Brasil, se Thomas Sowell que aparentemente negro nao apoia as cotas universitarias, não é somente os "brancos" que dizem isso!

Anônimo disse...

O Cavaleiro da Triste Figura, eu sou contra qlqr tipo de cotas, e não só para com negros.
Não sou Burgues nem filho de um.
Dívidas não se herdam. Eu nunca escravizei nenhum negro ou qualquer outra pessoa, portanto não devo porra nenhuma à ninguém.
Outra coisa é a dificuldade para se dizer o que é um "negro", pois ra;a está comprovado que não é. Quem decide o quão escuro a pessoa deve ser para se considerada negra? Ou então seram feitos exames de DNA em todos os candidatos à cotas para que se descubra se ele tem ascendencia africana ou não.
Ah, e se for assim, eu quero cotas, pois, minha avó materna é européia e branca, e o "negros", junto com os árabes, já escravizaram o povo branco europeu.

Laerte disse...

É notável o nível de dissimulação com que se trata a questão racial no país para manter as coisas como estão há séculos. A retórica é realmente uma arte das mais notáveis, usa técnicas que poderíamos comparar às capacidades circenses, pensadas para impressionar (malabarismos) e encantar (ilusionismo). É claro que de vez em quando nós interrompemos estes artistas e dizemos: "Espere aí, essa não tem graça, esse número (golpe) eu conheço." Mas logo depois o sujeito se reorganiza e apresenta outro número, pretensamente ainda mais sensacional pois o repertório é imenso. Lembro de uma amiga que na sua época de estudante de psicologia acabou discutindo com uma colega em sala de aula, colega esta que não entendia o motivo pelo qual os negros se mobilizavam para discutir a questão. A coisa chegou a tal ponto que o professor disse para a clega de minha amiga: "Mulher, vai estudar história." Não que ele necessariamente concordasse com os pontos de vista de minha amiga. POrém tinha o conhecimento histório suficiente para saber o que estava emm pauta. POrém, nem toda esta reação, no meu entender, se deve à ignorância histórica. Muito tem a ver com o cinismo, com tentar manter reservados certos lugares na sociedade. Me parece que cota é algo muito antigo em nosso país, algo assim, por exemplo, da época das capitanias hereditárias. Mesmo nos anos 70, aqui no Rio Grande do Sul, parece que havia algo chamada de Lei do Boi, que reservava lugares nos cursos de Agronomia para os filhos de produtores rurais. Mas isso sem falarmos, é claro, no maior sistema de cotas que este país já patrocinou que foi a imigração. O que se pode dizer é que isso (essas cotas) não são para todo mundo. Quem não tiver muita preguiça pode ir um pouco além dos fatos cuidadosamente pinçados pelo sr Kamel para embasar seus pontos de vista e dar uma olhada, mesmo que breve, numa obra da autora Pietra Diwan chamada Raça Pura. Este livro fala sobre a história da Eugenia no Brasil e no mundo. Ali ela fala que se a eugenia, no Brasil, não alcançou um caráter institucional foi pela resistência de alguns médicos e juristas. POrém longe de podermos, por isso, considerar que o Brasil é um símbolo de igualdade quando nos referimos à questão racial. O que não está na lei pode estar nos costumes, na informalidade e isso tem um peso extremamente grande na maneira como se organiza a sociedade: o Brasil é um país extemamente racista, só que isso é tão bem elaborado (disfarçado) que algumas pessoas (mesmo negras, porém embriagadas por este discurso aliciante) até se permitem pensar que isto não existe. Aí ficam citando os Estados Unidos. Lá, sim, isso acontece e acontecia e tal. Diante disso lembro de um comentário do dramaturgo Nélson Rodrigues, me parece que nos anos 50, no jornal ùltima Hora, onde ele dizia mais ou menos assim: "Não caçamos pretos a pauladas, no meio da rua, como se faziam nos estados Unidos." E prossegia dizendo que o que se faz aqui no Brasil talvez seja pior pois o cotidiano do negro brasileiro seria pontuado de humilhações, baseadas num racismo que "fermenta em nós, dias e noites."

Ricardo disse...

Concordo com o Laerte, pois o que falta, de inicio, é um pouco de conhecimento histórico da história da sociedade brasileira, parece que muitos aqui não conhecem realmente essa história, ficou somente na história superficial contada nos livros de história do 2º grau. Aproveito o comentário acima: "Ah, e se for assim, eu quero cotas, pois, minha avó materna é européia e branca, e o "negros", junto com os árabes, já escravizaram o povo branco europeu." stefano.
Isso só pode ser brincadeira, e de muito mal gosto. Dissimulação. Acredito seria um passo importante para o Brasil crescer como uma nação, para evolução da cidadania na nossa sociedade, que pensasse melhor a respeito das cotas. Cria-se uma discussão bipolar, tanto de negros e brancos que não dá em lugar nenhum. Tratata-se de humanismo, cidadania, vida em sociedade, mas parece que muitos esquecem que vivem em sociedade e que o bem-estar do proximo também é o seu bem-estar. Vemos como a sociedade brasileira é mesquinha, hipocrita, sem falar nos interesses de uma minoria que induz essas pessoas a pensarem assim. Como consequencia vemos opiniões que, na verdade, nem devem ser levadas a sério numa discussão. Respeito a opinião de todos, ainda mais quando é nítida a ignorancia - falta de conhecimento, argumentos rasos que não são intencionais, espero eu.

Marcia.... disse...

É lamentável a postura de pessoas do nível de vocês. Esquecem totalmente o quanto o negro foi e é deixado para trás até hoje, nós temos dívidas impagáveis em relação a esta questão...mas, isso é uma questão de consciência...

P.S.: Não sou negra!