quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O Profeta Guerreiro



Rodrigo Constantino

“The whole problem with the world is that fools and fanatics are always so certain of themselves, but wiser people so full of doubts.” (Bertrand Russell)

Maomé, que significa “o glorificado”, nasceu no ano 570 d.C. em Meca, localizada no centro do comércio das caravanas árabes. Ela ficava cercada pelos impérios sassânida da Pérsia, que governava toda a costa oriental da Arábia, assim como o império abissínio e o bizantino. Meca era dominada pelos coraixitas, de predominância pagã. Ao redor de Meca, os beduínos viviam como nômades em tendas, divididos em clãs. A infãncia de Maomé foi passada no deserto com sua mãe adotiva, uma beduína. Desde cedo ele aprendeu tudo sobe o comércio e os desertos, assim como os cuidados com os camelos, fundamentais para a sobrevivência neste local. Os dados a seguir foram retirados da biografia que o historiador Barnaby Rogerson escreveu sobre o fundador do Islã.

Já um bem sucedido comerciante, Maomé buscava adquirir um bom rebanho de camelos para poder pagar o preço de uma noiva. Entretanto, ele acabou casando com Khadija, mais velha que ele e já com considerável riqueza. Ele era considerado um bom marido, assim como pai, tendo tido seis filhos, sendo que os dois únicos meninos morreram jovens. Ele era analfabeto, o que era bastante comum na Arábia esses anos.

No ano 610, em uma caverna nas encostas do Monte Hira, Maomé supostamente teria tido sua revelação divina. Ele tentou mais tarde explicar a sensação, afirmando que sentiu como se um anjo o tivesse prendido com um braço assustador que ameaçava esmagar a vida, expulsando o ar de seus pulmões. A seguir ele teria escutado a ordem de recitar a palavra de deus, e assim foi o início do Alcorão, traduzido literalmente como “recitação”. Ele saiu da forma oral para a escrita somente após a morte do profeta. Sua mensagem subvertia todos os valores fundamentais nos quais a sociedade de Meca se baseava, posto que pregava atitudes como alimentar os pobres, cuidar dos órfãos, dar abrigo às viúvas e proteger os fracos, sem falar da cobrança do dízimo, claro. Parecia evidente que Maomé encontraria problemas na sua tentativa de impor o Islã, que significa “render-se a deus”. Ele defendia a paz com os coraixitas, sob a condição de que estes declarassem que não há nenhum outro deus além de Alá, renunciando a qualquer tipo de adoração que não fosse a Ele. No Alcorão, sura 8 do versículo 39, encontramos: “e combatei-os até que não haja mais idolatria e que a religião pertença exclusivamente a Deus". Com o crescimento do número de adeptos muçulmanos, e tal postura intransigente, logo Maomé foi visto como um perigo para os coraixitas. Planos para assassinar o profeta foram feitos, e Maomé fugiu de Meca, buscando refúgio em Medina.

A era islãmica, a Hégira, começou nesse ano em que Maomé fugiu de Meca, em 622. Formando uma comunidade teocrática, em uma base segura dos inimigos, ele iniciou sua guerra contra os não-crentes. Os habitantes de Meca queriam ser deixados em paz, com suas riquezas materiais e suas divindades pagãs, mas Maomé não queria permitir isso. Ele era o agressor no conflito. De comerciante para profeta, agora Maomé se transformaria em um grande guerreiro.

Por esta época, a igualdade pregada por Maomé também foi abalada pelos desejos carnais do profeta. Em 626 ele casou-se pela quinta vez, tendo se apaixonado pela sua nora, esposa do seu filho adotivo, Zayd. Tal casamento seria ilegal, dado que a regra era de um máximo de quatro esposas para cada um. Foi então que Maomé supostamente recebeu uma nova revelação, tornando legal apenas para ele, o profeta, casar com quantas mulheres ele quisesse. No total de sua vida foram onze. Parece que até Maomé encontrou os limites da igualdade quando a natureza humana falou mais alto.

O ato mais cruel dos muçulmanos liderados por Maomé ocorreu na batalha contra o clã Bani Qurayzah, de judeus árabes. Derrotados, os judeus foram condenados à morte, e valas estreitas foram cavadas, sendo então um por um, dos cerca de setecentos homens, deitados e decapitados com um golpe de espada, com os corpos jogados nas valas. A carnificina durou o dia todo, tendo sido o último grupo executado à luz de tochas. A brutalidade desse ato espalhou ondas de choque por toda a Arábia. Uma estranha maneira, para dizer o mínimo, de se pregar a palavra de deus.

No total, Maomé comandou 27 expedições militares, além de ter organizado outras 38 que foram lideradas por comandantes subordinados. Todos deveriam se render ao Islã e pagar o dízimo, caso contrário poderiam ser roubados, escravizados ou mortos pelos crentes. O profeta também aboliu um mês tradicional do calendário, ligado a um festival popular pagão. Os meses perdiam então qualquer ligação com as estações do ano, cortando uma tradição milenar de cultos de fertilidade sazonais. No fim de 632, o ano dez da Hégira, Maomé comandava toda a Arábia. Em um dos seus últimos discursos, ele declarou que nenhum profeta ou apóstolo viria depois dele, e nenhuma fé nova nasceria. Maomé reconhecia vários outros profetas anteriores, incluindo Moisés e Jesus. Mas em sua revelação ele teve o privilégio de ser o último enviado.

Foi assim, resumidamente, que o guerreiro empedernido criou o islamismo, dominando a Arábia antes, e depois conquistando multidões além de suas fronteiras. A palavra de deus, que teria sido revelada aos poucos para Maomé, tomou o mundo através das espadas dos seus seguidores muçulmanos. Todos são iguais perante deus, segundo o profeta. Menos aqueles que não concordam com o Islã. Esses, no entendimento dele, merecem a morte!

18 comentários:

O Direitista disse...

Rodrigo, não sei o que aconteceu nesse caso específico desse clã de judeus árabes, mas em geral o islam prega o respeito e a proteção tanto aos judeus quanto aos cristãos, chamados de povos do livro, assim como o catolicismo prega o respeito e a proteção aos judeus.

Anônimo disse...

Rodrigo,

Esqueça tentar debater com malucos. 95% da populaçao mundial é formada por ignorantes.

Veja no Brasil: aconteça o que acontecer as pessoas continuam dando seu dinheiro para Edir Macedo e Igreja Renascer.

Para 95% das pessoas do mundo não há lógica, razão nem sensatez.

Falta o senso do ridículo...

Anônimo disse...

Rodrigo,

Esqueça tentar debater com malucos. 95% da populaçao mundial é formada por ignorantes.

Veja no Brasil: aconteça o que acontecer as pessoas continuam dando seu dinheiro para Edir Macedo e Igreja Renascer.

Para 95% das pessoas do mundo não há lógica, razão nem sensatez.

Falta o senso do ridículo...

Anônimo disse...

Pelo óbvio, os outros 5% estão em em estágio bem abaixo da ignorância.Poderiam enviar esse artigo para:
palestine@uol.com.br

Anônimo disse...

נאום הנשיא ערפאת לרגל יום השנה ה 37 לפרוץ המהפכה

1\1- ביום הזה, היום המבורך, אנו זוכרים את חללי המהפכה ובראשם סמלם הגדול אבו ג'האד, אנו זוכרים את האסירים הגיבורים, שנמצאים בבתי הכלא של הכיבוש, את הפצועים ואת המשפחות השכולות הם אלה שהשארו את המשואה של התקווה בנפשינו והם שהכשירו את האדמה להנפת דגל פלסטין שיתנוסס בשמי אל קודס אל שריף.

אנו יכולים להגיד כי המהפכה הפלסטינית היא המהפכה החזקה והחשובה ביותר בעת החדשה, וכי היא תימשך למרות כל הקשיים והאתגרים.

המהפכה הפלסטינית היתה מהפכה מלאה הקרבות והישגים, שהושגו במאמץ גדול וכי הקמת הרשות הפלסטינית היא שלב נוסף בהישגים אלה, הישגים שיושלמו עם הקמת המדינה הפלסטינית שבירתה אל קודס, ופתרון צודק

Anônimo disse...

Então o ataque à religião foi apenas uma preperação para esta diatribe anti-islâmica?

O blogueiro deveria rever os seus conceitos de liberdade etc e, principalmente, checar a veracidade do que suporta as suas crenças.

Anônimo disse...

O texto em hebreu acima é um discurso de Yasser Arafat, lembrando-se dos 37 anos do estouro do levante palestino, lembrando-se dos mortos e assegurando que um dia a bandeira da Palestina tremulará em El Kuds, nome árabe para Jerusalém.

Anônimo disse...

Criticar o Islã é moleza para nós,lá os conceitos de liberdade,de indivíduo
e da separação entre Igreja e Poder temporal não existem,e há também a exigência de submissão incondicional a Alá(=islã),ao Alcorão e às "hadiths" (crônicas da vida de Maomé,o exemplo de homem a ser seguido).Isto que você disse prova o quê?Que todas as religiões são uma merda e,por tabela(aí mora o perigo!),todos os seres que cultivam conscientemente sua religiosidade são fanáticos,ou ignorantes,como querem as
"rodriguetes"?
Você sempre foi este ateu furibundo?Se
o poder cair em suas mãos...correrá sangue!

Anônimo disse...

Não é porque 6 bilhões de pessoas acreditem em uma coisa idiota que ela vai deixar de ser idiota.

Anônimo disse...

Olá, Rodrigo

Aqui é o Caio Rossi. Como vai? Como vc já deve saber, através da leitura dos meus dois últimos (e finais) artigos no MSM - se é que vc os leu-, converti-me há algum tempo ao Islã. Passei no seu blog para ver o outro lado do imbroglio com o Olavo e acabei vendo esse post.

Existem alguns erros de informação nele, como essa história do "dízimo", que não existe no Islã, o significado do nome Maomé - que é uma distorção cristã anti-islâmica do nome original, Mohammad- e tolices, como "os desejos carnais" de Maomé justificarem seu status especial, sendo que, para o Islã, nenhum dos Profetas está sujeito às leis que valem para os outros, mesmo as instituídas através deles mesmos.

Também está errada a informação de que o Islã teria convertido os povos através da espada, como expliquei creio que no meu 1º artigo da série interrompida no MSM. Não encontrei, até hoje, nenhum historiador sério que confirmasse isso, sendo que, quando comecei a pesquisar o assunto, ainda tomava como certa essa história e custei a acreditar que isso não tivesse acontecido.

Há mais informação imprecisa, mas de menor relevância.

Uma coisa que acho interessante, e que teria explicado detalhadamente se a série de artigos tivesse tido continuidade, é que existem várias teorias do Estado, e que elas são conformes ao "modelo metafísico", ou à cosmovisão, adotada a priori. Voegelin explica bem isso no "Nova Ciência da Política", em que explica o desenvolvimento das teorias do Estado no Ocidente.

Veja o caso da constituição americana: ela não diz que os direitos individuais são outorgados pelo Estado, mas que esse reconhece esses direitos naturais determinados por Deus, que é, portanto, uma instância superior ao Estado.

No caso dos profetas do judaísmo (como Daví, Moisés, etc.), Jesus (para os cristãos e os muçulmanos) e adicionando-se Maomé - uso esse nome por praticidade - para os muçulmanos, eles, por serem profetas (e, para os cristãos, por Jesus ser Deus Himself), são como peças de xadrez movidas pelo próprio Deus, "agentes do Seu Querer", dAquele que fez o mundo, que não tem satisfação a dar a ninguém por Seus desígnios, nem mesmo à constituição da então nascente federação americana.

Uma vez admitida essa premissa - da qual eu sei que vc discorda, mas só estou tentando explicar, não convencê-lo -, nenhum profeta deve satisfação a ninguém, somente a Deus, pois seus atos são a materialização do Querer divino.

Sendo assim, se todos os que morrem, de morte natural ou não, o fazem, em última instância, porque Deus quis assim, então os profetas, ao matarem alguém, o estão fazendo na mesma condição que Deus o faz. São tão imputáveis moralmente como Deus ou uma angina o seriam pela morte de alguém. Ou seja, não são imputáveis. E se Deus mandou que Maomé expandisse a ordem islâmica -e não a crença islâmica, o que é bem diferente -, qualquer morte ocasionada nesse processo já está automaticamente justificadam, desde que tenham seguido os procedimentos também prescritos através de Maomé.

Vc pode estar horrorizado, mas a lógica é perfeita uma vez admitidas as premissas.

Os cristãos costumam criticar esse uso da violência, como o Papa o fez recentemente, mas se esquecem de que, sendo Jesus o próprio Deus, é ele quem mandou os profetas israelitas guerrearem (e as regras da jihad são mais restritivas do que as descritas no Antigo Testamento) e é também ele o responsável por TODAS AS MORTES que já ocorreram, estão ocorrendo, e irão ocorrer, em quaisquer circunstâncias, inclusive as perpetradas pelos muçulmanos, pelos satanistas, os comunistas, e também pelos bandidos cariocas que arrastaram o garoto indefeso por 7 km. É Deus - therefore Jesus Cristo, segundo a teologia cristã- o responsável por tudo o que ocorre no mundo. Negar isso é uma heresia cristã.

É isso aí.

Abraço,

Caio

Anônimo disse...

"A lógica é perfeita uma vez admitidas as premissas". Fantástico! Minha avó é uma bicicleta; todas as bicicletas voam; logo, minha avó voa. Não é um primor de silogismo? Tão lógico quanto justificar assassinatos pelos procedimentos prescritos por Maomé.

Anônimo disse...

Vou postar de novo, pois o comentário anterior eu acho que não vai aparecer mesmo:

Ricardo, é isso aí. O silogismo que eu utilizei é exatamente o mesmo. A lógica está perfeita. Se a sua intenção era ironizar, caiu da bicicleta. Ou da sua avó, como preferir.

O que vc pode questionar é se existem profetas, se eles são isso que eu disse, se, existindo, era Maomé um deles (ou seja, as minhas premissas), mas não conseguirá destruir a lógica do meu silogismo.

Anônimo disse...

Em absoluto me passou pela cabeça ironizar premissas tão perfeitas. Você tem razão ao afirmar que existem profetas. Mas não se esqueça de Papai Noel e do Coelhinho da Páscoa.

Anônimo disse...

Agora que vc já sabe o que é lógica, premissa e silogismo, já que eu te ensinei, vc finalmente ironizou as premissas.

A próxima aula não será gratuíta.

Anônimo disse...

Bem,
me parece que tem quem confunda premissa com asserção arbitrária.

Porra! PORRA!

Se as premissas são falsas ou absurdas isso é apenas falácia. A falsa lógica dos falsos argumentos.
Isso não é lógica. Premissas falsas só conduzem a falsidades.

Puta merda! ...confundir silogismo com falatório arbitrário é idiota prá mais de metro e meio!

Cruz credo! desse jeito o sangue de jesus não tem poder.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

ou:

para isso, NEM o sangue de jesus tem poder! rsrsrsrs

Paulo

Anônimo disse...

Essa confusão de premissa com asserção arbitrária é coisa de marxista ou "ex-marxista".
Assim, por esta "lógica incontestável" tudo pode se tornar verdade.
...Claro, se é obrigatório aceitar qualquer asserção como um verdade, pode ser que de tais "verdades" se conclua logicamente uma "verdade" que não será verdadeira. Mas quando nem mesmo há lógica nas conclusões sobre premissas falsas, então já nem falácia mais existe, e sim apenas idiotice ideológica.
...e isso pululla aos montes nas ideologias ...afinal elas existem para oferecer um "fim supremo" que a tudo justifica; desde a canalhice, a mentira, a intriga, a deturpação, a abitrariedade até a burrice. Ou seja, até burrice pode ser louvada se em favor da ideologia defendida. ...afinal se chegaram a produzir a "moral do escravo" para fazer da servidão um valor, por que não a "moral do burro"? ...hehehe!

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

ÓTIMO TEXTO RODRIGO CONSTANTINO.

ESSA HISTORIETA QUE ESSES "MUSLINS" CONTAM COMO SE MAOME FOSSE O HOMEM PERFEITO É UMA FARSA.

ENGANA-SE QUE O ISLÃ IRÁ DEFENDER OU PROTEGER OUTRAS RELIGIÕES :

ELES SÓ CONSIDERAM COMO UNICA E VERDADEIRA A RELIGIÃO DELES E MAIS NADA.

É POR AI MESMO,EU ACREDITO QUE MAOMÉ TENHA CORTADO A CABEÇA DE MUITOS PAGÃOS,JUDEUS,CRISTÃOS,ETC POR CAUSA DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.

O ISLÃ É ESCRAVISTA E IMPÕE SUAS CONDIÇÕES ATRAVES DO MEDO.

SE NÃO IMPUSESSEM PELO MEDO,DUVIDO QUE SERIA A SEGUNDA MAIOR RELIGIÃO SEGUIDA NO MUNDO.

RESUMINDO : O ISLÃ É UMA PORCARIA,E INFELIZMENTE ESTA PORCARIA TEVE QUE EXISTIR.

COMO TUDO NA VIDA NADA É PERFEITO.