quinta-feira, fevereiro 08, 2007

O Túmulo do Fanatismo



Rodrigo Constantino

“A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil.” (Sêneca)

Muitos acham que religião não se discute, mas eu não concordo. Afinal, o tema é sagrado apenas para os que assim o consideram, e estes não têm o direito de exigir dos demais o mesmo tratamento de reverência. Acredito que a crença religiosa dogmática é a maior inimiga da liberdade, e por isso creio que o tema não só pode como deve ser debatido sob a luz da razão.

Foi o que fez Voltaire, o “Pai do Esclarecimento”, segundo Karl Popper. Em seu livro O Túmulo do Fanatismo, Voltaire liga uma metralhadora giratória, mas munida com sólidos argumentos, contra o fanatismo religioso. Trata-se de uma crítica dura, bastante pesada, que com certeza machuca qualquer crente. Aqui faço um breve resumo do que ele diz, e peço que aqueles não dispostos a questionar a própria fé sequer leiam o restante do artigo. Afinal, como dizia Carl Sagan, “não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências, baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar”.

Logo no começo, Voltaire afirma que “um homem que recebe sua religião sem exame não difere de um boi que atrelam”. Examinar, questionar, é um dever de qualquer um que respeita a razão. A diferença básica entre a ciência e a religião é essa: uma está aberta à crítica, implora para que você prove que ela está errada, enquanto a outra o condena se você tentar provar que ela está errada, mandando aceitar com fé e calar a boca. Duvidar já é pecado! Um abismo intransponível separa os dois métodos, as duas posturas.

As críticas embasadas de Voltaire foram focadas no Judaísmo e no Cristianismo, mas ele fala de forma geral, quando diz que “a desconfiança aumenta quando se percebe que o objetivo de todos aqueles que estão à frente das seitas é dominar e enriquecer quanto puderem, e que, desde os dairis do Japão até os bispos de Roma, a única preocupação foi erguer para um pontífice um trono fundado na miséria dos povos e muitas vezes cimentado com seu sangue”.

Mas centrando a mira no Cristianismo e no Judaísmo, Voltaire começa questionando se existiu mesmo um Moisés. O que se fala de sua vida seria tão fantástico como o encantador Merlin. Voltaire busca também a origem muito suspeita das histórias de Moisés, como ser salvo das águas num cesto, que poderiam ser cópias de contos muito semelhantes na Arábia. O resto todo de sua história seria igualmente absurda e bárbara, com dados fantásticos e impossíveis, exageros grosseiros etc. “Que lamentável fazer Deus descer em meio a raios e trovões, sobre uma pequena montanha calva, para ensinar que não se deve ser ladrão!”. Os judeus, de forma geral, não são poupados: “Como eles mesmos reconhecem, são um povo de ladrões que carregam para um deserto tudo o que roubaram dos egípcios”.

A vida do “bom” rei Davi é um exemplo do que Voltaire tem em mente. Tomou o trono de Isbaal, filho de Saul, mandou assassinar Meribaal, filho do seu protetor Jônatas, entregou aos gabaonitas dois filhos de Saul e cinco de seus netos para que fossem enforcados, assassinou Urias para encobrir seu adultério com Betsabéia. “A seqüência da história judaica não é mais que uma trama de crimes consagrados”, ele diz. Salomão, o sábio, começa por degolar seu irmão Adonias. Fora isso, teria setecentas mulheres e mais trezentas concubinas. Tais seriam os costumes do mais sábio dos judeus, ou como lembra Voltaire, ao menos os costumes que lhe atribuem com respeito rabinos e teólogos cristãos.

Para Voltaire, o primeiro profeta foi o primeiro embusteiro que encontrou um imbecil. O mundo esteve cheio de Nostradamus, e o Alcorão conta, segundo ele, duzentos e vinte e quatro mil profetas. As histórias dos vários “profetas” são estapafúrdias, uma mais extravagante que a outra. E várias contidas na Bíblia, como as histórias de Isaías que andava nu em pêlo no meio de Jerusalém, ou Jonas que teria passado três dias no ventre de uma baleia. Surgir alguém que transforme água em vinho no meio disso tudo parece algo bem compreensível, portanto.

Voltaire começa questionando a origem de Jesus, que nasceu numa época em que o fanatismo estava em alta. Vários que acreditaram nele escreveram Evangelhos, que quer dizer “boa nova” em grego. Cada um escrevia uma Vida de Jesus, todas discordando, mas parecidas na enorme quantidade de prodígios incríveis atribuídos ao fundador da nova seita. Num desses livros, diz-se que Jesus era filho de uma mulher chamada Mirja, casada em Belém com um pobre homem chamado Jocanam. Havia na vizinhança um soldado de nome José Panther, que teria se apaixonado por Mirja, que teria engravidado dele. Existe mais que isso na história, mas Voltaire conclui: “É mais provável que José Panther tenha feito um filho a Mirja do que um anjo tenha vindo pelos ares cumprimentar da parte de Deus a mulher de um carpinteiro”. De fato. E como não custa lembrar, Deus tinha irmãos homens, se Jesus era Deus.

Em seguida, Voltaire começa a relatar os “milagres” atribuídos a Jesus. Em um deles, Jesus manda o diabo para o corpo de dois mil porcos, numa região onde não havia porcos! Voltaire vai mostrando como a ignorância dos que inventavam essas fantasias entrega a própria falácia da coisa. Por fim, Jesus foi crucificado por ter chamado seus superiores de “raça de víboras”, o que era na época crime punido desta maneira. Foi executado em público, mas ressuscitou em segredo.

A quantidade enorme de Evangelhos que relatavam a fantástica vida de Jesus era repleta de contradições. Para Voltaire, esses Evangelhos, transmitidos para os pequenos rebanhos de cristãos, foram visivelmente forjados após a queda de Jerusalém. Um deles, atribuído a Mateus, fala em Igreja sendo que no tempo de Jesus sequer existia Igreja. Antes dos quatro Evangelhos famosos e aceitos hoje, os padres dos dois primeiros séculos quase sempre citavam os que são agora denominados apócrifos. Voltaire pergunta então: “Por que o mais escrupuloso dos cristãos ri hoje, sem qualquer remorso, de todos esses Evangelhos, de todos esses Atos, que não estão mais no cânon, e não ousa rir daqueles que são adotados pela Igreja?”. São mais ou menos os mesmos contos, mas “o fanático adora sob um nome o que lhe parece o cúmulo do ridículo sob outro”.

Está dito, em mais de um Evangelho, que Jesus enviou os apóstolos expressamente para expulsar os demônios. O próprio Jesus reconhece que os judeus tinham esse poder. Não havia nada mais fácil para o diabo do que entrar no corpo de um mendicante, que pagava para ser exorcizado. Curiosamente, os diabos jamais ousavam apoderar-se de um governador de província ou de um senador. Eram sempre os que nada possuíam que foram possuídos. As religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão. Não é muito diferente do que vemos nas igrejas oportunistas que pululam os países mais miseráveis e com mais ignorantes. Mas o mesmo que ri do espetáculo embusteiro da Igreja Universal hoje, aceita com um respeito fanático o que lhe chega sobre Jesus, sequer tendo coragem de questionar algum dos fatos incríveis atribuídos a ele.

Todo Deus era bem vindo em Roma. As diferentes seitas conviviam entre si de forma mais ou menos pacífica. Nenhuma era louca o bastante para querer subjugar as outras. A seita cristã foi a única que, no final do segundo século, ousou dizer que queria a exclusão de todos os ritos do império, e que deveria esmagar todas as religiões. O seu Deus era um Deus ciumento. “Que bela definição do Ser dos Seres é imputar-lhe o mais covarde dos vícios!”.

Os cristãos foram com muito mais freqüência tolerados do que sujeitos a perseguições. O reinado de Diocleciano foi, durante 18 anos, um reino de paz e até de favores para eles. Prisca, mulher de Diocleciano, era cristã. Construíram templos soberbos, depois de terem dito que não eram precisos templos para Deus. A Igreja passava a ser opulenta e cheia de ostentação, com vasos de ouro e ornamentos deslumbrantes. Veio então Constantino, que fez-se reconhecer imperador no interior da Inglaterra por um pequeno exército de estrangeiros, ignorando Maxêncio, eleito pelo senado. Voltaire chama Constantino de tirano, pois seu direito era proveniente apenas da força, e por este ter mandado matar o próprio filho, Crispus, e sufocado a própria mulher, Fausta. Foi ele que convocou a assembléia em Nicéia para resolver o “assunto bem medíocre”, segundo o próprio, sobre a incompreensível Trindade cristã.

O concílio redigiu um formulário no qual o nome Trindade não é nem sequer pronunciado. Consta apenas um “cremos também no Espírito Santo”, sem maiores explicações. O mais divertido do concílio, no entanto, foi a decisão sobre alguns livros canônicos. Os Padres estavam confusos com a escolha entre os Evangelhos, e decidiu-se amontoar todos eles sobre um altar e rogar ao Espírito Santo que jogasse no chão todos aqueles que não fossem legítimos. Uma centena deles teria caído no chão. Um meio infalível de conhecer a verdade! Foi Constantino, através desse concílio, que tornou o Cristianismo a religião oficial do império romano.

A carnificina, os horrores, a ganância, as intrigas, os assassinatos, tudo que se seguiu pela Idade Média é conhecido pela história. Não é preciso sequer falar de Inquisição. Voltaire chegou a mostrar para padres essas atrocidades todas, e estes respondiam apenas que era uma boa árvore que produzira maus frutos. Voltaire rebatia que era uma blasfêmia afirmar que uma árvore que carregara tantos e tão horríveis venenos tivesse sido plantada pelas mãos do próprio Deus. “Na verdade, não existe nenhum padre que não deva corar e baixar os olhos diante de um homem honesto”.

Os horrores da religião, nem de perto, são monopólio da Igreja Romana. Esta ganhou em quantidade de crimes apenas porque teve riquezas e poder por mais tempo. Os horrores do Islã são amplamente conhecidos, e Maomé mesmo foi um guerreiro empedernido. Ainda hoje os fanáticos muçulmanos trazem o terror ao mundo civilizado. Alguns podem acusar o ateísmo pela barbárie recente do comunismo, mas eu diria que o comunismo não deixa de ser uma seita religiosa, calcado na fé dogmática e totalmente contra a razão e a tolerância, que pede o debate e o questionamento. Marx é o Jesus dos comunistas, e se a religião é o ópio do povo, o marxismo é a cocaína.

Benjamin Franklin teria dito que “o jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão”. De fato, os homens precisam exercitar mais a razão, e não aceitar dogmas de forma fanática e cega. Aquele que sequer aceita questionar sua fé, seus dogmas, sua crença e sua religião, perdeu a capacidade que o homem tem de raciocinar. Passa a ser um autômato que repete “verdades” reveladas, por mais absurdas que sejam. A humanidade ainda tem muito para avançar se enterrar de vez o fanatismo religioso, que tanta desgraça trouxe ao mundo.

65 comentários:

Anônimo disse...

E eu que achava seus textos bons... Não sabia de tanto plágio que existia até ler este último sobre religião. Frases e frases copiadas sem citação dos verdadeiros autores. O que me leva a crer que a maioria dos seus textos não são tão seus.

"A diferença básica entre a ciência e a religião é essa: uma está aberta à crítica, implora para que você prove que ela está errada, enquanto a outra o condena se você tentar provar que ela está errada, mandando aceitar com fé e calar a boca."

"As religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão."

Você que fala tanto de ética, que decepção. Eu que vibrava por alguém q pensasse por conta própria...

Minha última esperença é que você tenha a decência de reconhecer que errou em vez de simplesmente apagar este post.

Abraços

Anônimo disse...

Um judeu morreu e foi para o céu. O guardião perguntou-lhe: "Qual é sua religião?". "Sou judeu". O guardião olhou para sua prancheta e indicou: "Sua sala é a 14. Faça silêncio absoluto e nenhum barulho ao passar pela sala 8." e chamou o seguinte, para quem fez a mesma pergunta: "Qual é sua religião?". "Sou batista". O guardião olhou para sua prancheta e indicou: "Sua sala é a 26. Faça silêncio absoluto e nenhum barulho ao passar pela sala 8." e chamou o seguinte, para quem fez a mesma pergunta: "Qual é sua religião?". "Sou budista". O guardião olhou para sua prancheta e indicou: "Sua sala é a 18. Faça silêncio absoluto e nenhum barulho ao passar pela sala 8." e chamou o seguinte que, antes que o guardião perguntasse, foi dizendo: "Perdoe-me. Estou curioso. Por que devemos fazer silêncio absoluto ao passar pela sala 8?". O guardião respondeu: "Ah! É a sala dos católicos. Eles pensam que só eles vem para o céu.".

Isto parece uma brincadeira, mas, não é. Afinal, em todas as religiões dizem que quem é "de dentro" vai para o céu e que quem está "fora", vai para o inferno. Ora! Ninguém pode estar dentro de todas, portanto, TODOS VAMOS PARA INFERNO!!! Raciocínio lógico, não?

Constantino está certo: NENHUMA RELIGIÃO É A DONA DA VERDADE. Todas estão erradas. Não existe uma única doutrina que esteja certa, aliás, por si só, a doutrina é um erro.

Talvez, os espíritas sejam os que estejam menos longe da verdade. Não somos seres humanos numa jornada espiritual; somos espíritos numa jornada humana, material. Isto aqui é apenas uma passagem. E o que são os espíritos? Espíritos são manifestações de energia, pura energia. E se cada espírito pode manifestar-se de uma forma é apenas em função de seu plano de evolução, mas, que fazem parte de um todo, que chamam Deus. Isso mesmo! TODOS SOMOS PARTE DE DEUS, assim como nossos corpos são compostos de células.

Neste contexto, Jesus foi a encarnação um espírito extremamente evoluído que assumiu uma missão: a de nos ensinar o AMOR. Assim como ele, há milhões de outros espíritos, tão evoluídos ou não, que assumem missões e que estão, permanentemente, entre nós, nos ensinando e nos orientando. Só não podem encarnar. Por que? Porque quanto mais evoluído, maior é sua vibração e um corpo material, como o nosso, não suportaria e explodiria.

Como, então, Jesus pôde encarnar?

Aí está o seu imensurável amor que tem por nós. Antes de "vir a este mundo" fez um trabalho extremamente difícil e doloroso (espiritualmente) para baixar sua vibração.

Quem conhece um pouco de física sabe que quanto mais alta e intensa a vibração, mais intensa é luz. Não é por acaso que os espíritas falam que espíritos atrasados, pouco ou não evoluídos são espíritos sem luz, das trevas. Tammbém não é por acaso que são chamados de espíritos de esquerda. Não são maus espíritos. O MAL não existe. O MAL é a ausência do bem, assim como a escuridão é ausência de luz. Alguém pode condenar uma criança de 2 anos se ela responder que 1 + 1 é 5? É claro que não!!! Se respondeu errado é porque ainda não aprendeu o correto.

É claro que o assunto é ilimitado e muito pouco conhecemos, porém, em astral (mundo espiritual) tudo é explicado cientificamente. Uma ciência extremamente evoluída. Por exemplo: saibam que o tempo possui duas dimensões. Alguém pode ter alguma idéia de como é isso?

Rodrigo Constantino disse...

André, algo me diz que vc era um dos que não deveriam ter lido. Se todo o problema do meu artigo for não ter citado os dois autores em questão, Jason Stock e Sebastien Faure, peço desculpas, mas é que o artigo já estava longo demais! O resto é basicamente Voltaire mesmo, como eu expliquei.

Para quem tiver interesse, sugiro Why Atheism?, de George Smith, um livro excelente.

O fanatismo religioso é uma das grandes ameaças à liberdade, e não canso de ficar espantado com o fato de muita gente inteligente travar o cérebro na hora de tratar desse assunto.

Rodrigo

Anônimo disse...

"Se uma tarefa importante da teologia é a interpretação das fontes, mais delicado e exigente ainda é o trabalho seguinte: a compreensão da verdade revelada, ou seja, a elaboração do intellectus fidei. Como já aludi, o intellectus fidei requer o contributo duma filosofia do ser que, antes de mais, permita à teologia dogmática realizar adequadamente as suas funções. O pragmatismo dogmático dos inícios deste século, segundo o qual as verdades da fé nada mais seriam do que regras de comportamento, foi já refutado e rejeitado; apesar disso, persiste sempre a tentação de compreender estas verdades de forma puramente funcional." (João Paulo II - Fides et Ratio)

Muito se critica a atuação de João Paulo II mas poucos sabem alguma coisa sobre ela. Longe de ser apenas mais um Papa, Karol Wojtyla foi um perseguidor obstinado da razão, tentando, sempre que possível, associá-la à fé católica. Tenho a impressão até que era uma luta pessoal que travava, tentando conciliar seu lado intelectual às suas obrigações como religioso.

Isso dito por um ateu como eu, pode parecer estranho, mas só reforça a importância da luta de João contra a fé cega. Sua carta encíclica "Fides et Ratio" é a tentativa explícita mais importante nesse sentido jamais feita pelo catolicismo. Não que eu acredite ser possível uma comunhão entre a razão e os Evangelhos, por exemplo, mas a carta, pelo menos, é clara ao dizer que sem ela, a fé passa a ser um perigo. Pelo menos a tentativa de elaboração de um "intellectus fidei" muda bastante a abordagem dos dogmas. Já é um começo... do fim, afinal, o que restará de uma religião sem dogmas?

Em todo caso, vale uma lida na encíclica.

P.S.: Pegar duas frases no meio de um texto desse tamanho só para dizer que não há a indicação dos autores e colcluir que tudo o mais é plágio leva às seguintes hipóteses:
a) o comentarista é crente e se sentiu ofendido;
b) o comentarista é do ECAD e quer receber os direitos autorais de Sebastièn Faure e de Jason Stock, ou
c) o comentarista é do contra mesmo.

Anônimo disse...

Rodrigo, parabéns pela coragem.
Com a certeza que a humanidade tem dos fatos; com a exatidão que os fatos históricos nos são contados; fiel como é a raça humana que não mente, não distorce, não engana, não inventa... Com a certeza que temos que o ‘Grito do Ipiranga’ foi daquele jeitinho mesmo, que o mensalão não existiu, que ‘Nessie’ já foi medido e pesado, que Trotski não estava naquela foto de Lênin discursando para os russos, que a gente já sabe quem e por que fez as figuras de Nazca nas montanhas dos Andes que só são compreensíveis quando vistas das alturas, que sabemos tudo sobre quem, quando e como construiu as pirâmides, que estamos certos que Cristo nasceu há 2.000 anos em Belém e não em Nazaré ... Se depois de todas essas provas da dignidade humana, do apego que tem à verdade, ainda tem quem duvide do que ensinam as religiões devo acreditar que é só por pura má vontade. Agora, se V. ainda tem alguma dúvida lá vai então um último argumento infalível: A Bíblia foi escrita por Deus! Pronto, matei a pau. Viu? Entendeu agora moço? Não? Nem eu! Mas prometo continuar me esforçando. Aviso: antes que alguém me apedreje, misturei as coisas e usei de ironia porque me parece que temos mais farsas e especulações do que verdades a respeito da nossa história. Ou não?

Anônimo disse...

Religião = confusão mesmo.. como diz o ditado popular aqui no Nordeste, "mulher, cachaça e gaia; quem não aguentar que saia!"

Se não aguenta discutir, melhor nem ler sobre o assunto.

Eu divido com alguns dos presentes esse mesmo sentimento de que religião sem ler a bula antes é o mesmo que colocar um cabresto na boca e deixar o sacerdote, seja ele um rabino, padre ou pastor, levar você para puxar uma carroça.

Estudei em escola católica e éramos obrigados a assistir missa vez por outra, mas eu sempre me escondia. Um dia uma freira me achou e mandou que eu fosse correndo assistir a missa. Eu me neguei dizendo que não era católico e a freirinha disse que eu deveria então ser convidado a sair da escola já que não partilhava da religião dela.

Minha resposta, que me dá orgulho até hoje, quase 20 anos depois, foi: minha senhora, existe um documento chamado Constituição Federal, que em um de seus artigos garante a todos os cidadãos e estrangeiros nesse país liberdade de culto, ou seja, se a senhora me colocar daqui para fora eu processo essa escola.

Enfim, eu fui deixado em paz.. e a liberdade é algo maravilhoso.

Alvaro Augusto W. de Almeida disse...

Bem, algumas observações:

- O termo "igreja" vem do grego "ekklesia", que significa simplesmente "reunião daqueles que foram chamados", ou "assembléia". Nesse sentido, já existia uma "igreja" no tempo de Jesus.

- A grande quantidade de evangelhos apócrifos não pode ser usada como argumento contra a religião. Daquela época, caracterizada por um índice absurdo de analfabetismo, sem imprensa e sem meios de comunicação confiáveis, não se pode esperar mais do que uma grande confusão.

- Não sei se a escolha dos evangelhos foi feita de maneira tão arbitrária. A tese usual é que os quatro evangelhos canônicos foram escolhidos por compatibilidade na apresentação de Jesus como filho de Deus. Havia evangelhos onde Jesus era apresentado como um mágico, outros em que ele era apresentado como um bruxo, como um zelote revolucionário, etc. Em particular, uma grande preocupação era remover os traços de gnosticismo dos evangelhos. O evangelho de Judas, por exemplo, é apócrifo e gnóstico não só por insistir na tese de que Jesus apoiou Judas em sua "traição", mas também por apresentar elementos estranhos à tradição cristã, como a idéia de que o mundo foi criado por um deus menor e que o deus verdadeiro vive em um outro "reino", afastado dos mortais. De qualquer forma, não se pode negar que o Jesus que conhecemos hoje é uma construção político-religiosa.

[ ]s

Alvaro Augusto
http://alvaroaugusto.blogspot.com

Anônimo disse...

Parabéns, Rodrigo. Excelente artigo.

Anônimo disse...

José Paulo_Rj,estou enviando comentário de D. Orani João Tempesta, O. Cist.Arcebispo de Belém do Pará

"Dom e Coragem

Atualmente temos tido uma certa orquestração para tentar discutir a questão da fé, da razão e do ateísmo.É interessante ver os vários tipos de revistas e mesmo jornais e livros que vêm levantando a questão.Os que se dizem “ateus” estão reclamando como se estivessem sem o direito de liberdade para se expressar. Lendo algumas reportagens sobre essa “nova onda” que ora aumenta, fico a pensar o que realmente existe com relação à questão da “não crença”.De um lado não podemos negar que a questão dos fundamentalismos e fanatismos nos conduzem a um certo questionamento sobre o papel da pessoa religiosa no mundo hodierno. Infelizmente, muitas vezes a confissão de uma religião leva pessoas a ódios, rancores, discriminações.Porém, não é essa a regra. Na realidade, a verdadeira religião leva a pessoa a amar o seu semelhante que vê porque ama, e é amado por Deus que não vê. Os benefícios pessoais e sociais da fé estão espalhados a olhos vistos por todos os cantos do mundo. Os testemunhos de situações que foram transformados por causa da fé são inúmeros e levaram pessoas a viverem verdadeiramente a sua vida e a construir a paz ao seu redor.Se fizéssemos um levantamento sobre o pensamento humano iluminado pela fé e as atividades sociais das pessoas religiosas no decorrer da história, até mesmo antes da existência do Estado, e agora para suprir as suas deficiências, iríamos ver que as conseqüências do crer se concretizam em atividades que ajudam a pessoa a viver melhor.Aquilo que as pessoas que dizem que não crêem reclamam é o que na realidade acontece com aqueles que professam uma fé. Quantas vezes os que crêem são perseguidos e torturados! Quantas situações de exclusão com relação aos próprios direitos civis que não são concedidos a quem tem uma religião!Basta ver as leis em nosso país que, para que alguém possa fazer o bem, trabalhar tanto no social ou na educação, nem sempre pode ser em nome de uma entidade religiosa e, muitas vezes, tem que constituir uma associação ou sociedade para que assuma tal responsabilidade. Os preconceitos que existem com relação às pessoas de fé, mesmo em países como o nosso, onde aparentemente existe a liberdade religiosa, estão nas entrelinhas das dificuldades em se conseguir algo que mesmo sem nenhum óbice acabam não acontecendo por ser uma entidade religiosa.Quando os cientistas reclamam da falta de liberdade de dizer-se “ateu”, vejo que a questão é exatamente ao contrário. Aqui no Ocidente não existe essa questão. Aliás, quando querem discutir a “questão” de Deus nas ciências, basta lembrar a Aula Magna do Papa Bento XVI na Alemanha, que foi justamente esse o seu pedido. Infelizmente, esse belo momento foi explorado por uma frase que chamou mais a atenção do que toda a sólida argumentação papal.Parece que todos nós lutamos pela possibilidade e liberdade de nos expressarmos, e não queremos ser cerceados em nossos direitos civis pelo fato de professarmos ou não uma religião.Tempos interessantes esses que vivemos! Seria muito importante descobrir para onde os caminhos da verdadeira fé nos têm conduzido enquanto humanidade, pois a Revelação do Plano de Deus coincide exatamente com os anseios mais profundos do ser humano, porque fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Quer creiamos ou não, os nossos anseios por felicidade, paz, amor, harmonia estão presentes no coração da pessoa, embora nem sempre elas conseguem discernir os caminhos corretos para conquistar tudo isso.Também é tempo de todos os que cremos refletirmos sobre a importância do respeito mútuo à liberdade de cada pessoa, procurando testemunhar em que e em quem cremos, sem fazer proselitismos e nem conduzir às separações e ódios por causa da fé.Nós cremos na vida eterna, mas, enquanto vida humana, só temos este planeta para viver e somos chamados a conservá-lo bem não só com relação à ecologia, mas principalmente no relacionamento entre as pessoas, tornando possível a convivência entre os diferentes.Neste tempo de tantas críticas às religiões e tantas necessidades de tentar provar a não existência de Deus, a nossa alegria de poder crer deve nos levar a testemunhar sem preconceitos a nossa vida iluminada pela fé, assim como as razões de nossa fé. Será do respeito mútuo com a colaboração intensa de todos os cidadãos, em suas diversas circunstâncias, que iremos construindo a “civilização do amor”."

Anônimo disse...

Ideologias são fenomenos psicológicos.

As ideologias são sempre um meio eficiente para dominar psicologicamente. Assim, a servidão, tão bem comentada por Étienne de la Boétie em seu “discurso da servião voluntária”, pode ser conseguida com certa facilidade, sobretudo quando se faz da servidão um valor moral preconizado pela ideologia.
Eu percebo as ideologias exatamente como um meio de manipular indivíduos e coletividades (arrebanhados) instigando-lhes a vaidade, as paixões e o temor.
A manipulação da vaidade é uma arma poderosa, e não tem haveres em comum com o orgulho individual, que é uma visão do indivíduo sobre si mesmo; a quem não engana. A soberba é a simulação de orgulho, para a contemplação alheia; é a arrogância dos fracos. Ou seja, as ideologias não se interessam pelo sincero orgulho individual, ou por indivíduos buscando na própria razão motivos para admiração. Pois que a razão não será favorável às ideologias. Assim, ao mesmo tempo em que as ideologias condenam o orgulho individual como um defeito, também incentivam o orgulho postiço, ou “orgulho coletivo”, fundado não na razão individual, mas num mito agregante ou “fim supremo” consagrador preconizado pela ideologia. Fazendo com que os adeptos se entreguem à soberba coletiva em nome da humildade individual: “alguns são humildes por ostentação”.

É lógico que alguém preocupado ou inseguro ante a própria individualidade, tende a se corromper encantado pela idéia de que a individualidade é imoral e que as causas alheias é que valorizam o sujeito. Optando então por ostentar dedicação a vida alheia e não à própria, moldando-se a tal valor ideológico que lhe é de mais fácil ostentação. Em verdade incomodam-se ante indivíduos que sinceramente aprovam a si mesmos, e amam-se por reconhecerem-se em seus valores, e não por pertencerem a um pretenso “grupo virtuoso” que adota valores ideológicos arbitrários, muitas vezes sem valor real algum.

É óbvio que é muito mais fácil exibir-se ao meio seguindo um modelo de valor pré-estabelecido do que julgar-se seguindo a própria consciência, ou razão. Ou seja, as ideologias substituem a razão, a consciência individual, pela “consciência coletiva” por elas produzida para o grupo de adeptos. De modo que o indivíduo não mais busca apoio na própria consciência, mas sim no meio em que está inserido; busca apoio no grupo e não em si mesmo. Permitindo-se tudo que seus pares aprovarem, independente do que possa lhe dizer a própria consciência. Tal constatação, se não me falha a memória, foi feita por Carl Jung, que afirmou que o indivíduo dentro de um grupo é capaz de atitudes bestiais que não conseguiria sem tal apoio. Ou seja, o indivíduo arrebanhado, numa multidão, é absolutamente estúpido, basta perceber aprovação em seus pares que se dispensa de julgar seus atos, entregando-se ao suposto julgamento, aprovação ou reprovação, de seus pares ideológicos. Vai daí que ideológicos podem relativisar as atrocidades cometidas em nome de suas ideologias, amparados pela confortante anuência de seus pares, em detrimento da própria consciência.
Schopenhauer concluiu que um indivíduo pode ser avaliado segundo sua capacidade de ser só, e não há como discordar dele analisando-se certas questões.

Os indivíduos corrompidos por uma ideologia habituam-se de tal modo ao conforto da perversão mental, que no momento que o grupo lhes pareça desconfortável optam por formarem novos grupos sob ideologias aparentadas, filtrando parte da ideologia anterior para somar-lhe novas visões que possam lhe ser mais confortáveis; fato este que pode explicar, em parte, os sincretismos que garantem rápida anuência de adeptos para a doutrina, mais conveniente a seus anseios, sem o trauma de uma negação da anterior. Isso faz com que ideologias também se adaptem a variadas intensidades a ponto de perderem a própria identidade original, numa tentativa de manter certa unidade para evitar que os conflitos dispersem o “mito agregante” e beneficiem a apreensão e aceitação da realidade ante o desconforto ideológico.

A lógica não pertence ao campo das ideologias quando lhes interessa manipular fiéis. Por exemplo, no velho testamento podemos perceber uma ardilosa indução à submissão absoluta. Essa indução pode ser facilmente percebida se temos em mente a fábula do leão, camelo e raposa. Contudo, o interesse em induzir à submissão desprezou a coerência da estória narrada:
O Deus onipotente, onisciente, que tudo sabe do que se passa “no coração” dos homens, e que não ode ser enganado, é um Deus que PRECISA VER PARA CRER, ele pede a Abraão que sacrifique seu filho, e espera até o último instante para certificar-se de que Abraão o obedeceria, para só então dispensa-lo de matar o filho. Ora, fosse um deus onipotente, onisciente, não exigiria prova daquilo que sabe verdadeiro. Ou seja, tal passagem é apenas para induzir à submissão absoluta fornecendo um exemplo a ser seguido.
Em Marx também é notável o absurdo, por exemplo, este considerar que todo produto do trabalho deve pertencer ao trabalhador braçal, clamando contra o que chama de exploração e GANHO IMERECIDO. Porém, afirma ser seu ideal o tal comunismo, chegando a defender a idéia de:
“a cada um segundo sua necessidade e de cada um segundo sua capacidade”
Frase esta que em verdade defende a escravidão dos mais capazes, e que é o exemplo máximo da exploração do homem pelo homem.
Ora, como o marxismo pode encontrar adeptos diante de tal aberração???? ...mas é da natureza das ideologias este tipo de coisa.

Enfim, quem quer acreditar acredita, pois qualquer bobagem, por mais absurda que seja, dita em favor da ideologia será tomada como verdade incontestável, por menos nexo que tenha, será adotado como justificativa ...enfim, para quem quer acreditar qualquer bobagem serve.

Raios!
1) ...” todos os "filósofos" materialistas foram enterrados por Einstein” ....??????
2) ....” A física de Newton, que Voltaire usou para negar a existência de Deus, caiu com o surgimento da física quântica.” ....????? ...?????
.
- Que eu saiba a física de Newton continua resolvendo problemas de física a que se propôs. E pelo que sei Einstein não era crente num deus antropomórfico. Tava mais para panteísta, se é que não estou enganado.
Ademais, seja Einstein ou Bill Gates, Madona ou qualquer celebridade por mais famosa que seja, sua opinião será apenas uma opinião, ou superstição, que nada provará pela fama de seu dono. Valer-se de falácias é o refúgio dos que não tem argumento.

Abraços
C. Mouro

Argh!
...droga! tenho que usar o explorer para poder comentar!

Alvaro Augusto W. de Almeida disse...

Nota: aquilo que Einstein chamava de "religião" não tem nada a ver com as religiões confessionais por aí. Aquilo que Einstein chamava de "Deus" não tem nada a ver com o deus pessoal das religiões. À sua maneira, Einstein era materialista, e muito.

[ ]s

Alvaro Augusto
http://alvaroaugusto.blogspot.com

Anônimo disse...

Bem, os que perseguiram e perseguem religiosos são reliosos de outras religiões.

Os que mais perseguiram os cristãos e que mais mataram cristãos por serem cristão foram os próprios cristãos.

Não fosse a perseguição aos hereges, impondo o terror em nome do bem e da "religião do amor", certamente que tal seita talvez nem existisse. Mas foi o Poder político que se valeu de tal seita, concebida visando o Poder e para o Poder político. Basta conhecer a bíblia para perceber que é um livro para manipulação política.
As religiões são concebidas para manipulação mental de uns, que fornecerão a força física para subjugar outros.

Desde caciques, pagés, feiticeiros, morubixabas e etc., o misticismo é uma arma política.

Anônimo disse...

Sr. Rodrigo, leio muito seus artigos mas, com relação à teologia prefiro um especialista, procure referências sobre este monge beneditino, e sobre esse assunto você descobrirá que está sequer
alfabetizado. Pesquise mais, que sabe?

Com a palavra, quem muito conhece sobre o assunto:

D. Estevão Bettencourt, OSB

Por que há tanto ateísmo hoje?
Arquivado em: Ateísmo — felipea at 4:48 pm on Sábado, Fevereiro 3, 2007



D. Estevão Bettencourt, OSB



Apontaremos duas grandes causas de tal fenômeno.

1 - Preconceito contra a Metafísica

A Metafísica é a reflexão que se estende para além das coisas físicas ou naturais; é o estudo que procura não somente as causas próximas, mas as causas remotas ou as causas das causas, e assim vai penetrando dentro do recôndito do que é ou do Ser; atinge o Invisível através do visível. Se, por exemplo, vejo um raio, sinto a necessidade de explicá-lo; pesquisando cientificamente, chego à conclusão de que é o efeito de um choque elétrico; mas minha mente pode não se dar por totalmente satisfeita com esta resposta e, por conseguinte, indago ulteriormente: donde vem a eletricidade?… Porque existe ela? Quem lhe deu a existência? Assim aos poucos vou cultivando a metafísica (meta = além; physiká = as coisas naturais).

A Metafísica foi muito estimada pelos pensadores até a época moderna. Immanuel Kant († 1804) quis dar-lhe um golpe mortal, afirmando que só conhecemos fenômenos sem poder penetrar nas suas causas; não atingimos a realidade em si mesma ou como tal. Augusto Comte (†1857) tomou posição semelhante, recusando todo conhecimento que ultrapasse o das ciências empíricas. Friederich Nietzche (†1900), Sigmund Freud († 1939) e seus discípulos também proclamaram a morta da metafísica. – Tal negativa influenciou não somente os materialistas, mas também os cristãos; vários destes, embora reconheçam a existência de Deus e dos valores transcendentais, julgam que estes não podem ser atingidos pela razão, mas unicamente pela fé. A crença em Deus e nas verdades religiosas seria algo alheio ao setor da razão; seria uma espécie de convicção que não se poderia justificar ou explicar racionalmente. Assim há pensadores cristãos que são kantianos e nos dizem que a análise metafísica do mundo e da natureza é impossível; a afirmação da existência de Deus nada teria que ver com o estudo da natureza e do universo; não seria possível uma filosofia da natureza. Tais pensadores cristãos se encontram assim com os marxistas e os freudianos, e esse encontro é geralmente fatal para eles, isto é, implica muitas vezes a perda mesma da crença
em Deus. Com efeito; sem fundamento na lógica e nas categorias da razão, qualquer opção é meramente subjetiva e arbitrária, carente de solidez e incapaz de se transmitir de maneira convincente.

A recusa da filosofia da natureza leva ao velho materialismo do século passado, o qual afirmava que, destruído o cérebro a consciência humana e se tem a morte absoluta, ou ainda… que a destruição do corpo humano é a destruição da própria pessoa.

Na verdade, o que é impossível é destruir a Metafísica ou não cultivar a Metafísica. Com efeito; já Aristóteles (­†322 a.C.) dizia: “Se é preciso filosofar, filosofemos. Se não é preciso filosofar, filosofemos ainda para provar que não é preciso filosofar”. O que significa: negar a Metafísica ainda é fazer Metafísica. Negar a finalidade do universo ou negar Deus é afirmar que o mundo é regido por mecanismos e, em última análise, pelo acaso. Ora quem postula tais mecanismos, de certo modo está praticando a Metafísica ou está admitindo algo que a ciência não prova. Quanto ao recurso ao acaso, é a capitulação da razão; o acaso é o nome “ilustrado” ou “bonito” que o homem dá à sua ignorância, pois não existe acaso como sujeito ou não existe o “Sr. Acaso”; este é apenas o cruzamento, para nós imprevisto, de causas que têm sua finalidade e sua razão de ser vem especificadas (pelo fato de não termos previsto essas causas se encontrariam, surpreendemo-nos e dizemos que isto se deu por acaso).

2 - Preconceitos contra a fé cristã

Numa atitude antiintelectualista, muitos se fecham em preconceitos contra a fé; deixam-se guiar não pela razão, mas por sentimentos, “opções” ou displicência. Julgando que a análise objetiva e racional do fato religioso é impossível ou não merece ser feita, assumem atitudes arbitrárias, que tais pensadores não saberiam justificar aos seus próprios olhos.

É certo que, da parte das pessoas de fé – digamos: … dos cristãos -, tem havido motivo para certa aversão à fé; assim as falsas interpretações da Bíblia, a piedade adocicada ou sentimental, os contra-testemunhos decorrentes da fragilidade humana… Muitos confundem o Cristianismo com aberrações teóricas ou práticas que são apresentadas ao público; julgam que, para ser cristão, é preciso renunciar à inteligência ou à cultura. Grande número desses pensadores que se dizem ateus, na verdade não desdizem à fé no verdadeiro Deus (que eles não conhecem), mas rejeitam as distorções da autêntica noção de Deus.

Tal situação requer, do lado dos cristãos, uma revisão do testemunho que dão ao mundo a fim de o expurgar de deformações e, do lado dos ditos “ateus”, o uso da razão, a fim de que possam ter conceito mais claro da mensagem da fé e saibam distinguir do acidental o essencial ou das facetas contingentes a verdade perene professada pela fé.

Conclusão

Ao invés do que muitos pensam, a mensagem cristã se prende estritamente ao uso da razão e ao estudo das ciências experimentais. É preciso banir a suspeita de divórcio entre aquela e estas. Verdade é que o estudo não prova a verdade intrínseca das proposições de fé, mas serve para alicerçar a crença. A onda de antiintelectualismo vigente nos últimos decênios prejudica a vida cristã; esta se torna, em conseqüência, algo de subjetivo, sentimental, inconsistente e sujeito a perder sua identidade. As proposições de fé se dirigem à inteligência humana e não apenas ao coração. – A inteligência foi dada por Deus ao homem para que este não somente descubra as verdades acerca do mundo contingente e material, mas também chegue ao conhecimento de Deus como Princípio e Fim de todas as coisas.Especialmente os resultados das ciências naturais – e da própria astronomia – interessam grandemente aos cristãos. A Bíblia não ensina proposições de ordem científica sobre a constituição e a origem do mundo e do homem, a sua doutrina é de índole sapiencial ou teológica, de modo que nunca se poderá dizer que há antagonismo entre a mensagem bíblica e as ciências naturais."

Rodrigo Constantino disse...

"I do not believe in the immortality of the individual, and I consider ethics to be an exclusively human concern with no superhuman authority behind it." (Einstein)

O Deus de Einstein parece muito com esse que eu acredito:

"I believe in God, only I spell it Nature." (Frank Lloyd Wright)

No mais, vejos os crentes reagindo justamente como os socialistas reagem contra meus textos de economia e política: fugas, ad hominem, apelo à autoridade etc. Derrubar os argumentos que é bom, nada!

Anônimo disse...

Com os senhores, a palavras dos cientistas

OS CIENTISTAS SÃO ATEUS?

Até hoje ninguém provou pela ciência, e nem vai provar, que Deus não existe.

Nada é mais falso do que a afirmação de que os cientistas não acreditam
em Deus. Só os desinformados, ou de má fé, podem dizer isto. Com segundas intenções, muitos querem dar a entender que “todas” as pessoas inteligentes e esclarecidas não aderem aos “mitos” religiosos; e que os cientistas, “homens especiais”, concluíram pela ciência que Deus não existe. Quem acreditar em Deus seria “politicamente não correto”. É um grave engano como se pode ver pelo que se segue.Até hoje ninguém provou pela ciência, e nem vai provar, que Deus não existe. Pois o Criador transcende a Ciência que Ele mesmo estabeleceu. Uma quantidade enorme de cientistas e de filósofos sempre acreditaram em Deus, e viveram a fé católica; até mesmo encontramos pessoas de Comunhão diária, como o pais da microbiologia, Dr. Louis de Pasteur, da Sorbonne. Muitos deles, defenderam as suas convicções religiosas publicamente.Descartes e Galileu morreram como bons cristãos com todos os sacramentos; Leibniz escreveu uma obra denominada Teodicéia (“Justificação de Deus”) contra o ateísmo. Até mesmo Platão e Aristóteles, que viveram antes de Cristo, apresentaram inúmeras provas da existência de Deus, com argumentos puramente racionais. Isaac Newton, físico, e Kepler, astrônomo, foram cristãos que falavam de Deus nos seus escritos, sem receios. Mendel, o pai da genética, fez as suas experiências com ervilhas no mosteiro onde era abade; Nicolau Copérnico, astrônomo, era clérigo.Apresentamos a seguir as palavras de alguns cientistas (citações extraídas do folheto Gott existiert, reproduzidas em Pergunte e Responderemos, n. 316, setembro de 1988, e da publicação alemã: “Todos pensam que Deus existe !” (Königsbach; D – 67435 Neustadt – Burgunderstr. 44)O espaço não me permite colocar mais citações; escolhi apenas algumas, mas se você quiser ler mais páginas delas, veja o meu livro “Ciência e Fé em Harmonia” (Ed. Cléofas, Lorena, SP , 230 pgs. 14 x 21; www.cleofas.com.br , tel . 12- 31526566)

Isaac Newton (1642-1727), fundador da física clássica e descobridor da lei da gravidade: “A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta”.

Alessandro Volta (1745-1827), físico italiano, descobridor da pilha elétrica e inventor, cujo nome deu origem ao termo voltagem: “Submeti a um estudo profundo as verdades fundamentais da fé, e […] deste modo encontrei eloqüentes testemunhos que tornam a religião acreditável a quem use apenas a sua razão”.

André Marie Ampère (1755-1836), físico e matemático francês, descobridor da lei fundamental da eletrodinâmica, cujo nome deu origem ao termo amperagem:“A mais persuasiva demonstração da existência de Deus depreende-se da evidente harmonia daqueles meios que asseguram a ordem do universo e pelos quais os seres vivos encontram no seu organismo tudo aquilo de que precisam para a sua subsistência, a sua reprodução e o desenvolvimento das suas virtualidades físicas e espirituais”.

H. C. Oersted (1777-1851), físico dinamarquês, descobridor de uma das leis do Electromagnetismo: “Cada análise profunda da Natureza conduz ao conhecimento de Deus”.

Karl Friedrich Gauss (1777-1855), alemão, considerado por muitos como o maior matemático de todos os tempos, também astrônomo e físico:“Quando tocar a nossa última hora, teremos a indizível alegria de ver Aquele que em nosso trabalho apenas pudemos pressentir”.

Agustín-Louis Cauchy (1789-1857), matemático francês, que desenvolveu o cálculo infinitesimal:“Sou um cristão, isto é na creio na divindade de Cristo como Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton, Leibniz, Pascal […], como todos os grandes astrônomos e matemáticos da Antigüidade”.

H. Madler (1794-1874), astrônomo alemão, autor do primeiro mapa selenográfico.“Um cientista sério não pode negar a existência de Deus, pois quem, como ele, pode penetrar tão profundamente a Sua oficina e admirar a Sua Sabedoria, só pode ajoelhar-se perante a grandeza do Espírito Divino”.

James Prescott Joule (1818-1889), físico britânico, estudioso do calor, do eletromagnetismo e descobridor da lei que leva o seu nome: “Nós topamos com uma grande variedade de fenômenos que […] em linguagem inequívoca falam da sabedoria e da bendita mão do Grande Mestre das obras”.

William Thompson Kelvin (1824-1907), físico britânico, pai da termodinâmica e descobridor de muitas outras leis da natureza: “Estamos cercados de assombrosos testemunhos de inteligência e benévolo planejamento; eles nos mostram através de toda a natureza a obra de uma vontade livre e ensinam-nos que todos os seres vivos são dependentes de um eterno Criador soberano.”

P. Sabatier (1854-1941), zoólogo alemão, Prêmio Nobel:“Querer estabelecer contradições entre as Ciências Naturais e a religião, demonstra que não se conhece a fundo ou uma ou outra dessas disciplinas”.

Arthur Eddington (1882-1946), físico e astrônomo britânico:“A física moderna leva-nos a necessariamente a Deus”.

Carl Gustav Jung (1875-1961), suíço, um dos fundadores da psicanálise:“Entre todos os meus pacientes na segunda metade da vida, isto é, tendo mais de 35 anos, não houve um só cujo problema mais profundo não fosse constituído pela questão da sua atitude religiosa. Todos, em última instância, estavam doentes por terem perdido aquilo que uma religião viva sempre deu aos seus adeptos, e nenhum se curou realmente sem recobrar a atitude religiosa que lhe fosse própria”.

Werner Von Braun (1912-1977), físico alemão radicado nos Estados Unidos e naturalizado norte-americano, especialista em foguetes e principal diretor técnico dos programas da NASA (Explorer, Saturno e Apolo), que culminaram com a chegada do homem à lua:“Não se pode de maneira nenhuma justificar a opinião, de vez em quando formulada, de que na época das viagens espaciais temos conhecimentos da natureza tais que já não precisamos crer
em Deus. Somente uma renovada fé em Deus pode provocar a mudança que salve da catástrofe o nosso mundo. Ciência e religião são, pois, irmãs, e não pólos antitéticos”. “Quanto mais compreendemos a complexidade da estrutura atômica, a natureza da vida ou o caminho das galáxias, tanto mais encontramos razões novas para nos assombrarmos diante dos esplendores da criação divina”.Será mesmo que os cientistas são ateus?…

Fr. Von Huene (1875-1969), geólogo e paleontológico alemão:“Essa longa história da vida que aos poucos se vai erguendo em escala ascensional, é, precisamente, a história da criação do mundo dos viventes. É a ação de Deus que tudo planeja e concebe, dirige e sustenta”.

M. Hermann (1876-1962), Diretor do Instituto de Biologia Max Plank:“Os resultados da mais desenvolvida ciência da natureza ou da Física não levantam a mínima objeção à fé num Poder que está por trás das forças naturais e que as rege. Tudo isto pode aparecer mesmo ao mais crítico pesquisador como uma grandiosa revelação da natureza, levando-o a crer numa todo-poderosa Sabedoria que se acha por trás desse mundo sábio”.

Friedrich Dessauer (1881-1963), alemão, biofísico e filósofo da Natureza, fundador da terapia das profundidades por meio de raios Roentgen e da Biologia dos quanta:“O fato de que nos últimos setenta anos o curso das descobertas e invenções nos interpela poderosamente, significa que Deus o Criador nos fala mais alto e mais claro do que nunca mediante pesquisadores e inventores”.

J. v. Liebib (1803-1873), químico alemão fundador da química agrícola: “A grandeza e a sabedoria infinita do Criador só são acessíveis àquele que se esforça para ler os seus pensamentos nas entrelinhas do grande livro a que chamamos Natureza”.

Albert Eintein (1879-1955), físico judeu alemão, criador da teoria da relatividade, Prêmio Nobel 1921.“Todo profundo pesquisador da natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois ele não pode admitir que ele seja o primeiro a perceber os extraordinariamente belos conjuntos de seres que ele contempla. No universo, incompreensível como é, manifeste-se uma inteligência superior e ilimitada. A opinião corrente de que eu sou ateu, baseia-se sobre grande equívoco. Quem a quisesse depreender de minhas teorias científicas, não teria compreendido o meu pensamento”.

Edwin Couklin (1863-1952), biólogo norte-americano:“Querer explicar pelo acaso a origem da vida sobre a terra é o mesmo que esperar que um dicionário completo possa ser o resultado da explosão de uma tipografia”.

Max Plank (1858-1947), físico, alemão, criador da teoria dos quanta, Prêmio Nobel 1928:“Para onde quer que se dilate o nosso olhar, em parte alguma vemos contradição entre Ciências Naturais e Religião; antes, encontramos plena convergência nos pontos decisivos. Ciências Naturais e Religião não se excluem mutuamente, como hoje em dia muitos pensam e receiam, mas completam-se e apelam uma para a outra. Para o crente, Deus está no começo; para o físico, Deus está no ponto de chegada de toda a sua reflexão. (Gott steht für den Gläubigen em Anfang, fur den Phystker am Ende alles Denkens)”.

H. Spemann (1869-1941), zoólogo alemão, Prêmio Nobel 1935:“Quero confessar que, durante as minhas pesquisas, muitas vezes tenho a impressão de estar num diálogo em que meu interlocutor me aparece como Aquele que é muito mais sábio. Diante desta extraordinária realidade … o pesquisador é sempre mais tomado por uma profunda e reverente admiração”.

J. Ambrose Fleming (1849-1945), físico britânico:“A grande quantidade de descobertas modernas destruiu por completo o antigo materialismo. O universo apresenta-se hoje ao nosso olhar como um pensamento. Ora o pensamento supõe a existência de um pensador”.

Guglielmo Marconi (1874-1937), físico italiano, inventor da telegrafia sem fio, Prêmio Nobel 1909:“Declaro com ufania que sou homem de fé. Creio no poder da oração. Creio nisto não só como fiel cristão, mas também como cientista”.

Thomas Alva Edison (1847-1931), inventor no campo da Física, com mais de 2.000 patentes:“Tenho… enorme respeito e a mais elevada admiração por todos os engenheiros, especialmente pelo maior deles: Deus”.

Charles Darwin, famoso autor da teoria da evolução:“Nunca neguei a existência de Deus. Creio que a teoria da evolução é plenamente conciliável com a fé
em Deus. A impossibilidade de provar e compreender que o grandioso e imenso universo, assim como o homem, tiveram origem por acaso parece-me ser o argumento principal para a existência de Deus”.

J. V. Uexküll (1864 – 1944) biólogo alemão: “Quem reconhece um plano, um objetivo, uma finalidade e uma intenção na Natureza, reconhece também a existência do Criador”.

Prof. Allan Sandage, durante toda a sua vida se aplicou à pesquisa dos astros:“Foi a minha ciência que me levou à conclusão de que, o universo é demais complexo para poder ser explicado pela ciência. É somente por meio do sobrenatural que posso compreender o mistério da existência”.

Robert John Russell, fundou em 1981 o Centro de Teologia e Ciências Naturais no Graduate Theological Union em Berkeley, EUA:“Em vez de solapar a fé e os valores espirituais, as descobertas cientificas oferecem-lhes suporte”.

Prof. John Palingharne, físico na Universidade de Cambridge, e que se tornou presbítero anglicano em 1982: “Se alguém toma consciência de que as leis da natureza de­vem ser incrivelmente certeiras para produzir o universo que vemos, ve­rifica que o universo não teve origem por acaso, mas deve haver um projeto a regê-lo”.

Carl Feit, biólogo cancerologista da Yeshiva University de Nova loque:“O fato de que a mente humana pode penetrar os mistérios do universo, significa que algo do ser humano está em harmonia com a mente de Deus”.

Profa. Jocelyn Bell Burnell, astrônoma, pesquisadora das estre­las ditas pulsars. Trabalha na Open University da Inglaterra e é membro da Sociedade Religiosa dos Amigos (Quakers): “A falta de fé nos deixa sós e apavorados diante do futuro”. “A minha fé não me impede de cultivar a ciência em toda a amplidão dos hori­zontes científicos”.

Fred Hoyle, astrônomo britânico, outrora ateu :“A existência de Deus pode ser provada com probabilidade matemática de 10 40000”.

Edward Mitchell, astronauta da Apolo 14, um dos primeiros homens a pisar na Lua, afirmou:“O Universo é a verdadeira revelação da divindade, uma prova da ordem universal da existência de uma inteligência acima de tudo o que podemos compreender”.

B. Vollmert, biólogo alemão, afirmou: “Atribuir o encadeamento das unidades da molécula de DNA ao acaso é uma hipótese absolutamente improvável (1/101000)”. Este número ultrapassa em muito o imaginável. A ciência fala de uma quase impossibilidade quando se refere a 1/1050. Como termo de comparação: o número de átomos existente no cosmos é de 1083!” “A probabilidade de se passar de um grau de evolução a outro superior por um crescimento casual é de 10-40 000.”Será que os cientistas são ateus?…

Anônimo disse...

Senhor Rodrigo, o desafio a derrubar os argumentos acima, vejamos se é o que achas ser. Taí, quero ver.

Rodrigo Constantino disse...

Em primeiro lugar, meu artigo é contra o fanatismo em primeiro lugar, as religiões em segundo, e as crenças que os HOMENS criaram, baseados em outros homens e livros humanos. Não falei especificamente de deus, mas poderia. Veja que não provar que deus não existe não é o mesmo que provar que ele existe, e píor!, que Jesus era seu mensageiro.

Agora vamos lá: como se nega uma fantasia humana? Se eu falar que vive comigo um gnomo, como vcs farão para NEGAR isso? Usarão todos os métodos científicos que conhecemos, mas bastará eu alegar que ele é sobrehumano e tais métodos não servem. E então? Vcs terão que aceitar a existência desse gnomo?

Sugestão de leitura: Why Atheism?, de George Smith, o livro mais sério que conheço sobre o assunto.

Anônimo disse...

Constantino,

Sua devoção à leitura de Voltaire e estes outros autores o deixou tão cego diante dos fatos quanto os fanáticos de quem você fala.

Foi Constantino, através desse concílio, que tornou o Cristianismo a religião oficial do império romano.

Constantino I não tornou o cristianismo a religião oficial do Império Romano. O que ele fez foi garantir a liberdade religiosa dentro do Império, não somente para os cristãos mas para todos os romanos, através do Edito de Milão no ano 313. A oficialização do cristianismo só veio bem depois, com decretos do imperador Teodósio I.

Rodrigo Constantino disse...

Eu poderia apelar às autoridades também, como fez o crente acima, e colocar vários testemunhos de ateus famosos e cientistas. Mas não farei isso.

Perguntarei apenas algumas coisas:

Se deus é ominisciente, então ele conhece tudo, e para tanto, ele precisa conhecer a dor, o sofrimento. Como pode um ser perfeito conhecer a dor?

Se deus é perfeito, por que ele agiu criando o mundo? A ação é motivada pelo desconforto, visa a melhorar de situação. Quem está na perfeição não quer se mexer, não pratica ação alguma.

São só algumas questões. Mas o mais engraçado mesmo é esse deus antropomórfico que os homens criam. Ah, se cachorros pudessem pensar, o deus deles certamente seria um cachorrão!!!

E novamente: falem das religiões e dos humanos, que era o tema do meu artigo!

Anônimo disse...

Está perdendo a postura (ou respeito aos leitores) doutor? Será falta de argumentos.

O Direitista disse...

Rodrigo, em primeiro lugar, embora eu não concorde com vc, respeito sua decisão de não acreditar em Deus. Mas também não acho que faça sentido afirmar que a ciência e a religião são contrários. A religião precede e lança as bases para a filosofia, que por sua vez faz o mesmo para a ciência. Você acha razoável dizer que Platão ou Sto Tomás de Aquino foram inimigos da razão? Minha posição é a mesma de João: a Razão é Deus.

Rodrigo Constantino disse...

Para mim, a religião é uma forma primitiva de filosofia. Lida com as questões básicas da metafísica, e de uma maneira mais primitiva. A filisofia veio para superar a religião. Eis o que penso.

Anônimo disse...

Querido Rodrigo acho que foi infeliz com esse artigo.Você deveria expor a sua própia opinião ao invés de ficar citando Voltaire.
O homem crente é necessariamente um homem dependente... Ele não pertence a si mesmo, mas ao autor da idéia em que ele acredita. Quando você cita Voltaire ou se utiliza de teorias de terceiros, na prática de sua profissão, você está acretitando nesses ou aquele autor, o que o torna também é um CRENTE, ou não? Lamento, mais seus artigos são de qualidade discutível. Passar bem! Ah, pesquise mais.

Rodrigo Constantino disse...

Jpaulo, não entendi? Se vc usar os ARGUMENTOS de outros vc é um CRENTE?!?!?!?!! Caramba! Que coisa de maluco... hehehehehe

Cada vez mais impressionado aqui...

Alvaro Augusto W. de Almeida disse...

É triste ver que ataques pessoais são abundantes por aqui. Ao nos depararmos com um texto do qual discordamos, devemos apontar as idéias que julgamos falhas, nunca dizer que o autor não tem doutorado em teologia ou coisa parecida. Também não adianta citar listas de cientistas religiosos. O objetivo da ciência é saciar a curiosidade humana, usando um método capaz da auto-correção, e não verificar a existência de Deus.

[ ]s

Alvaro Augusto
http://alvaroaugusto.blogspot.com

Anônimo disse...

Sou crente por convicção. Todavia, respeito seu escrito.
Continue escrevendo, Rodrigo, pois sabemos que compete ao ledor formar a opinião de acordo, obviamente, com o entendimento (formação) que possui.
A título de curiosidade, em que você crê?

Anônimo disse...

Não percam:

Rodrigo Constantino sendo reduzido a pó de traque na Olavo de Carvalho no Orkut com seus argumentos poeiris:

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=44668&tid=2514508111185422769&na=1&nst=1

Aqui o trecho onde Olavo de Carvalho entra:

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=44668&tid=2514508111185422769&na=4&nst=93&nid=44668-2514508111185422769-2514609088014558212

Uma lição para jamais ser esquecida.

Waldemar M. Reis disse...

Rodrigo,

Interessante o seu texto. Suscitou-me idéias que, sendo numerosas e inconvenientemente extensas para o presente espaço, pus em meu blog, Textos Públicos. Trata-se da primeria entrada e se chama Comentário.

Abraço,

Jabuticabo disse...

Eu tive o saco de ir lá, me registrar no Orkut, ler a discussão, me desregistrar do Orkut, voltar aqui e escrever:

Olhem para o Olavo de Carvalho como aquele cara que vocês NÃO querem ser quando tiverem a idade dele.

De vez em quando se está errado, de vez em quando, a nossa impressão sobre um assunto, ou aquela daquele em quem confiamos, está errada.

Reconhecermo-nos nas nossas falhas, avaliarmo-nos como humanos que somos, propensos a generalizações, julgamentos emocionais ou inconscientes, é fundamental para que sejamos racionais.

Crer-se dotado, mesmo que não da certeza, mas apenas da racionalidade absoluta é o caminho para tornar-se aquilo que o Olavo é. Com o passar dos anos o indivíduo tem tantos tabus incontornáveis para defender que acaba investindo contra moinhos de vento.

Questione as montanhas cercadas de auto-congratulações e tantas certezas definitivas.

Desconfie da mim, que estou escrevendo um comentário sério pela primeira vez neste blog, questione o Rodrigo Constantino e, acima de tudo, questione a si próprio.

Anônimo disse...

Pergunto aos cristãos, judeus, crentes, etc: se a bondade de Deus é infinita, por que os "maus", ao morrer, são "condenados ao fogo eterno do inferno"? Então? Não há uma segunda chance?

Do outro lado, no céu, vamos "viver" eternamente entre os anjos, só tocando harpa e sem nada para fazer? Que tédio, hein?

Para aqueles que criticam o texto do Constantino: ele não esta discutindo Deus ou questionando sua existência (e nem eu). Em seu texto ele critica (e concordo) o fanatismo, o encabrestamente operado pelas religiões.

Para Constantino: é possível que haja e, certamente, há exageros na descrição dos "milagres" de Jesus. Chamamos de milagre a tudo o que nos foge à razão e/ou explicação. Na verdade, o que Jesus fez foi mostrar que tudo é possível a qualquer um, desde que tenha suficiente fé. É simples assim!

O Direitista disse...

A discussão é interessante. Apesar de o Olavo já não ter mesmo muita paciência (o que só serve para esquentar os ânimos e atrapalhar o debate), pode-se resumir os pontos dele aos seguintes:

1) ao dizer que a igreja é intolerante e fechada ao debate, RC ignora mil anos de história, ignora a disputatio (“gênero escolástico por excelência”) e começa a falar direto de inquisição.

2) o Olavo não endossa a inquisição, apenas aponta como compreender que a igreja tenha considerado a bruxaria um crime (com a indicação do livro de Levi-Strauss, O feiticeiro e sua magia) e compara o número de mortos da inquisição com o número de mortos de regimes inspirados no iluminismo, liberais até (como no caso da Espanha. Só pra constar, o termo liberal pode se referir aos liberais clássicos como Adam Smith e John Locke, como pode se referir aos liberais no sentido americano atual, que remete aos liberales espanhóis), que mataram mais.

3) o combate às heresias não é um prova de perseguição anti-científica (ou seja, não serve para sustentar a idéia de que ciência e religião são inimigas), já que as heresias não são teorias científicas, e também não é prova de que a religião católica não tolera outras religiões, já que a heresia não é uma religião diferente, mas uma doutrina que se pretende católica sem o sê-lo, ou seja, é uma espécie de charlatanismo.

4) quando RC diz que atribuir os crimes do comunismo ao ateísmo é o mesmo que atribuir os crimes do nazismo ao cristianismo, ignora que Hitler não era um crente religioso, mas um gnóstico. (comentário meu: no livro 1984, Orwell descreve como o regime totalitário busca “congelar” a história ou eternizar o presente, que é justamente o que propõem os gnósticos, ou seja, alcançar o fim dos tempos, o paraíso na terra, como se a história pudesse caminhar até um certo ponto e parar. Esta idéia de utopia em um momento futuro que “congelaria” é comum tanto ao comunismo quanto ao nazismo e alheia ao cristianismo, em que o fim do mundo não é um momento na história, porque todo momento na história tem de, por definição, passar).

Estes me parecem os pontos essenciais da discussão. Seria interessante que uma discussão deste tipo pudesse ser levada adiante com a “cabeça fria”, mas é evidente que o Rodrigo não tem obrigação nenhuma de ficar respondendo a nada se não tiver saco.

PS: antes que me acusem de partidarismo, eu mesmo confesso, acho que o Olavo tem razão nos pontos acima.

Anônimo disse...

"André, algo me diz que vc era um dos que não deveriam ter lido." Não confunda minha crítica ao plágio com o conteúdo do texto. Até porque ja passei um bom tempo estudando religiões de tudo quanto é tipo, frequentando tudo quanto é "templo" para conhecê-las mais a fundo. Conclusão: buscando uma religião, terminei sem nenhuma.

Fiquei chateado de um cara como você "esquecer" de fazer referência à palavras que não são suas; nem aspas você usou.. Você cheio dos métodos, o todo correto, o ético, comentendo um deslize desse sem querer? O fato de eu não aguentar mais falsos moralistas fez com que me excedesse e tenha sido agressivo nas palavras. Quanto a isso, peço desculpas. Mas essa sua "inocência" n enguli.
Abraços

Anônimo disse...

Ah, se eu sei de quem foram as idéias citadas, provavelmente eu era um dos que "deveriam" ter lido...

Abraços

Alvaro Augusto W. de Almeida disse...

Algum dia Olavo de Carvalho teve paciência?

[ ]s

Alvaro Augusto

Anônimo disse...

Bastou Rodrigo cometer o "crime" de apresentar argumentos, seus e de outros, contra o fanatismo religioso, que as beatas de plantão subiram nas tamancas. Até de plágio ele foi acusado. Pelo que li dos comentários, a maioria manifesta uma temência (ou será demência?) atávica a deuses e procura desesperadamente provar o improvável através de frases soltas ou mesmo em ensaios filosófico-eclesiásticos de seriedade duvidosa.

Alguém chega até a dizer que "até hoje ninguém provou pela ciência, e nem vai provar, que Deus não existe", como se esse tipo de pesquisa fosse objeto de algum estudo sério a respeito. Pelo contrário, até hoje, nem a ciência e nem qualquer religião foram capazes de provar a existência de algum deus. O outro que diz que a teoria de Darwin foi seriamente abalada pela bioquímica, com certeza é adepto do criacionismo, esse sim, com certeza um estudo seríssimo acerca de Adão e Eva, imprescindível para nos livrarmos de um parentesco indesejável com os macacos.

A primeira vez que pensei em tanta coisa boa apreendida que teria que jogar fora para poder aceitar alguma exigência religiosa eu desisti. Apagar da memória milhões de idéias, desde Monteiro Lobato até Cavalli-Sforza, é pedir muito para acreditar em um deus só.

“Mesmo hoje, eu acredito que estou agindo de acordo com a vontade do Todo Poderoso Criador: me defendendo dos Judeus, estou lutando para o trabalho do Senhor.” Adolph Hitler – Mein Kampf, Capítulo 2.

Anônimo disse...

Primeiramente, todas as religiões são antes uma crença em homens que num deus qualquer. Afinal os deuses jamais escreveram qualquer doutrina religiosa. Apenas alguns homens pregaram e escreveram coisas dizendo-se a serviço do deus.
Curiosamente os deuses não visitam mais a Terra como em priscas eras faziam. Talvez envergonhados, ou talvez por atualmente existir meios de por em prova sua divindade, dado que a quantidade de conhecimento disponível para o homem o faz menos propenso a aceitar novos deuses. Embora ainda se ampare na quantidade de crentes de um velho deus para sentir-se menos tolo ao entregar-se a fantasias.

Homens em regiões e épocas diferentes conceberam deuses diferentes com opiniões e manias diferentes em suas diferentes religiões. Ou seja, se os inúmeros deuses divergem entre si, e até um memso deus de igrejas diferentes é capaz de "instruir" doutrinas diferentes, devemos desconfiar que tais deuses podem ter sido criados pelos homens e não criaturas do mundo, e muito menos ainda criadores do mundo. Ademais, cada adorador de um deus afirma ser o seu o melhor deles ou até mesmo afirmam ser o único verdadeiro. Ou seja, colocam em dúvida os deuses das convicções alheias dizendo-se convictos da existência de seu(s) deus(es).

Ora, se homens conceberam um Kulkucan ou Quetzalcoatl (a serpente emplumada) como o deus, outros conceberam Baal, Moloque, Zeus, Javé, Alah, Ogun, pombagira e lá mais uma infinidade de sandices, todos eles seres mágicos com grandes poderes sobre a natureza e os homens, como podemos afirmar qual o verdadeiro? serão todos verdadeiros? haverão vários deuses?

Se não há vários deuses podemos aventar duas hipóteses:

1) Os homens são capazes de inventar deuses.
Se homens inventam deuses, o fazem segundo seus interesses. Pois se não houvesse interesse não os inventariam. Logo, se muitos foram inventados, é factível a hipótese de que todos o tenham sido; e não há evidências em contrário. Sobretudo se questionarmos a alegação de que apenas um é o verdadeiro e os demais inventados. Pois nesse caso o deus verdadeiro se revelou a apenas alguns homens escolhidos (a um povo “eleito”), deixando todos os demais povos nas trevas das religiões falsas. Ora, não há motivo para não se ter revelado a todas as criaturas e nem manter contato indistintamente. Pois é tolo, sobretudo para um deus criador, desejar que homens acreditem no que lhe dizem alguns homens escolhidos por tal deus, em detrimento do que lhes dizem os outros que inventaram outros deuses.
Tal deus não tem como exigir a escolha certa por parte dos humanos, para nela depositarem sua fé. Mas, por outro lado, como alguns advogam, se a fé é dada/inspirada pelo próprio deus, então tal deus não tem como exigir fé daqueles a quem não a concedeu. Esta é uma questão interessante e complexa (um bom debate). Afinal, se o deus verdadeiro não fornece subsídios à razão, não há meio de os homens fazerem escolhas conscientes através de seu livre arbítrio. Não têm culpa de descrerem ou crerem erradamente.
Àqueles a quem por ventura foi inspirada a fé, também não fizeram uma escolha consciente, pois nem mesmo possuem livre arbítrio. Logo, nenhum mérito possuem como humanos.
A questão do mérito pelo lívre arbítrio é outra questão interessante. Pois JC não podia ter livre arbítrio, já que era predestinado. Logo, não era possuidor de mérito algum. Sendo um mero “corpo” a ser sacrificado ao deus que no NT mudou sua opinião antes expressa no VT. Afinal o deus o enviou para se dar em sacrifício dos homens: ele é o “cordeiro de deus que tira os pecados do mundo”. Sacrifício/oferenda em troca de perdão?? ...logo, também dinheiro para a Igreja, em troca de indulgência.
Curiosamente, nesta hipótese de deuses inventados, por coincidência, os inventados também apreciam sacrifícios e oferendas, até humanos, tal qual o deus verdadeiro. Ou seja, os homens inventaram deuses com aspectos um tanto semelhantes ao deus verdadeiro que a eles não se revelou. Inspirados? Talvez.
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2) Os homens não inventam deuses.
Se não inventam deuses, podemos dizer que ou os deuses são todos verdadeiros ou que são todos o mesmo deus.
A hipótese de serem todos verdadeiros no momento não interessa à discussão. Porém, a hipóteses de serem todos o mesmo deus, que se revelou de forma diferente para “escolhidos” de povos diferentes, é interessante. Vejamos:
Se o deus revelou-se diferentemente segundo cada povo, certamente que é um deus leviano. Pois com sua atitude gerou não só confusão mas sobretudo desgraças. Pois isso fez com que seus seguidores acabassem por ambicionar destruírem-se mutuamente. Pois cada seguidor tem a ambição de impor a vontade do seu deus como a verdade a ser seguida, interferindo na vida alheia. Por vezes até entendem que a hegemonia ou o absolutismo de seu deus o fará mais verdadeiro (se ninguém a ele se opõe, entendem que o consenso, mesmo que apenas exibido, lhes prova a verdade).
É um deus perverso, aquele que se revela diferentemente a diferentes “escolhidos” em quem os povos devem crer com fé cega. Aliás, no VT Javé bem mostra sua perversidade, chegando a mandar matar, literalmente, homens, mulheres e crianças até “de peito”. Um Javé que manda seu povo escravizar outros, que manda saquear e roubar. Apesar dos 10 mandamentos, que bem analisado percebemos servir apenas dentre os seus, não valendo para a relaçãoi destes com os demais. Como em certas ocasiões afirma para fazer escravos apenas dentre os povos vizinhos, e não dentre o próprio. Realmente o VT revela melhor ainda um deus a imagem e semelhança humana, produzindo uma religião conveniente a interesses humanos: um deus vaidoso, arbitrário, ciumento, perverso, passional, parcial e irresponsável.

No caso dos Judeus e cristãos, há algo muito interessante. Pois que o deus dos judeus é exatamente o mesmo dos cristãos. Ou seja, os judeus não deveriam sê-lo. Pois se tinham fé em Javé, deveriam ter aceitado o cristianismo como sua nova religião, essa seria a vontade de Javé. Afinal o deus enviou o seu “cordeiro” com uma nova visão, diferente daquela do velho testamento. Mas os judeus, mesmo tendo fé em Javé, não acreditaram que JC era a encarnação da vontade de seu deus. Neste caso considerando JC um embusteiro ou um louco, mas nunca um portador da vontade divina, pois se assim acreditassem, deveriam converterem-se ao cristianismo. Isso não aconteceu. Ou seja, até entre os seguidores ou adoradores do mesmo deus, encontra-se o desprezo pela vontade de tal deus, ou a descrença nos seus legitimos enviados. Talvez esse deus não mereça respeito por mudar de opinião; coisa que não é característica de um deus onisciente.

Ora, se tomarmos Javé, JC e Alah como expressões de um mesmo deus, podemos perceber que tal deus interessa-se por gerar confusão. Ele, mesmo onisciente, não percebeu que suas revelações em segredo, para alguns “escolhidos”, resultariam em desgraça. Tão pouco analisou que a vaidade humana levaria a que cada crente desejasse ser o portador da “verdadeira verdade” que o faz superior, bem como portador da verdade que deve ser imposta aos governados. Afinal o arbítrio/vontade divino é a verdade e a justiça, por definição. E sendo assim, é perfeitamente compreensível que cada crente ambicione moldar o mundo àquilo que tem por justo e certo. Isso acaba gerando confusão, sob o olhar estéril de um deus que se revela diferentemente ou não sabe escolher aqueles a quem se revela.
Apesar de ser onipotente e onisciente, justo e generoso, tal deus não previu as desgraças que causaria com suas “revelações”, e depois de causa-las não toma providência alguma, não volta a visitar a Terra, como costumava fazer, nem manda novos enviados do além para resolver as questões que criou.
Ou seja, isso não é coisa de um deus. Como não é coisa de um deus perfeito criar seres imperfeitos que se provocam sofrimentos.

Minha hipótese sobre a verdade é aquela que diz que o homem cria os deuses a sua imagem e semelhança, e não o contrário. Ser a imagem e semelhança de um deus todo poderoso, senhor dos exércitos, pode envaidecer muitos e conquista-los com tais galanteios, mas sem razões para crer em tal bobagem, só o envaidecimento e a possibilidade de obter favores de tal deus, não me convencem nem corrompem.
....
Obs.: Hitler era um cristão até fanático. Em seu livro usa o cristianismo e as perseguições de cristãos aos judeus para justificar sua perseguição a estes.
Os religiosos católicos não se opunham a Hitler, muitos deles participando de “convescotes” e rapapés com o fuhrer.
...gnósticos! ...hehehe! ...não eram cristãos? não acreditavam em cristo? quem tem a “verdadeira verdade”? ...mero meio de diferenciar, como os marxistas leninistas, trotskitas, stalinistas, maoistas e etc. ...tudo farinha do mesmo saco! (apenas mais semelhanças entre ideologias).
...o extermínio de opositores ideológicos foi um ensinamento cristão. Foram cristãos que perseguiram e mataram judeus.
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Antes da formalização da inquisição, religiosos já perseguiam e matavam hereges, pagãos e qualquer divergente. A inquisição foi a formalização do TERROR como “fator convincente”, inclusive com a finalidade de desestimular condescendências por parte de autoridades nos diversos locais. Pois que centralizou estabelecendo a tortura como lei geral. Sendo a inquisição específica para casos de CRIMES CONTRA A FÉ.
Contudo, há embusteiros desavergonhados que chegam a ver mérito na inquisição, afirmando-a ser para impor julgamentos por antes dela não existirem. É falso, ela em nada interferiu em possíveis ataques da massa bestializada a suspeitos. Julgamentos sempre existiram desde antes. O Direito Romano existiu antes de cristo e da Igreja. Essa leviandade é exemplo de uso de “meio verdade/meio mentira”, suprimindo a informação de que a inquisição era específica para “crimes de consciência” ou “CRIME CONTRA A FÉ”, e não para quaisquer crimes contra as leis. E se a massa imbecilizada condenava puramente, foi por incentivo da ideologia.
A quantidade de perseguidos e supliciados por fanáticos ideológicos em inúmeras comunidades/povoados e durante séculos, em nome da fé cristã, não podem ser contados nem vagamente. Não há meios de ter números confiáveis, sobretudo por se do interesse da igreja esconde-los.

Abraços
C. Mouro

sol_moras_segabinaze disse...

Rodrigo, sua postura no debate com o Olavo tá corretíssima, evidenciando a intolerância que acompanha toda fé dogmática.

Me parece então altamente improvável unir liberais e conservadores cristãos na luta contra a hegemonia esquerdista.

O autoritarismo carola impede essa união, infelizmente.

Anônimo disse...

Caro C. Mouro, por favor, textos mais curtos ou fica (quase) impossível debater. Basicamente, sua questão é: [1] Deus criou o Homem? ou [2] O Homem criou Deus?, mas, antes, é preciso saber quem é (ou o que é) Deus.

Começando pelo começo [construção intencional]: absolutamente tudo é manifestação de energia. E existe uma Lei que ordena as manifestações de energia. Dentre as manifestações há as que chamamos de matéria.

Que Lei é essa?

É a Lei que diz, por exemplo, que 2 átomos de hidrogênio + 1 de oxigênio, na presença de calor, sempre resulta em água, seja na Terra, em Plutão (coitado, foi rebaixado) ou na nebulosa de Adrômeda.

A esta Lei, que tudo ordena, os antigos chamaram de deus, ouso dizer, por medo, já que havia (e continuará havendo) muito desconhecimento. Era necessário encontrar explicação para o inexplicável. Ora! Daí a usar deus para obter poder resulta no que conhecemos, inclusive a diversidade de deuses. É tudo criação do Homem, inclusive o que chamam de Mal.

Quanto a "Deus revelar-se apenas a alguns" não é verdade. Os espíritos (também manifestação de energia) revelam-se a todos. Alguns são mais sensíveis do que outros.

Em tempo: o pensamento também é energia, daí, a constatação de que pensamentos positivos atraiam positividades e pensamentos negativos atraiam semelhantes é científicamente comprovada (o que, também, faz parte daquela Lei maior).

Anônimo disse...

Prezado Mário,
Não é possível debater idéias sem explica-las. Os esquerdista se contentam com

frases e bandeiras abanadas como explicação de idéias. Eu não.

Os debates não progridem nem quando cercamos vários pontos para tentar impedir

dispersões, desvios e "incompreensões". Portanto ir às minucias é razoável,

para tentar inibir os que tudo fazem para não entender o que se está dizendo.
.
Quanto a idéia de um "Deus", essa é a idéia de um ser pensante, capaz de fazer

julgamentos e manipular a natureza.
"Deus" é um nome genérico para designar seres poderosos, capazes de dominar a

natureza. Seja a Serpente emplumada (Kulkucan), Zeus, Alah, Javé, Moloque,

Horus e lá mais uma infinidade deles. Ou seja, dizer que deus é energia, é a

natureza ou coisas do genero, não pertence à questão.
A natureza já conhecemos o que é, e dizer que deus é a natureza é o mesmo que

dizer que a natureza é a natureza, ou energia é energia. Isso não carece de

sinônimos para se fazer entender. Os deuses em questão são seres mirabolantes.

Ao se falar de religião inspirada por deuses, falamos de algo revelado, falamos

sobre a vontade de um, ou mais, ser poderoso, capaz de pensar e ter desejos,

interferir na natureza, se agradar e desagradar com as coisas.

Não me consta que energia ou natureza tenham desejos e possam manifesta-los para

fulanos e beltranos. Portanto não me interessam estes tipos de "deus". Isso é

como chamar o aparato judiciario de justiça. Imagine alguém dizendo que a

justiça é tendenciosa e outro dizendo que ela é o equilibrio lógico. ou um

falando de manga fruta e outro de manga de camisa ...vai ser dificil!

Ou seja, se não tentarmos entender o significado das palavras dentro do contexto

em referência, jamais chegaremos a lugar algum, não haverá progresso no debnate

em meio a tantos maus entendidos.
As ideologias são mestres em se aproveitar de palavras, pois algumas destas por

si só provocam sensações, dados seus primeiros significados. Assim os marxistas

falavam em liberdade, totalitários em democracia, em justiça e etc. Mas a

liberdade a que se referem é diferente, e por assim em diante. Eles apenas

querem se aproveitar do conceito da palavra, mas não com outro significado.

- Sua alegação me citando: "Quanto a "Deus revelar-se apenas a alguns" não é

verdade. Os espíritos (também manifestação de energia) revelam-se a todos.

Alguns são mais sensíveis do que outros."

Isso não faz sentido. É como dizer que deus se revelou a todos mas só um ou

outro o perceberam. Pô!??
...se ele se revelou a todos e nem todos perceberam, então ele não é capaz de se

fazer percebido, logo, não é deus, porque não se revelou como seria sua vontade.
Se é deus e tudo sabe, saberia que nem todos o perceberiam revelado, então não

quis revelar-se a estes. Logo, revelou-se apenas a alguns, como eu disse.
Enfim, essa sua colocação em nada afetou o que escrevi.

No mais, se existem espiritos, fantasmas e etc., cita-los é dispensável para a

questão sobre se os poderosos deuses das religiões são reais ou imaginários.
Quanto aos antigos chamarem as leis da natureza de deus, quais antigos? Pois

muitos "antigos" chamavam de deus os seres mirabolantes que controlariam a

natureza, e é a estes que chamamos deuses. O panteísmo é inocuo, totalmente

dispensável para a questão.

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

existem distorções de alguns comentários. mas um me chamou a atenção. não existe evidencia cientifica de que deus não existe. pare e pense. como se prova que algo ou alguem não existe? como? como? por favor, como?

Anônimo disse...

Até hoje ninguém provou pela ciência, e nem vai provar, que Deus não existe.
este é o comentário lietral da afirmação acima. insisto que por favor me diga como se prova que algo não existe?

Waldemar M. Reis disse...

Anônmo,

No comentário que apus ao texto O Ônum da Prova procuro demonstrar exatamente isso, invocando o exemplo histórico de Parmênides.

Anônimo disse...

Caro C. Mouro,

Você é um idiota!

Perdão. Não o estou ofendendo. Certamente, ao ler a frase acima, deve ter se indignado, afinal, não nos conhecemos, etc.. etc... A sua reação, qualquer que tenha sido, é, nada mais, nada menos, do que o poder da palavra. Portanto, jamais podemos desprezar e esquecer o poder da palavra.

Sua crítica ao que eu disse, a respeito de Deus em se manifestar ou não, não tem fundamento e nem lógica. Repito: ele se manifesta em todos. Ocorre que a persepção depende do indivíduo, depende do estágio evolutivo em que o indivíduo se encontra. Você não consegue explicar a uma criança de 2 anos que 100 divididos por 4 é 25, correto? Até que ela possa entender essa simples continha, é preciso que tenha passado pelos estágios que conhecemos. É simples assim! Cada um de nós nos encontramos num estágio de evolução diferente, portanto, as mensagens que recebemos são captadas são captadas de acordo.

No que escrevi acima:

1 - Na verdade, não é Deus que se manifesta. São os espíritos, evoluídos ou não (os chamados espíritos atrasados, das sombras, sem luz, de esquerda). Todos estão entre nós o tempo todo e emitindo mensagens e orientações. Usamos nosso livre arbítrio para "selecionar" o que nos é aceitável.

2 - Quando falo em estágio evolutivo refiro-me ao do espírito e, não, da matéria (ser humano).

3 - Sei que a compreensão do que tenho escrito é muito difícil para quem entende Deus como um ser supremo, todo poderoso, etc.. etc.., acreditando ou não na sua existência. Deus não é um ser; é o conjunto de toda a energia existente no Universo, inclusive da matéria. Tudo é parte do que chamam de Deus.

Perdão. Todos temos diferentes paradígmas e nossa compreensão (individual) depende deles. O que não podemos e não devemos é ficar presos a qualquer deles.

Anônimo disse...

Errata:

no texto acima, onde se lê "Cada um de nós nos encontramos (...)", leia-se "Cada um de nós se encontra (...)" hehe

Anônimo disse...

Caro C. Mouro,

Perdão. Toda a sua argumentação é contestável e estou destacando apenas algumas, como esta: "No mais, se existem espiritos, fantasmas e etc., cita-los é dispensável (...)"

Não é "SE existem". Todos SOMOS espíritos numa jornada humana e não há como dispensar a citação. Vejamos um ponto: já ouviu falar em "viagem astral"? Sabe o que é Projeciologia? E Conscienciologia? Sabe o que acontece quando dormimos? Nunca teve a sensação de ter sonhado que estava fora do seu corpo?

Não é difícil encontrar vasta literatura para tentar entender estes "fenômenos". Use o Google ou o Yahoo!

Todos temos muito a aprender, não? hehe

Anônimo disse...

Neste texto e em outros de sua lavra percebe-se que você tem sim um Deus:A RAZÃO.Você é um fanático da RELIGIÃO RACIONALISTA,deveria ter o bom senso de estudar um pouco o assunto Religião,nas áreas de mitos, símbolos, história comparada da religiões, psicologia profunda,etc.E você entra em contradição com sua pretensa racionalidade e senso crítico ao atacar,com FÚRIA,todas as religiões indistintamente,a sutileza não é seu forte,de forma análoga a Herr Karl Marx
Este investia com fúria contra as religiões e o capitalismo,fúria que obscurecia seu senso crítico.Marx já mostrava ódio à religião em cartas a seu pai,aos 18 anos,idade em que ninguém é maduro ainda.
Em resumo,o tom acusador,furioso,de um Torquemada do racionalismo contra a fé
(você tem fé em si mesmo,pelo menos?)
já invalida a sua análise.E quanto a Voltaire...écrasé l'infâme!Ele era outro furioso,queria impor seu racionalismo a ferro e fogo,contra tudo e contra todos.Ele não é uma boa referência na área.Quando a IRA se impõe,a razão se esconde.
Em tempo,não sou seguidor de nenhuma religião estabelecida,mas tenho VIVÊNCIA PESSOAL da religiosidade,esta
não leva necessariamente a fanatismo.
Seja um pouco mais humilde quando abordar o assunto.

Anônimo disse...

Parabéns Anônimo!Mostrou razoabilidade. Qualquer extremismo, seja religioso, político, sexual e etc., leva ao fundamentalismo,e fundamentalista é aquele que nunca quer admitir os próprios erros.

Anônimo disse...

Caro Mário,

eu não vejo motivos para me sentir ofendido quando alguém me xinga.
Se um sujeito me xinga meramente, ele está apenas demonstrando sua irritação por não conseguir argumentar, inconformado com sua condição.
Por outro lado se ele xinga e demonstra a razão de me atribuir o xingamento, e eu me convenço de que ele está certo, eu vou considerar seu xingamento útil, porque eu vou mudar de opinião e melhorar a minha condição, para não mais merecer tal xingamento.

Ocorre que o xingamento em questão é o de idiota, e neste caso, se quem xinga tiver razão, o xingado não vai se convencer disso, e vai pensar que o idiota é quem o xingou. Mesmo que o outro não o tenha xingado com o "poder da palavra" mas apenas o tenha demonstrado com clareza. Afinal os idiotas têm convicções pétreas, e assim são, justamente, por não serem fortes no quesito razão.

Normalmente, indivíduos de fortes convicções tendem a explicar um mistério com outros mistérios, a fim de simular explicações até para enganar a si mesmos, tanto que necessitam de fantasias para se consolarem.
Em meio a mistérios, eu até diria que seres muito "evoluidos espiritualmente" não precisam se preocupar com seitas para se evoluírem. Justamente por isso eles as ignoram, eles não precisam ter percepções misteriosas para se aprimorarem/evoluirem; eles já estão no estagio último do aprimoramento. Quem pode provar que não é assim? ...hehehe! ...viu só? ...eu também posso inventar asneiras explicativas e convenientes, só que com a diferença se saber que o são.

Talvez, Mário, você tenha se ressentido por eu não me interessar pelas questões de macumbeiros de luxo, e é mais que justificável a sua reação.

Volto a repetir, a questão a que me referi é sobre "Deuses mirabolantes", "seres super poderosos" aos quais os humanos gostam de cultuar, pedir favores e etc.. Pois estes deuses é que fazem diferença, estes é que conquistam multidões. Seitas ou superstições sem expressão, com meia dúzia de maluquetes com delírios ainda mais psicodélicos, não é coisa com que se deva perder tempo.

Infelizmente, caro Mário, discutir macumba de luxo não é algo que me anime. Eu sinto muito.

Não se preocupe, a ofensa só ofende se for verdadeira. Mas nesse caso, se o xingamento for verdadeiro eu não o terei percebido como tal. Então, na dúvida, eu prefiro não devolve-lo.
Usar o "poder da palavra" por si só, não é algo que me atraia, prefiro o poder da razão.

Um forte abraço.
C. Mouro

Do jeito que a coisa vai, defender qualquer ponto de vista vai ser chamado de fanatismo, fundamentalismo e tal, MESMO QUE A DEFESA SEJA PELOS ARGUMENTOS LÓGICOS E COM DEMONSTRAÇÂO DE FATOS E EVIDÊNCIAS.

Para saber que algo não existe só se for onisciente e para prova-lo terá mesmo que ser onipotente.

Eu tenho um elefante voador que cospe fogo e assume o tamanho que desejar, e nem todos podem ve-lo, só as pessoas muito evoluidas espiritualmente.

Alguém pode provar que ele não existe? ...não, só é possivel se provar o que existe (e não provam).

Anônimo disse...

Prezado sr. Rodrigo Constantino

O texto do senhor está repleto de equívocos históricos - baseados em leitura de Voltaire, mas o senhor deveria buscar outras fontes. Sou professor de história e o método do verdadeiro historiador consiste em comparar diferentes textos e visões sobre o mesmo assunto, para então chegar a um ponto de vista próprio. Bem, a impressão que passa é a de que o senhor repete os dizeres de Voltaire como um cristão repete o evangelho, um judeu ortodoxo a Torá e um muçulmano o Corão.

Ao afirmar no início do seu texto que "A diferença básica entre a ciência e a religião é essa: uma está aberta à crítica, implora para que você prove que ela está errada, enquanto a outra o condena se você tentar provar que ela está errada, mandando aceitar com fé e calar a boca. Duvidar já é pecado! Um abismo intransponível separa os dois métodos, as duas posturas", o senhor ignora séculos e séculos de estudos filosóficos e teológicos dos padres da Igreja Católica. O que dizer sobre pensadores como Agostinho, Abelardo, Alberto Magno, Tomás de Aquino, Guilherme de Occam... Será que é necessário dizer O que significaram para o desenvolvimento da filosofia, do método científico, do próprio ocidente, enfim? No caso da Igreja Católica, antes que um dogma seja definido, há uma acirrada discussão, que não raro dura séculos. O método científico se desenvolveu a partir dos debates dos filósofos da escolástica, a filosofia católica medieval. A afirmação de que "Um abismo intransponível separa os dois métodos, as duas posturas" não condiz com a realidade.

Citarei apenas mais alguns equívocos do ponto de vista histórico:

- "Os cristãos foram com muito mais freqüência tolerados do que sujeitos a perseguições. O reinado de Diocleciano foi, durante 18 anos, um reino de paz e até de favores para eles. Prisca, mulher de Diocleciano, era cristã. Construíram templos soberbos, depois de terem dito que não eram precisos templos para Deus. A Igreja passava a ser opulenta e cheia de ostentação, com vasos de ouro e ornamentos deslumbrantes." De forma alguma. Esta frase é, do ponto de vista histórico, completamente absurda. Os imperadores Diocleciano e Galério, em fevereiro de 303, assinaram um decreto que deu início a uma violenta perseguição aos cristãos. Foi a pior de todas as perseguições enfrentadas pelos cristãos em toda a história do Império Romano. A lista de mártires cristãos sob Diocleciano foi enorme. Quanto a Prisca, esposa de Diocleciano, ser cristã, não somente ela, também sua filha Valéria pareciam simpatizar pelo cristianismo. Entretanto, com as perseguições, ao que tudo indica elas, como muitos outros cristãos, abjuraram a fé cristã.

- "Voltaire chama Constantino de tirano, pois seu direito era proveniente apenas da força, e por este ter mandado matar o próprio filho, Crispus, e sufocado a própria mulher, Fausta. Foi ele que convocou a assembléia em Nicéia para resolver o “assunto bem medíocre”, segundo o próprio, sobre a incompreensível Trindade cristã."
Não é exato. O Concílio foi convocado em virtude das agitações doutrinárias promovidas por um padre chamado Ário, que ensinava, entre outras coisas, a idéia de que Jesus não seria eterno, ou seja, não um deus, mas criado pelo próprio Deus. Ário foi excomungado em 318, mas contava com muitos adeptos.
Sendo assim, é lógico que "o nome Trindade não é nem sequer pronunciado", pois essa não era uma questão diretamente ligada aos debates do Concílio. Quanto à escolha dos livros canônicos a que Voltaire se refere (logicamente, de forma jocosa), trata-se de uma lenda - afinal, não foi no Concílio de Nicéia que o Cânon Bíblico foi definido. A definição do Cânon deu-se através de Concílios Regionais, durante o século IV, sem validade universal. O Cânon do Novo Testamento foi estabelecido pelo Concílio de Roma, no ano 382, e ratificado definitivamente pelo Concilio de Florença (este de validade para toda a Igreja) em 1441.

- "Foi Constantino, através desse concílio, que tornou o Cristianismo a religião oficial do império romano."
Em apenas um pequeno parágrafo, quantos erros! Foi Teodósio, em 380, que elevou o cristianismo ao patamar de religião oficial do estado romano. Aliás, nem se sabe ao certo se Constantino converteu-se realmente ao Cristianismo, tendo em vista que seu batismo no leito de morte, no ano 337, é colocado em dúvida por muitos historiadores. O fato é que Constantino nunca abandonou a adoração ao deus Sol (Sol Invictus), tanto que as moedas romanas de seu reinado mantém como simbolo principal o sol. Além disso, nunca renunciou ao título de "Sumo Pontífice" - chefe supremo do Império em assuntos relacionados à religião, o que explica o fato de ele ter convocado o Concílio da Igreja. Ao insultar Constantino, Voltaire tenta tão somente relaciona-lo à Igreja e ao Cristianismo. É notável que Constantino fosse cruel e ambicioso, mas sua ligação com o Cristianismo é, historicamente falando, ambígua, marcada por contradições. Ele, portanto, convocou o Concílio não como um membro mandatário da Igreja, mas como Imperador Romano, chefe de todas as religiões.

- "A carnificina, os horrores, a ganância, as intrigas, os assassinatos, tudo que se seguiu pela Idade Média é conhecido pela história. Não é preciso sequer falar de Inquisição."
Lamentavel que alguém possuidor de alguma cultura afirme essas bobagens. Puro senso comum. Óbvio que na Igreja Católica, instituição como qualquer outra, em qualquer época haja vícios e crimes como em qualquer outra organização humana. Só um detalhe: não é preciso ser gênio, apenas ter um mínimo de conhecimento histórico, para verificar as contribuições do pensamento cristão para o desenvolvimento da moral, da ciência e da sociedade no que "se seguiu pela Idade Média". Como economista, e quem sou eu para discutir, V.Sa. deve estar ciente de que os primeiros defensores de uma economia de livre mercado foram pensadores católicos da tradição Escolástica Tardia como São Bernardino de Sena, Santo Antonino de Florença, Martin de Azpilcueta. A Igreja Católica, séculos antes do Liberalismo, já defendia o Estado mínimo.
Isso sem falar no conceito de "pessoa humana", que só foi desenvolvido a partir dos debates entre os cristãos sobre... o "assunto medíocre", a Trindade Cristã. Afinal, se há três pessoas iguais em um só Deus, e se o homem foi feito à sua imagem e semelhança, o homem também é uma pessoa, devendo ser respeitado em sua integridade e humanidade. A cara de pau de Voltaire e dos iluministas em ignorar a origem deste e de outros conceitos é de doer. A igualdade entre os seres humanos é ensinada pelo cristianismo. E justamente a partir dos acalorados debates sobre... o "assunto medíocre". A igualdade entre os seres humanos dá-se a partir da construção deste conceito, é uma conseqüência do mesmo.
E não preciso citar, pois é "conhecido pela história" (infelizmente ignorado pelos racionalistas), de que foi o cristianismo quem deu o pontapé inicial no desenvolvimento do método científico. Os primeiros cientistas eram padres e filósofos escolásticos. Roger Bacon era padre e é considerado o pai do método científico. Sem falar nas primeiras universidades e no desenvolvimento cultural científico e artístico dos séculos XII e XIII...
Sobre a Inquisição, é curioso que tantos fatos a respeito dela sejam ignorados. Que havia os tribunais civis e os eclesiásticos, e que os tribunais civis eram mais violentos e impiedosos, além de terem executado muito mais pessoas do que a Inquisição católica - ao ponto que muitos criminosos pediam para serem julgados pela Igreja, não pelo Estado.
Veja o que um historiador afirma sobre a Inquisição ter sido o primeiro tribunal a abolir a confissão pela tortura:
"Onde mais se escurece o negrume da lenda [sobre a Inquisição] é quanto à tortura. Também aqui, porém a inquisição revela uma insuspeitada modernidade. Antes de tudo, deve ser dito que a tortura -- como meio de interrogatório e também como pena -- era usada normalmente na justiça do antigo regime. O primeiro monarca a abolir a tortura foi, de fato, Luis XVI, no fim do século XVIII" (Rino Camilleri,.La Vera Storia dell ´Inquisizione, Ed Piemme, Casale Monferrato, 2.001, pp. 45-46). Ou seja: todos os tribunais a utilizavam, antes e depois da Inquisição.
Para encerrar (afinal, "Não é preciso sequer falar de Inquisição"...), um dado: em 14 meses, o Terror executou mais pessoas do que a Inquisição em toda a sua história: dezessete mil pessoas (e não estou contando os massacres). Isso em quatorze meses. E, se na mentalidade coletiva, graças a mais de 300 anos de propaganda implacável iluminista e racionalista, a Inquisição tomou as feições de uma gestapo medieval, o que podemos então dizer da revolução francesa e dos jacobinos?

Quanto à Voltaire... Bem, por uma dessas ironias do destino, a 2 de março de 1778, o "Pai do Esclarecimento" escreveu o seguinte texto:

"Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vômito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir a igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na santa religião católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela.

Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marqués de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marqués de Villevielle. Meu amigo".

Este texto está no tomo XII de uma velha revista francesa, Correspondance Littérairer, Philosophique et Critique. Há várias testemunhas que confirmaram a autenticidade deste documento. Convém dizer que Voltaire, para escândalo de muitos na época, teve um funeral católico.

O grande iluminista escreveu este texto por medo da morte iminente? Ou tomado por sincero arrependimento e remorso por ter desferido tantas mentiras e caluniado de forma impiedosa a Igreja Católica durante tanto tempo?

Quando o senhor diz que "A humanidade ainda tem muito para avançar se enterrar de vez o fanatismo religioso, que tanta desgraça trouxe ao mundo", esqueceu-se de mencionar todos os outros tipos de fanatismo (político, esportivo, mesmo o ideológico). Não tenho aqui a pretensão de julgar sua opção pelo ateísmo, apenas lamento que não tenha estudado outras fontes, construindo seu débil raciocínio a respeito do fanatismo religioso apenas pelo seu preconceito contra a religião em geral e a Igreja Católica em particular.

Atenciosamente,

Matheus Cajaíba
Editor do site ABACAXI ATÔMICO
www.abacaxiatomico.com.br

Anônimo disse...

Caro C. Mouro,

Estou morrendo de rir... perdão... você diz, por exemplo: "eu vou considerar seu xingamento útil, porque eu vou mudar de opinião e melhorar a minha condição, para não mais merecer tal xingamento." hehe... está vendo? O poder da palavra o faria refletir, até mesmo para mudar sua opinião. É exatamente isso que estou afirmando: não há como "ouvir" uma palavra e permanecer totalmente indiferente, como se nada tivesse "ouvido".

Bem... voltando à sua questão: em momento algum eu disse ser espírita (porque não sou), até porque todas as religiões espíritas também são dogmáticas.

É de fazer morrer de rir os que falam em "macumbeiros" ou "macumba" referindo-se aos espíritas. Para começar, nem todas as religiões espíritas são africanas e mesmo entre as africanas, poucas são as que usam a macumba, que é um instrumento musical, semelhante ao tambor, com cerca de 30 cm de diâmetro e 120 cm de altura. Repito: macumba é apenas um istrumento musical que PODE fazer parte de ALGUNS rituais de ALGUMAS seitas africanas. Por favor, estude um pouco antes emitir alguma opinião.

"Volto a repetir, a questão a que me referi é sobre "Deuses mirabolantes", "seres super poderosos" (...)".

Com certeza, você não me entendeu. É exatamente isso que estou dizendo! Deuses são criações do bicho-homem para explicar o inexplicável de acordo com os conhecimentos da época. Daí eu ter me referido aos "antigos".

"(...) eu até diria que seres muito "evoluidos espiritualmente" não precisam se preocupar com seitas para se evoluírem. (...) eles já estão no estagio último do aprimoramento."

Antes de avaliar o que diz, torna-se necessário esclarecer que nem sempre um humano altamente evoluído é um espírito idem. Estamos cheios de tais exemplos, que são evidentes: os "intelequituais" esquerdóides.

Quanto a dizer que "já estão no estagio último do aprimoramento" é difícil dizer, já que não é possível sabermos, enquanto humanos, qual é o estágio último. Jesus foi uma exceção, que expliquei no primeiro post deste tópico.

Em tempo: Você não respondeu às perguntas que fiz. Tenho muitas outras sobre o mesmo assunto, porém, creio que são mais do que suficientes para mantê-lo estudando por um bocado de tempo.. hehe

Anônimo disse...

Como já disse antes, reafirmo: macumbeiros de luxo não é algo com que se deva perder tempo, sobretudo quando eles mesmos se envergonham disso, embora o desespero, ante o que são, os empurre para a "insanidade bem aceita socialmente", como diz o blogueiro Zappi sobre as religiões.

Então, vou só reproduzir um trecho seu, para que você analise a forma com que "contesta":

"Perdão. Toda a sua argumentação é contestável e estou destacando apenas algumas, como esta: "No mais, se existem espiritos, fantasmas e etc., cita-los é dispensável (...)"
Não é "SE existem". Todos SOMOS espíritos numa jornada humana e não há como dispensar a citação. Vejamos um ponto: já ouviu falar em "viagem astral"? Sabe o que é Projeciologia? E Conscienciologia? Sabe o que acontece quando dormimos? Nunca teve a sensação de ter sonhado que estava fora do seu corpo?"

- O que mais eu preciso dizer diante disso? ...que tal tipo tem problemas?
.
Já analisando outra característica, achei interessante você por último citar um trecho meu omitindo parte indispensável, para então comentar em cima de tal patranha.
Se você fosse tão esperto quanto pensa, não faria esse tipo de coisa, tão fácil de perceber. Basta que se elia o que escrevi e a forma que você usou para comentar. ...como anteriormente eu disse, era de se esperar por isso. Creio que os "espiritos" não o estão ajudando.

Essa malandragem para sutilmente induzir julgamentos errados, sobretudo em quem não leu meu comentário, bem demonstra o caráter de um tipo que necessita de fantasias das mais mirabolantes para se suportar. Quem precisa de fantasias, não pode prescindir desse tipo de coisa.
Essa é a moral de um ideológico, mas não ode ter outra.

Mas em seguida você fez de novo, com um trecho onde eu brinquei para exibir a tolice de afirmações sem fundamento. ...e isso já me põe em dúvida se é mesmo esperteza tola ou se é assim mesmo que você consegue entender as coisas.
Afinal segundo pesquisas a interpretação correta de texto no BR é raridade. No BR poucos são os que conseguem ler e entender o que estão lendo.

Não sei o que é pior, se o caráter exibido ou se a deficiencia exibida.
Realmente os "espiritos" não te estão ajudando mesmo.
Penso que é a força da verdade que produz esse tipo de coisa.
Para que o "poder das palavras" quandose tem a razão? ..hehehe!

Abraços
C. Mouro

Obs.: nunca sonhei nem nunca tive tal sensação. ...eu heim!.

Anônimo disse...

Meus sinceros parabéns Rodrigo, seus últimos artigos estão para mim no hall do melhor que já produziu. Sua linha de argumentação evolui a olhos vistos. Cada vez menos apaixonada e cada vez mais racional, bem fundamentada e firmemente sustentada em uma bela base teórica.
Mais uma vez, deixo aqui minhas congratulações.

Anônimo disse...

Vocês citam muito a razão, essa é subjetiva, vc compararia a sua com a de um criminoso? Creio que não. Mas se assim for, se vocês se acham apenas matéria que passa, de onde vem o freio dos anseios, desejos e paixões? Acho que se fosse vocês aproveitaria todo esse tempo para o prazer de todo o tipo, sem limites, porque não? Teria várias mulheres, ou homens se fosse gay, usaria drogas, daria calotes em todo mundo, que diferença fará? O que impede os senhores de agir assim? Moral? Respondam-me, e se
for, como? A diferença seria apenas com relação ao tempo de vida não acham, para que poupar, investir, casar, estudar, ter posição social?

Anônimo disse...

Parabéns,professor Cajaíba,o texto do Rodrigo é um abacaxizão,cheio de furos históricos,com um tom apologético antireligioso,ele busca apenas denegrir
TODAS AS RELIGIÕES.O Rodrigo é um ateu militante,não está preocupado com filigranas como veracidade histórica,e
quando ele aborda o tema...é pau na religião,a lógica de que ele se gaba cede lugar ao fanatismo racionalista.

Anônimo disse...

C. Mouro,

"Obs.: nunca sonhei nem nunca tive tal sensação. ...eu heim!."

huuuummmm... então, seu espírito está num estágio de evolução muito abaixo do que supunha...

Já tentou argumentar com um bebê de colo???? Pois é assim que estou me sentindo. Lamento que tenha partido para agressões pessoais.

Anônimo disse...

Caro Mário,
veja bem, a coisa é como eu digo: a deologa corrompe de tal forma que um tipo é capaz de fazer o que você está fazendo... pô! fui eu quem partiu para a agressão??? ...hehehe! se não fosse tão engraçado, seria trágico.

Membros de rebanhos ideolgicos vêem aqui xingar o Rodrigo, amaldiçoa-lo, e entre outras dizer que ele ataca furibundo as religiões. Querem que ele as ignore (diga-se não critique), tal como, or exemplo, Fidel faz em Cuba: ele não quer que ninguem critique o Socialismo, só que ele pode imor essa vontade, e os que aqui vêem xingar o Rodrigo apenas acalentam tal sonho.

Ideológicos, que seguem lideres mentores, são semelhantes: "acuse-os do que você é" ...ora, se não querem que se critique os absurdos de sua deolgia, não queiram impor as imbecilidades das suas ideologias aos países em que vivem, que deixem os não crentes viver em paz, e ir para "o inferno" em paz. ...Para quê vêem aqui atacar o Rodrigo nem opor-lhe nenhum argumento, mas, irados, chama-lo de furibundo??

Eu me envergonharia de fazer certas coisas que ideologicos fazem amparados por seus pares. Mas deologicos nunca se envergonham de mentir, deturpar, falsificar, fofocar e etc. ...é a grande diferença, um ideológico se apoia na anuência interessada de seus pares (asinum asinus fricat), já o indivíduo apoia-se em seus julgamentos, na lógica e na verdade, sem dar importancia a apoios interesseiros, o que vale para um indivíduo sem ideologia é a razão, o que ele pensa de si, o conceito que ele faz de si, e não o conceito que um rebanho adestrado exibe para ele.

Forte abraço, caro Mário, seu fardo é pesado....

Abraços
C. Mouro

Anônimo disse...

Quando Sagan diz que é impossível convencer um crente de coisa alguma, “pois suas crenças não se baseiam em evidências, baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar”, ele não está sem amparando em nenhuma observação científica, mas simplesmente repetindo um conceito comum entre os segmentos entre os quais conviveu.

É Sagan, e não os crentes, que tem a necessidade de acreditar, de procurar explicar a crença pela descrença e pensar contra ou independente das evidências.

Quando Voltaire afirma que os papas tiveram como objetivo enriquecer e se fortalecer o quanto pudessem, faz uma dedução comum aos igualitaristas, que entendem a busca da riqueza como eticamente condenável. A partir daí, a lógica mais óbvia é que a convicção religiosa desses bispos não era tão profunda, a ponto de talvez a simularem, já que seu objetivo não era servir a Deus, mas a si a eles próprios, materialmente.

Isso sugere objetivos inconfessáveis e conspirações malignas, mas nada que se ampare na observação da realidade. O máximo que podemos admitir, pela observação histórica, é que o cristianismo (mais especificamente seu clero) realmente se compunha de pessoas sinceramente devotadas às suas crenças, mas que, no entanto, nem todos tiveram a mesma capacidade de levar uma vida obediente, humilde e abstêmia.
Pode ser que esse rompimento da regra cristã tenha sido um desvio comum, porém jamais um objetivo.

Assim, se os papas, de fato, enriqueceram, é certo que, alguns mais e outros menos, todos tiveram plena noção de serem representantes de Deus na Terra (com deveres inerentes a essa condição), sendo esse o principal motivo de seu propósito.
É por essa razão que o mesmo cristianismo que teve papas dominadores e cardeais ricos, também teve seitas de flagelantes do próprio corpo e monges mendicantes, que voluntariamente abriram mão da riqueza e do prazer pessoais para ter uma vida desprovida de riqueza e de qualquer luxo. Ou então também aqueles devotos que colocaram a saúde em risco para cuidar de leprosos e outros doentes.

Abro espaço para uma pergunta: em uma humanidade sem religião (ou melhor, de extrema religião, o fanatismo, cruz credo!), quanto tempo teria demorado para surgir o primeiro hospital para leprosos?

Mesmo que a riqueza dos bispados tenha sido, de fato, atrativa a muitas pessoas comuns (que chegaram a pagar para obtê-las), não há qualquer argumento sério para comprovar que esse seja o objetivo central de toda a religião, pelo que Voltaire (que já se confessou admirador da simplicidade dos quakers) sabia muito bem que sua pretensa desconfiança só seria crível se limitasse a crítica aos que “estão à frente das seitas”, ou seja, os papas, sabidamente ricos, mas jamais a todo o conjunto histórico do cristianismo. E o mesmo vale para todas as religiões.

É muito certo que Voltaire não convenceu a ninguém com essa “evidência” (até porque é falsa), nem mesmo seus contemporâneos. No máximo, reforçou a convicção emocional dos que já eram anti-clericais.

Mas aí você poderá responder com o velho axioma comteano (típico do pensamento do século XIX) que a ciência (ou a filosofia cientificista) veio substituir a religião, e em como muito dos eventos anteriormente atribuídos à intervenção divina foram sendo aos poucos explicados com base em eventos observáveis.
Se a religião perdeu terreno nessa área, o que pode garantir que mantenha nas gerações futuras, quando se presume que o conhecimento humano terá avançado muito mais e muito de que é incerto terá sua confirmação como falso ou verdadeiro?

A resposta é o próprio retraimento dos dogmas céticos no decorrer do último século, pondo freio em suas especulações a partir do mesmo método que o próprio ceticismo utilizava para combater a religião, ou seja, a dúvida. Se o mesmo julgamento utilizado para o combate à religião for aplicado aos erros cometidos do ceticismo (isso sem contar os excessos do ateísmo militante), por si só a crítica já seria devastadora.

Não foram apenas os marxistas que transformaram seu ceticismo em dogma, e a partir daí um conjunto de crenças que deu forma a uma estúpida religião secular, que ultrapassou em atrocidades todos os fanatismo anteriores. A História demonstra que não precisou muito para que aqueles que primeiro combateram as verdades “reveladas” desenvolvessem o primado da razão a ponto de transformá-la em uma religião, associada a um ridículo culto patriótico.

Na realidade, qualquer um que elege o ceticismo como arma contra as religiões apenas torna-se cria de mais uma, tornando-se mais crédulo que os próprios crentes. O “túmulo do fanatismo” tem um lugar reservado para o cadáver do ceticismo.

Anônimo disse...

Parabéns pela sua explanação totalmente incoerente e cheia de erros. No entanto você chama a atenção todo tempo para a reflexão crítica contra o fanatismo religioso, é bom lembrar que já foi dito "o oposto da verdade é igualmente a verdade, então porque não começar a questionar os princinpios de Voltaire sobre a razão pura, pois soou como fanatismo racionalista, pois a razão iluminista, até hoje, só foi a solução para as mazelas da própria burguesia, é claro.

Um abraço.

Unknown disse...

Constantino, alguma vez na vida vc já estudou religião, filosofia ou História?

Anônimo disse...

Permita-me comentar o comentário feito, que reescrevo:

"Na realidade, qualquer um que elege o ceticismo como arma contra as religiões apenas torna-se cria de mais uma, tornando-se mais crédulo que os próprios crentes. O “túmulo do fanatismo” tem um lugar reservado para o cadáver do ceticismo.
# posted by Leandro : 10:57 PM "

Escrever uma bobagem destas, utilizando inclusive e rizível figura do "cadáver do ceticismo", é coisa no mínimo de desinformado que não sabe no mínimo o que é cetismo.
Para falar bobagens com a acima, é preferível a omissão.

João disse...

Textinho ruinzinho, ein. Parece resenha do ensino médio. Só o Olavo de Carvalho pra se importar com isso mesmo.

TRAIÇÃO VIVA: EM FOCO COM A ROMA MODERNISTA disse...

Caro Sr. Rodrigo Constantino,
saudações!

Acabei de ler seu artigo "O túmulo do fanatismo", confesso que fiquei impressionado com sua ignorância em relação ao Cristianismo. Chesterton, dizia que É ocioso falar constantemente da alternativa da razão e da fé. A razão é já de per si uma matéria de fé. É um ato de fé alguém afirmar que seus pensamentos têm qualquer relação com a realidade." Voltaire, o personagem principal do artigo, não tem provas de que seus pensamentos tem alguma relação com a realidade.

As fontes de Voltaire, são o própio Voltaire. E como ele mesmo diz; "“um homem que recebe sua religião sem exame não difere de um boi que atrelam”". Um homem que da como verdadeiro argumentos sem antes conhecer o outro lado, não examina a religião, da assentimento ao que dela falam e acaba por escrever o que ignoram. Exatamente por isso, o Sr. diz que O Concílio de Nicéia tratou do Cânon Bíblico e relata uma fábula que é desconhecida pela própia Igreja. A questão do Cânon Bíblico é tratada pela primeira vez, no Concílio de Laodicéia (363), posteriormente no Concílio de Roma (380), Hipona e Cartago (Entre 390 e 400). Somente um ignorante afirmaria que o Concílio de Nicéia tratou do Cânon Bíblico, porque é um Concílio Ecumênico e suas decisões teriam válidade para toda a Igreja. O que tornaria desnecessário os Concílios citados, que poderiam apenas repetir a decisão de Nicéia, caso ele tivesse se manifestado. Além disso, antes do Concílio de Nicéia, já existiam listas com poucas variações do cânon atual, desde São Justino. O própio Santo Atanásio, participante do Concílio em suas cartas relata lista de livros, mas nunca comenta possíveis decisões de Nicéia a respeito do Cânon, conforme pode se ler:

Epístola 39 de Santo Atanásio
http://www.presbiteros.com.br/Patristica/EP%CDSTOLA%2039%20DE%20SANTO%20ATAN%C1SIO.htm

Constantino, nunca tornou o Cristianismo Religião Oficial do Império, se isso fosse uma realidade, não haveria necessidade do Édito de Tessalônica. Quanto a existência de Moisés, o testemunho de sua existência é dado pela Bíblia. Se ninguém sabe que ele existiu, também podemos questionar a existência de várias outras personalidades históricas, como o própio Sócrates. Para solucionar a questão e dar como verdadeira a existência de ambos, deveríamos ter seus ossos para sabermos se existiram ou não, é isso que a ciência exige. Afirmar que o povo Judeu é uma raça de ladrões, seria o mesmo que esperar a liberdade dos judeus no meio do regime nazista. Um povo escravo não tem condições para roubar o povo que o domina.

A infinidade de Evangelhos, é semelhante a infinidade de obras atribuídas a autores antigos. Sabe-se que muitos livros atribuídos a Platão, não foram escritos por ele, o mesmo ocorre com os Evangelhos. Os Pais da Igreja, citam muito pouco os apócrifos, além disso eles foram excluídos do cânon por não possuírem validade doutrinária. De Voltaire, não pode se esperar muito, ele reduz Santo Agostinho em "o ateu e o sábio", a alguém que se ocupava apenas em decidir se crianças iam ou não para o inferno. Quando o seu "Se me engano, eu sou, aquele que não é, não pode ser enganado", precedeu o "Penso, logo existo" de Déscartes. Para acreditar em Voltaire, seria necessário que ele tivesse fontes, mas não tem nenhum...

No mais seu artigo, é um testemunho da prática daquilo que o Sr. condena. O Sr. dá como verdadeiro os argumentos de Voltaire sem conhecer nada do Cristianismo, ou seja, não examina o mesmo, é um boi atrelado ao iluminismo. E interessante que em outro artigo, diz que o dogma é inimigo da liberdade, mas é o dogma que define a liberdade. É através dele que o Sr. é uma pessoa, sem ele ninguém poderia me garantir que o Sr. não estaria evoluindo para um Sr. Silva amanhã e depois de amanhã para um Sr. Faria. Não é atoa que Chesterton dizia que o racionalista pensa e logo existe, mas o evolucionista não tem evidências materiais de seus pensamentos além das Sinapsis, por isso ele não existe. É como diz Dom Marcel Lefebvre, sobre o subjetivismo e a evolução que constituem o alicerce do liberalismo:

“Vejamos as palavras básicas: subjetivismo e evolução: Subjetivismo é introduzir a liberdade da inteligência, quando pelo contrário, sua nobreza consiste em se submeter a seu objeto, consiste na acomodação ou conformidade do pensamento com o objeto conhecido. A inteligência funciona como uma câmara fotográfica, deve reproduzir exatamente as características perceptíveis do real. Sua perfeição está na fidelidade ao real. Por este motivo a verdade se define como a adequação da inteligência com a coisa. A verdade é esta qualidade do pensamento, de estar de acordo com a coisa, com o que ela é. Não é a inteligência que cria as coisas, mas as coisas que se impões à inteligência como são. Como conseqüência a verdade de uma afirmação, depende do que ela é, é algo de objetivo; e aquele que procura a verdade deve renunciar a si, renunciar a uma composição de seu espírito, renunciar a inventar uma verdade.

Pelo contrário, no subjetivismo, é a razão que constrói a verdade: deparamos com a submissão do objeto ao sujeito! Este passa a ser o centro de todas as coisas. Elas não são mais o que são, mas o que se pensa. O homem passa a dispor da verdade conforme sua vontade: este erro se chamará .idealismo. em seu aspecto filosófico, e .liberalismo. em seu aspecto moral, político e religioso. Como conseqüência a verdade será diferente conforme os indivíduos e os grupos sociais.

A verdade é necessariamente compartilhada, ninguém pode pretender tê-la exclusivamente em sua integridade; ela se faz e se procura sem descanso. Pode-se ver quanto isto é contrário à Nosso Senhor Jesus Cristo e à sua Igreja. Historicamente a emancipação do sujeito com relação ao objeto foi realizada por três pessoas. LUTERO em primeiro lugar, afasta o magistério da Igreja e conserva somente a Bíblia, ao recusar qualquer mediação entre o homem e Deus. Introduz o .livre exame. a partir de uma falsa noção de inspiração na Escritura: a inspiração individual! Depois DESCARTES, seguido por KANT, sistematiza o subjetivismo: a inteligência se fecha em si mesma, só conhece seu próprio pensamento: é o .cogito. de Descartes, são as .categorias. de Kant; as coisas mesmas não podem ser conhecidas.

Finalmente ROUSSEAU: emancipado de seu objeto, tendo perdido o senso comum (o reto juízo), o sujeito fica sem defesa frente à opinião comum. O pensamento do indivíduo se dilui na opinião pública, isto é, o que todo o mundo ou a maioria pensa; esta opinião será criada pelas técnicas de dinâmica de grupo, organizados pelos meios de comunicação que estão nas mãos de financeiros, dos políticos, dos maçons, etc. Pelo próprio movimento, o liberalismo intelectual vai acabar no totalitarismo do pensamento. Após o afastamento do objeto, assistimos ao desaparecimento do sujeito, pronto então para sofrer todo tipo de escravidão. O subjetivismo, exaltando a liberdade de pensamento, vai proporcionar sua destruição."

Do liberalismo a apostasi, a Tragédia Conciliar. Dom Marcel Lefebvre
http://www.permanencia.org.br/Livrodigital/liberalismo.pdf

A era da razão nasce exatamente da inversão do relacionamento entre a teoria e a prática feita por Epícuro e adotada por Marx. Essa inversão, penso estar presente na essência do liberalismo, é o que diz Éric Voegelin, quando afirma que o Marxismo é o produto do protestantismo liberal. Bom, vou terminando por aqui, estude mais um pouco do Cristianismo, assim o Sr. será justo e verdadeiro em suas argumentações.

Respeitosamente,

Gederson

Unknown disse...

Rodrigo,
Pena que demorei tanto a descobrir seu blog. Gosto da forma livre e inteligente com que vc. discute os mais variados assuntos. Como vc., observo que as pessoas, de um modo geral, preferem fugir ao exercício da razão. Entre liberdade e autoritarismo, sentem-se mais seguras aderindo a este último com espírito de rebanho. Lembro ter ouvido de uma professora qdo. pequena: "Quem manda pode errar, quem obedece nunca erra".
Parabéns pela ótima síntese que fez de Voltaire. Até ler esse seu artigo, confesso que eu achava que religião não se discute. Mudei de idéia.
Abs.,
Maristela

Pop Liberal disse...

"A diferença básica entre a ciência e a religião é essa: uma está aberta à crítica, implora para que você prove que ela está errada,"

Posso começar a rir? Com as maracutais da indústria farmacêutica, os estudos científicos movidos por ideologia, que constituem a principal fonte de problemas para revistas como a Nature, você ainda abre a boca pra falar isso...

Tenha paciência, seu fanatismo ateísta não é muito diferente do fanatismo cristão, muçulmano etc e etc. A sua única fonte é: Voltaire! Meu deus, um cético de um autor só.

Prof. Joanilson disse...

"Deus é uma hipótese, e, como tal, depende de prova: o ônus da prova cabe ao teísta". Percy Bysshe Shelley (1792-1822).