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sexta-feira, fevereiro 26, 2010
Uma bolha de crédito estatal?
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O lucro do Banco do Brasil em 2009 superou os R$ 10 bilhões, e membros do governo comemoram o resultado. Mas uma lupa no balanço do banco estatal desperta desconforto nos mais céticos. Os ativos totais do banco ultrapassaram os R$ 700 bilhões em 2009, saindo de pouco mais de R$ 500 bilhões em 2008. O crescimento foi acelerado demais, basicamente no crédito para pessoa física. Como o patrimônio líquido não aumentou na mesma proporção, o patamar de alavancagem do banco deu um salto.
O BB possui praticamente R$ 20 de ativo para cada R$ 1 de patrimônio. Isso quer dizer, em outras palavras, que uma perda de apenas 5% nos seus ativos levaria a uma perda total de seu patrimônio. O Itaú Unibanco e o Bradesco, os maiores bancos privados, são bem mais conservadores, com R$ 12 de ativo para cada R$ 1 de patrimônio. E, com a crise econômica e o cenário ainda incerto no mundo, estes bancos privados reduziram seu risco, o oposto daquilo feito pelo BB, pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal.
O governo fala em medidas anticíclicas, mas o fato é que uma bolha de crédito estatal pode estar em gestação. Não custa lembrar que os problemas no setor imobiliário americano começaram assim. A parcela dos bancos estatais no total de crédito do país já chega a quase 50%, e subindo a ladeira. O uso político deste crédito representa uma ameaça às liberdades, já que o cão não morde a mão que o alimenta. O BNDES, por exemplo, destina 85% de seus desembolsos para grandes empresas. O BB aumentou em 247% as operações de crédito para o setor público em 2009. O PAC recebeu também quase R$ 4 bilhões do BB em 2009.
No "Manifesto Comunista", Marx colocou como uma das metas fundamentais de seu programa a “centralização do crédito nas mãos do Estado”. Parece que o Brasil de Lula não está muito longe disso.
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6 comentários:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manifestocomunista.pdf
Medidas propostas: expropriação da propriedade, imposto fortemente progressivo, abolição do direito de herança, centralização do crédito nas mãos do Estado etc.
Pois é, acho que estamos indo nesta direção, infelizmente...
Surpreso?
Em Agosto de 2006 dois anos da crise o Rodrigo previu a crise no artigo Casa de Espuma.
Se continuar a acertar todas estamos ferrados.
Rodrigo
Parabéns pelo artigo. Você tem toda a razão. O que vem por aí será pior do que aconteceu em 1929, será um mega crash e vai levar, desta vez, a tudo e a todos mas será um mal necessário pois aí os petralhas serão extintos.
"O BB aumentou em 247% as operações de crédito para o setor público em 2009."
O Banco dá lucro, a dívida pública aumenta. Os acionistas recebem seus dividendos. E o povo, tadinho, paga a conta.
Poucos sabem, muitos poucos, mas o BB já faliu 3 vezes e nunca fechou. Mas como é pútrido tudo pode.
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