Prezado Rodrigo, aproveito esse espaço para fazer uma breve crítica ao seu trabalho opinativo. Ganhei de aniversário de um amigo o seu livro "Prisioneiros da Liberdade". Seu posicionamento é interessante, mas, na maioria das vezes, observo que a sua crítica é tão, mas tão parcial no aspecto liberal que acaba tornando-o cego para os eventuais problemas e mazelas que advém desse tipo de pensamento. O modo acrítico como você se refere aos EUA e às políticas liberais (como se o liberalismo sempre funcionasse com perfeição), por exemplo, é absurdo. Não discordo da hipocrisia socialista, mas a partir do momento em que a sua crítica não é auto-reflexiva com a sua própria visão, ela perde a credibilidade. Você pode dizer que um bolsa família é absurdo, mas salário mínimo? Isso é pensar de forma muito limitada. Veja bem: o problema não é a crítica aos demais sistemas e pontos de vista, mas a convicção quase religiosa no seu ponto de vista liberal, que é muito falho, como comprova a História. Foi esse sistema liberal e sem nenhuma regulamentação que monopolizou a economia global nos finais do séc. XIX e foi uma das causas da I Grande Guerra, por exemplo. Assim como foi a sua falta de regulamentação que propiciou a grande quebra de 29 (a crônica do seu livro que trata em parte do assunto menciona que o problema foi a intervenção do Estado em criar dinheiro não-correspondente às reservas de ouro - novamente o Estado tomou uma atitude estúpida, devido à ausência de regulamentação anterior a esse momento). Sou um mero leitor, e sei que não vou mudar o modo do seu pensar, mas acho que não faria mal você refletir um pouco sobre o seu sistema libertário, sem, obviamente, se tornar um "socialista". Sinceramente, a sua crítica é tão parcial que acaba tornando-o, em termos opinativos e práticos,igual aos socialistas/comunistas e interventores de plantão. A única diferença é que você se agarra a uma bandeira liberal e eles, socialista. Ser crítico é ser, acima de tudo, auto-crítico.
É possível criticar uma ideia e defender outra, mas ignorar os defeitos dessa outra não é nada contributivo a quem lê, ainda mais quando se fala de questões sócio-político-econômicas, as quais, historicamente, "quebram a nossa cara". Os extremos, pendendo para o lado socialista ou liberal, no final das contas acabam se encontrando: os dois, no fim, buscarão impôr, mesmo que pela violência, o seu pensar. É por isso que é importante ser auto-crítico, senhor Rodrigo. Enfatizo, portanto, a necessidade de auto-crítica, pois as suas próprias ideias são falíveis, e isso não significa ser "politicamente correto", mas inteligente.
Rodrigo, o seu leitor (?) Renan Guimarães, contém todos as interpretaçoes que V tem combatido. É provável que seja um problema congenito; contudo, se ele for mais assíduo aos seus textos talvez ele chegue a adotar o V entendimento de economia...
3 comentários:
Prezado Rodrigo,
aproveito esse espaço para fazer uma breve crítica ao seu trabalho opinativo.
Ganhei de aniversário de um amigo o seu livro "Prisioneiros da Liberdade". Seu posicionamento é interessante, mas, na maioria das vezes, observo que a sua crítica é tão, mas tão parcial no aspecto liberal que acaba tornando-o cego para os eventuais problemas e mazelas que advém desse tipo de pensamento. O modo acrítico como você se refere aos EUA e às políticas liberais (como se o liberalismo sempre funcionasse com perfeição), por exemplo, é absurdo. Não discordo da hipocrisia socialista, mas a partir do momento em que a sua crítica não é auto-reflexiva com a sua própria visão, ela perde a credibilidade. Você pode dizer que um bolsa família é absurdo, mas salário mínimo? Isso é pensar de forma muito limitada. Veja bem: o problema não é a crítica aos demais sistemas e pontos de vista, mas a convicção quase religiosa no seu ponto de vista liberal, que é muito falho, como comprova a História. Foi esse sistema liberal e sem nenhuma regulamentação que monopolizou a economia global nos finais do séc. XIX e foi uma das causas da I Grande Guerra, por exemplo. Assim como foi a sua falta de regulamentação que propiciou a grande quebra de 29 (a crônica do seu livro que trata em parte do assunto menciona que o problema foi a intervenção do Estado em criar dinheiro não-correspondente às reservas de ouro - novamente o Estado tomou uma atitude estúpida, devido à ausência de regulamentação anterior a esse momento).
Sou um mero leitor, e sei que não vou mudar o modo do seu pensar, mas acho que não faria mal você refletir um pouco sobre o seu sistema libertário, sem, obviamente, se tornar um "socialista".
Sinceramente, a sua crítica é tão parcial que acaba tornando-o, em termos opinativos e práticos,igual aos socialistas/comunistas e interventores de plantão. A única diferença é que você se agarra a uma bandeira liberal e eles, socialista. Ser crítico é ser, acima de tudo, auto-crítico.
É possível criticar uma ideia e defender outra, mas ignorar os defeitos dessa outra não é nada contributivo a quem lê, ainda mais quando se fala de questões sócio-político-econômicas, as quais, historicamente, "quebram a nossa cara". Os extremos, pendendo para o lado socialista ou liberal, no final das contas acabam se encontrando: os dois, no fim, buscarão impôr, mesmo que pela violência, o seu pensar. É por isso que é importante ser auto-crítico, senhor Rodrigo.
Enfatizo, portanto, a necessidade de auto-crítica, pois as suas próprias ideias são falíveis, e isso não significa ser "politicamente correto", mas inteligente.
Rodrigo, o seu leitor (?) Renan Guimarães, contém todos as interpretaçoes que V tem combatido. É provável que seja um problema congenito; contudo, se ele for mais assíduo aos seus textos talvez ele chegue a adotar o V entendimento de economia...
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