Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
quarta-feira, novembro 18, 2009
A Pretensão de Mantega
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que se o dólar estivesse a R$ 2,60 "venceríamos todos". O ministro é um sábio! Ele "sabe" qual a taxa de câmbio ideal para a economia. O prêmio Nobel Hayek falava da "pretensão do conhecimento" de alguns economistas, que acham que podem controlar a economia, um fenômeno complexo, de cima para baixo. São os "planejadores centrais". Eles, sábios clarividentes, vão decidir os preços justos na economia. Isso não é novo. A Gosplan, na falida URSS, tentava controlar o preço de milhares de produtos, através de complexos modelos econométricos.
Eu, um simples estudioso da Escola Austríaca, não sou tão inteligente assim, e prefiro adotar uma postura mais humilde. Sou sincero ao afirmar, sem rodeios: não tenho a menor idéia de qual é o preço ideal, adequado ou justo para o câmbio no Brasil. Seria R$ 1,50? Ou talvez R$ 1,85? Quem sabe R$ 2,00? Claro, o próprio ministro poderia estar certo, e o câmbio adequado seria então R$ 2,60. Mas por que não R$ 2,68? Aliás, se eu soubesse mesmo qual o câmbio de "equilíbrio" da economia, eu estaria ganhando rios de dinheiro especulando com base nisso.
Enfim, eu não faço idéia de qual o preço "certo" para a relação entre o dólar e o real. Por isso mesmo, prefiro deixar a lei da oferta e procura decidir, ou seja, o livre mercado. Isso significa o tal câmbio flutuante. Para os arrogantes e autoritários, essa opção é impensável. Eles "sabem" o preço correto, e gostariam de impor este "conhecimento" a todos. O resultado desse tipo de medida pode ser verificado no destino da URSS.
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22 comentários:
Em um artigo publicado aqui, Rodrigo, você cita John McEnroe para explicar que é a inveja que alimenta a mentalidade capitalista e justifica o capitalismo com a velha estratégia do método comparativo ao socialismo. Citando as teses de Mises afirma que a riqueza do capitalismo pode ser obtida apenas servindo os consumidores. Isso pode até valer algo em 1956, mas o que se vê hoje é o capitalismo produzindo o consumo do que mais lhe convém, não o contrário.
“Os empresários e capitalistas devem suas riquezas, em contrapartida, aos consumidores que escolhem seus produtos voluntariamente”.
Essas bases não consideram evidentes equívocos, como aquele que diz que qualquer um, no capitalismo, pode atingir o topo da pirâmide – o que representaria o fim da pirâmide (ideal socialista) ou a colocação do seu topo para baixo, deixando de ser então o topo. Mas, há um equívoco mais preocupante em relação à contradição mais explícita: o capitalismo não resolveu a questão do pleno emprego e, conseqüentemente, da manutenção dos seus consumidores. A pior atitude na discussão é ainda a da desqualificação do opositor, ou da redução dos seus argumentos a mera inveja, a ódio aos que obtiveram sucesso...
Everardo, vc não tem mais o que fazer além de poluir meu blog? Vc é pago pelo PT para esse papelão?
"você cita John McEnroe para explicar que é a inveja que alimenta a mentalidade capitalista"
Não seja MENTIROSO! A inveja é que alimenta o SOCIALISMO.
Rodrigo
"o capitalismo não resolveu a questão do pleno emprego e, conseqüentemente, da manutenção dos seus consumidores"
Everardo, o tema nesse tópico é outro! Tente se manter ao menos no assunto...
Mas respondo mesmo assim, com uma paciência cada vez menor: quem não resolveu a "questão" do pleno emprego foi o intervencionismo! Afinal, que livre mercado é esse que tem salário mínimo, rigidez trabalhista, "conquistas" e regalias no papel que prejudicam os trabalhadores menos qualificados? Quem gera desemprego é o GOVERNO, Everardo.
Estude economia para evitar tanto constrangimento, por favor!
Desculpe, Rodrigo, onde se lê capitalista leia-se anti capitalista (lapso freudiano, admito..)). Mas, pelo contexto, dá para ver que houve falha.
Quanto à questão do pleno emprego, digo que o capitalismo não pressupõe a inexistência do estado. Ao contrário, depende totalmente do estado contratual (que não é neutro simplesmente porque não são as partes iguais em poder)
Mas, essa utopia não existe nem mesmo na pátria do capitalismo contemporâneo. Lá, está até pior.
Obrigado Rodrigo! Precisamos de menos "especialistas" e mais economistas empiricos que reconhecem que nao tem como entender por completo o que esta acontecendo e como controlar o mercado.
Everardo:
Realmente não dá para discutir com vc. Em outro tópico vc me acusou de um monte de coisas que eu nunca disse. Isso se chama calúnia e pode ser inclusive crime.
Logo quando se referir a outras pessoas, use a VERDADE.
Não invente que o Rodrigo falou algo que ele não falou, sem citar exatamente onde ele falou. Isso é uma atitude covarde e muitas vezes criminosa também.
Não concorda com o ponto de viste então argumento de forma racional e ética. É tudo que lhe pedimos...
O Everardo teima em deixar que a Falacia do Nirvana se apodere de seus argumentos.
Deixo claro que aquilo que os socialistas de plantão odeiam, eu assim como muitos defensores do livre mercado REALMENTE ODIAMOS. e o que seria isso? Simples: O corporativismo ou a vida em mercado baseada em favores governamentais. Mas isso nao tem NADA a ver com o capitalismo.
O que mais me dá raiva ao ler argumentos esquerdisdas como o do Everardo é que eles sempre saem do assunto central e citam uma frase feita ou uma expressao de efeito como responsabilidade social, justiça social, inclusão social ou essa besteira de pleno emprego.
Besteira maior é achar que qualquer uma destas expressoes é plenamente possivel em um regime socialista.
Agora em relaçao ao texto em si... o Mantega se tornou um especialista em falar bobagens que terminam por ser desmentidas e desautorizadas mais tarde por alguem mais acima na cadeia alimentar... resumindo o sujeito em um adjetivo: bolha
Uma dica para os que concordam com o Rodrigo. Não foi o Mantega que falou que 2.6 seria a taxa de câmbio ideal. O Rodrigo só leu o lead e saiu criticando. Leiam a reportagem inteira e vocês vão ver quem falou que essa era a taxa de juros "justa". Vão ver também que o Mantega citou-a numa espécie de "humor", dizendo que resolveria muitos dos problemas dele. Os "problemas" em questão são as empresas exportadoras que devem fazer uma pressão imensa sobre a Fazenda para que o Real seja desvalorizado. A pergunta: em quantas dessas empresas o Gestor de Recursos e Intelectual Rodrigo Constantino investe? :)
ps.: se desvalorização artificial do câmbio funcionasse, a China seria um país cheio de indústrias e responderia por boa parte das exportações do mundo. Opa, pera aí... (esse ps foi 50% piada)
'se desvalorização artificial do câmbio funcionasse, a China seria um país cheio de indústrias e responderia por boa parte das exportações do mundo.'
Mais uma falácia pra coleção.
Não foi uma falácia, foi uma piada. Ô povo difícil. Por que o pessoal responde a parte da piada, mas ignora a parte séria, onde lembro que não foi o Mantega que disse o que o Rodrigo acusa-o de ter dito? (com a concordância irrestrita da claque)
Keynesianismo mecanicista que orienta os gestores da política econômica, reduz tudo à implementação ótima do tripé juro, câmbio e gastos.Nunca constitui resposta dizer que, havendo desemprego, oferta é tudo que demanda quer, ou seja, que a oferta é perfeitamente elástica. Não estou certo que combinação juros baixos, gastos exógenos elevados e câmbio desvalorizado seja receita ao crescimento. Sei que é sim pra expandir demanda agregada. Tal receita, pois, só promoverá crescimento não havendo limitações de oferta agregada, ie, se é fato que se consegue agregadamente ofertar tudo que agregadamente for demandado – compete a esfera micro.
Porém, vejamos, vcs acompanham os dados sobre a inflação brasileira? Por que será que toda vez que a demanda se expande um pouco mais a inflação vai junto? Porque será que a discussão sobre um eventual apagão em energia elétrica continua em voga?
Uma das lições de Keynes era justo essa “cadê o plano que compatibiliza isso e estimula novos investimentos, que defende o presente do futuro?”. Ah o PAC? Desculpe-me, mas acho que vcs estão brincando!
Fake AS (que ainda FINGE ser um liberal, enquanto só faz defender o PT), foi o Mantega quem disse sim. O Goldman Sachs colocou como projeção para taxa de "equilíbrio" os tais R$ 2,60, e o ministro aproveitou a deixa e comentou que "venceríamos todos" com tal taxa. Ou seja, ele endossou o call. Ele aceitou como uma taxa "ideal" os tais R$ 2,60.
Em tempo: vc acha que a China exporta tanto POR CAUSA da taxa? Uai, se o Brasil colocar seu câmbio em R$ 5,00 logo, ele domina o mundo então! hehehehe
Real Rodrigo, em um dado momento, existem apenas dois brasileiros que têm o poder de alterar o regime de câmbio flutuante para o regime de câmbio fixo: o Ministro da Fazenda e o Presidente da República, pois este último pode substituir o Ministro da Fazenda.
Então: caso não tenham te dito, no momento o Mantega É uma dessas duas pessoas. Veja bem: se você achasse que um regime de câmbio definido pelo Governo fosse menor que um definido pelo Mercado, você faria um post no seu blog sobre isso. Se eu achasse o mesmo, eu faria um comentário sobre isso. Se os Marinhos achassem, eles fariam a capa do Globo defendendo o câmbio fixo. Agora, se o Mantega achasse isso, ele iria alterar o regime de câmbio do país, de flutuante para fixo, definido por ele. Ele tem o poder para isso. Embora seja uma ideia ruim, é factível. O câmbio já foi fixo e ele, a priori, poderia fazê-lo ser novamente. Se ele não o faz, e mantém o câmbio flutuante, deve ser porque ele acha que assim é melhor, né?
Agora, por que então ele falou "Venceríamos todos"? Primeiro, ele deve ser bombardeado o tempo inteiro por exportadores que querem que a Fazenda desvalorize o Real. Mas com isso ele já está acostumado, imagino. Em segundo lugar, ele estava em um evento repleto de exportadores, o 4º Encontro Nacional da Indústria. Em terceiro lugar, o Goldman Sachs, estrela máxima do capitalismo financeiro americano, divulgou o tal relatório.
Quando ele diz "venceríamos a todos", ele se refere ao óbvio: câmbio desvalorizado aumenta a competitividade dos exportadores. Mas uma decisão não pode ser tomada pensando só nos exportadores, é claro. Eu sei disso. Você sabe disso. Aparentemente, o Mantega também sabe, já que mesmo após o evento ele não deu nenhum indício de que pretende alterar o regime de câmbio brasileiro para fixo, o que ele tem poder para fazer.
Em tempo, a fala inteira dele foi: Não sou eu que estou dizendo. O ministro da Fazenda não tem câmbio de equilíbrio. É bom deixar isso claro. Imagine a indústria brasileira com câmbio de R$ 2,60. Venceríamos a todos: a indústria chinesa, a coreana, porque nós temos um câmbio sobrevalorizado em 50% em relação à moeda chinesa e em 40% em relação à moeda coreana.
Você pode até não concordar com nada do que eu escrevi. Mas é muito estranho que o Mantega cite um número do Goldman Sachs, ele diga explicitamente que ele não tem um câmbio de equilíbrio e mesmo assim você escreva um post enorme criticando o Mantega sem ao menos citar o Goldman Sachs, que foi quem realmente divulgou o número. Só consigo pensar em duas possibilidades:
1) Você deliberadamente quis enganar seus leitores, fazendo-os acreditar que a ideia partiu da Fazenda; ou
2) Você não sabia de o onde veio o número, pois só leu as manchetes idiotas que os jornalistas sensacionalistas publicam, como MANTEGA: DÓLAR IDEAL PARA O BRASIL SERIA DE R$ 2,60, retirado do site do Ministério do Planejamento (!): https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/11/18/mantega-dolar-ideal-para-o-brasil-seria-de-r-2-60
Em tempo: não, eu não acho que a China exporta POR CAUSA (apenas) da taxa de câmbio. Eu acho que a taxa de câmbio desvalorizada é UM DOS motivos pelo sucesso da China como exportador.
Um exportador tem custos em moeda local e receita em dólares. Logo, uma moeda local artificialmente desvalorizada evidentemente incentiva os exportadores. Como sabemos, o homem reage a incentivos. Logo, moeda local artificialmente desvalorizada incentiva a criação de empresas exportadoras e seu sucesso.
Seria ótimo se fosse só isso. Mas, a lógica e a história mostram que os "outros" efeitos (negativos) do câmbio fixo superam em muito o incentivo aos exportadores.
Eu imagino que tudo que está nesse comentário é consenso, não?
ps.: qual é a do FAKE antes do meu nome? É por que eu não assino meu nome real? O Aprendiz também não o faz, e você não chama ele de Fake Aprendiz. É por que eu me defino como liberal mas não sou anarco-capitalista? Ou é só por que eu não concordo com você em tudo?
AS, como diria Jack, vamos por partes!
Não gosto que liberais usem fakes. Acho que devemos mostrar a cara.
O que me incomoda em vc não é seu esquerdismo compulsivo. Isso vejo aos montes. O que irrita é sua tentativa de se passar por liberal. Não, não falo que somente anarco-capitalistas são liberais. Adam Smith, que era o fake que vc usava antes, era um liberal. E vc está LONGE de defender as mesmas idéias de Adam Smith! Vc é um social-democrata com muita simpatia pelo governo. Então, seja homem e assuma isso! É mais digno...
Voltando ao Mantega, eu sabia que era o número do Goldman Sachs, e li a matéria. Repito: o cara é MINISTRO DA FAZENDA! Ele não pode fazer isso, não pode falar num preço "ideal" para o câmbio, onde "venceríamos todos", justamente por ele ter poder nas mãos. É irresponsável. Mantega é medíocre. E apenas comprovou isso uma vez mais.
Sim, está claro que ele acredita no tal "câmbio adequado". Meu ponto foi justamente atacar essa postura, comum entre esquerdistas.
Rodrigo
Rodrigo,
Não entendi. Você acha que o Mantega acredita que o Governo deva impor um "câmbio adequado"? Se sim, e se ele é o Ministro da Fazenda, por que ele não o faz?!
Se o Ministro, como você diz, acha que sabe qual a taxa de câmbio ideal para a economia (palavras suas), porque ele não altera o regime cambial do Brasil de flutuante para fixo, nessa taxa que você diz que ele acha que sabe ser a ideal?
Não faz sentido! Ele tem o poder para alterar o regime cambial. Se, como você diz, ele achasse que é capaz de determinar a taxa de câmbio de forma mais eficiente do que o Mercado, ele simplesmente exerceria o poder que ele tem e imporia essa taxa!
Portanto, a única conclusão que podemos chegar é que ele NÃO se acha mais capaz que o Estado para determinar a taxa "justa" ou "ideal" de câmbio. Na verdade, para sermos rigorosos, temos que considerar que existe a possibilidade de que ele realmente ache que sabe, mas o Lula não acha e o impede de alterar o regime cambial. Mas, hehe, acho que não.
Algum de vcs reparou naquele trecho da entrevista o Mantega?
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Entrevistador: Does it hurt?
Mantega: Does it hurt what?
Entrevistador: Does it hurt when you pull all those numbers out of your ass?
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Keynesianos me dão nojo.
Sérgio Oliveira, eu corrigí a falha. O omissão do "anti" prejudicou apenas a primeira oração, mas não prejudicou em nada o contexto. Você resolveu explorar uma falha de digitação, sem considerar o conteúdo apenas para destilar ódio contra quem discorda do seu pensamento. O Rodrigo sabe do artigo e sabe que não há no meu comentário desonestidade. Você não leu o artigo dele e não leu o meu comentário. Limitou-se à explorar a acusação de mentiroso que o Rodrigo fez a mim.
Keynesianos me dão nojo. [2]
AS
Não ví em lugar nenhum o Constantino dizer que acha que Mantega vai controlar o cambio. O que Constantino diz, é perfeitamente defensavel:
1. Ele discorda que seja possivel calcular a taxa ideal de cambio. Você pode discordar, mas essa é uma questão em aberto (certamente é impossivel calcular uma taxa ideal, mas alguém pode argumentar que é possivel perceber de forma algo imprecisa a necessidade de subir ou descer o cambio). É perfeitamente possivel crer que é conveniente deixar o cambio livre para flutuar.
2. Constantino diz que Mantega deveria abster-se de comentar isso publicamente. Você pode discordar mas não pode dizer que seja uma posição indefensavel. Comentários do ministro da fazenda podem ter efeitos sobre o mercado. Neste caso, temos três possibilidades: Ou o ministro previu os efeitos que seus comentários podem ter, e deseja realmente isso (e estará sujeito, naturalmente, às críticas de quem acredita em cambio livre), ou o ministro não pensou a respeito disso, e poderá estar sujeito às críticas de muitas outra pessoas, mesmo aquelas que não acreditam em cambio livre. A terceira possibilidade é que o ministro não ache que, nesta ocasião em particular, sua fala vá influenciar o mercado, e poderá estar sujeiro às críticas de quem discorda disso.
O Mantega...
http://4.bp.blogspot.com/_Zc84CR7xWdY/SYoX100k9VI/AAAAAAAAAbM/ZfimPXKR5lc/s400/guido_mantega4a.jpg
... é a cara do Will Patton!!!
http://www.will-patton.com/WillPatton/Lt_Gary_Walker/IMAG011.JPG
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