quarta-feira, julho 03, 2013

Aécio sobe o tom

Rodrigo Constantino

Aécio Neves, finalmente, tem subido o tom do discurso. Antes tarde do que nunca! Em entrevista coletiva ontem, o senador tucano disse:

A presidente da República quer dizer aos brasileiros que aquilo que os fez ir às ruas foram as propostas que interessam ao PT na reforma política. E a calamidade da saúde pública, a falência da mobilidade urbana, o aumento da criminalidade? Mais uma vez, o governo mostra que não entendeu absolutamente nada que a população brasileira quis dizer.

E mais isso:

Nós apresentamos ao Brasil uma agenda positiva. A presidente não gosta do diálogo, prefere o monólogo. Para isso, fez uma reunião com governadores e prefeitos, constrangendo a todos, apenas ela falou.

Por fim, essa boa tirada:

Se o Felipão governasse inspirado na presidente Dilma, nós teríamos aí mais de 40 jogadores em campo e embolaria muito o meio de campo, como está embolado do governo desde a posse da presidente. 

Em entrevista coletiva, Aécio Neves chegou a dizer que, ao saber da reunião ministerial realizada com Dilma com a convocação dos seus 39 ministros, acreditou que ela iria demitir parte deles: 

Achei até que ela ia dizer: ''metade dos que estão aqui, agradeço a contribuição, mas não precisamos mais que vocês gastem o dinheiro público". Infelizmente isso não aconteceu.

Queremos mais, Aécio! É preciso deixar a timidez tucana de lado e apresentar propostas concretas diametralmente opostas ao que esse governo tem feito. É hora de ousar! De ter coragem para migrar mais para o lado de cá, do liberalismo. 

Sei que isso é tabu entre os tucanos, que acreditam na social-democracia europeia, uma esquerda mais light, mas ainda assim esquerda que enxerga o estado como grande locomotiva da prosperidade e da "justiça social". 

Mas o Brasil precisa, urgentemente, de uma alternativa ao PT no curto prazo. E, em 2014, o único nome dos que se apresentam como pré-candidatos que dá para aceitar (talvez sem ajuda do Engov) é o seu! Suba o tom, Aécio! Ainda mais. Ainda mais...

5 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, o Aécio infelizmente não cuidou de sua vida privada suficientemente bem para quem almeija a cadeira de presidente. O Mineirão inteiro entoou uma provocação o comparando com aquele camisa 10 argentino. Sinto muito, não dá. Seria uma enorme irresponsabilidade do tucanato. O Aécio seria massacrado sem dó pelos petistas. Acho que o melhor nome é o Alckimin.

Marcus Prado disse...

Boa tarde Rodrigo,

Não sei se você chegou a ver uma pesquisa de intenção de voto feita no Paraná, onde foi incluído o José Serra, e ele ficou em segundo lugar empatado com a Marina Silva. Sei que você acha ele um chato, pegou muito mal para ele perder a eleição para a prefeitura da cidade de São Paulo, mas diante de tudo o que aí está, e o que ainda está por vir, acho que ele, apesar da idade, ainda seria uma alternativa bastante viável, um candidato bastante competitivo (44 milhões de votos em 2010) , por ser um político experiente, com currículo e história, enfim, muito melhor que Lula ou Dilma. Ficaríamos então, em caso de vitória dele em 2014, com Aécio como opção em 2018 ou 2019. Sei que parece tudo muito utópico, mas sonhar não custa nada, pelo menos por enquanto...

Saudações.

Anônimo disse...

agree

Tiagão disse...

Rodrigo, concordo inteiramente contigo. O PSDB precisa defender claramente as posições ortodoxas na economia, com coragem para sair do populismo.

Mesmo que não ganhem as próximas eleições, é preciso pensar a longo prazo. As ideias precisam ser repetidas ao público, para que tenham tempo de digeri-las e entende-las.

A bomba que o PT está plantando na economia vai estourar fatalmente, e se a posição liberal for ouvida desde cedo, haverá mais chances da população entender os motivos e a saída da crise que se aproxima.

Romulo disse...

Me desculpe, mais de tanto ser enganado, acho que esse discurso, nesse momento, é puro oportunismo.

Lula também falava mais ou menos assim antes de sentar no trono.