quarta-feira, julho 03, 2013

Bullying racial contra a USP

Rodrigo Constantino

Frei David Santos, da ONG Educafro, tomou o espaço de Roberto DaMatta no jornal O Globo hoje para praticar "bullying racial" contra a USP. Seu artigo questiona: Vamos celebrar os 80 anos da USP? E sua linha de argumentação se resume a resgatar um trecho de um livro de 1943 de um dos fundadores da faculdade, com teor racial, para apontar o dedo:

Do seu nascedouro e em seus 80 anos, a completar em 2014, a academia da USP foi omissa com negros e indígenas. O jornal "O Estado de São Paulo" do dia 23 de abril de 2013 traz a manchete: "Só 7% dos alunos de escola pública entraram na USP". Quase 90% dos que terminam o ensino médio a cada ano vêm da escola pública! Onde está o compromisso institucional com o todo da sociedade?

O leitor entendeu bem? A péssima qualidade do ensino público básico virou sinônimo de racismo da USP! O que tem alhos com bugalhos? Se o branco pobre da escola pública não consegue passar no vestibular da USP, é porque os indígenas sofrem preconceito no país. Captou a lógica? Frei David continua:

Michael Sandel, grande professor de Harvard, em seu livro "Justice" deixa evidenciado que o bem comum está acima do bem pessoal. Compensar injustiças históricas e erros do passado é a missão número um das sociedades e universidades eticamente responsáveis. Ele atesta com autoridade que a escravidão foi uma injustiça do passado e que precisa ser corrigida. Assim agindo, a sociedade está colocando em prática os princípios da justiça distributiva. 

Coletivismo, racismo, vitimização, tudo para justificar injustiças atuais contra inocentes (brancos pobres?) em nome dessa "compensação histórica". A USP, para não ser vista como defensora da nefasta escravidão de tempos passados, precisa garantir 50% de cota para negros (e pardos, quase 40% da população miscigenada brasileira). Isso chama-se "bullying", e recomendo o excelente livro de Ben Shapiro sobre o assunto.

Eu já participei de um debate em rádio gaúcha com Frei David Santos. Em determinado momento, ele me chamou de "irmãozinho Constantino". Aproveitei a deixa e perguntei: "Se somos irmãos, como é que você quer nos segregar com base na 'raça', ainda mais quando a cor de nossas peles nem é tão diferente assim?" Ele ficou um tanto sem graça...

Mas eis o que eu queria dizer: o "bullying racial" funciona! As cotas raciais, que eram defendidas como temporárias, só aumentam. E isso, além de temerário para o futuro do país, que passa a ser segregado entre diferentes raças, desvia o foco da verdadeira questão, que é a péssima qualidade do ensino público. 

Fecho mostrando como a própria USP já está totalmente contaminada pelo esquerdismo, e há clara doutrinação ideológica por lá. Notem o curso oferecido:



A universidade não deveria ser tão contaminada por ideologias coletivistas, pois elas matam a busca de excelência, sempre individual, independente de raça, cor, classe ou credo.

3 comentários:

Unknown disse...

É impressionante como o socialismo se diz "anti-preconceito", mas são eles mesmos que formam pessoas preconceituosas, poutz, onde já se viu, olhar pras pessoas por sua cor de pele e não pelo que se é como indivíduo... depois a 'direita' é que é "desumana"

Fala sério, a que ponto chegamos?! Lamentável...

Daniel Coimbra disse...

Concordo com tudo, Rodrigo - mas uma coisa me preocupou: você segue o conservadorismo social. Não percebe a idiotice dos caras? De todos eles, ainda escolhe o Ben Shapiro! Puta de um nut-job religioso!
Incessantemente aparecem por aí com suas alucinações religiosas e anti-científicas, e ficam esperneando sobre um viés 'liberal' nas universidades. Claro, porra! Que merda de escola vai ensinar criacionismo e os tais "bons valores e costumes" (que na verdade, são um punhado de merda tradicionalista e truculenta?). Na boa, melhor dica que eu posso te dar: se afasta da política desses caras!

A esquerda está errada no seu ponto de vista econômico socialista - sim, o livre mercado e o capitalismo fazem um mundo melhor - mas a direita está errada no seu ponto de vista social. O Ron Paul é >O< exemplo da direita: ótimas visões econômicas, mas um completo BOÇAL quando entra no assunto social. Se afasta disso, Constantino, por favor. Tu tem o potencial de ser um dos maiores pensadores desse Brasil tão promissor... continua promovendo liberalismo econômico, mas eu lhe suplico... pare de ser neo-con político!

Pensa MESMO no que eu tô te falando cara, se misturar com religioso conservador patriota só dá merda. Um grande abraço, de um amigo pensador ateu, cético, e libertário.

Anônimo disse...

E esse Frei David, com certeza, descende de brancos tbm, hahaha.

Ele só se "esqueceu" de certos "detalhes": negros eram escravocratas, o que contribuiu, com o trágico de escravos e, indiretamente, com a dizimaçao dos indígenas na América. Negros tem dívida histórica com os índios?

Brancos brasileiros descendem de imigrantes que não foram donos de escravos. Pq esses brancos teriam dívidas com negros se não tiveram escravos?

Se a escola pública fosse boa, ainda assim deveria haver cotas para negros, em nome de uma suposta "dívida histórica"? Privilégio, então.

Negros brasileiros possuem cultura de estudo como os japoneses? Não, a maioria não. Como vão passar num vestibular sem estudar? Lembrando que o nível de vida do oriental brasileiro é superior só do branco brasileiro, o que prova que não é a raça o diferencial na escala social brasileira.

Enfim, é isso.

A USP não deveria se curvar.