sábado, maio 14, 2011

A ditadura cor-de-rosa

GUILHERME FIÚZA, O GLOBO

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), uma espécie de gorila assumido, foi ao Senado protestar contra uma cartilha de prevenção à homofobia que o governo pretende distribuir. Acabou agredido pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA), defensora dos homossexuais. Esses gorilas não sabem com quem estão se metendo.

A tal cartilha, que está sendo preparada pelo MEC, será distribuída em escolas públicas, no ensino fundamental. A ideia é ensinar à criançada que namorar pessoas do mesmo sexo é saudável, ou seja, que ser gay é normal. Nada como um governo progressista, disposto a formar a cidadania sexual de seu povo. Pelos cálculos do MEC, uma criança de sete anos de idade que chegar à escola e receber em mãos uma historinha de amor HOMOSSEXUAL terá menor probabilidade de chamar o coleguinha de bicha, ou a coleguinha de sapatão.

É difícil imaginar o que se passará. na cabeça de cada uma dessas crianças diante do kit de orgulho gay do governo. Mas não é tão difícil imaginar o que se passa na cabeça do MEC, ou melhor, do ministro da Educação.

Assim como á quase totalidade da administração petista, o ministro da Educação, Fernando Haddad, só pensa naquilo - fazer política. Em 2010, no bicampeonato do vexame do Enem, ele estava trabalhando duro na campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Sem tempo, portanto, para detalhes secundários, como a impressão trocada de gabaritos, que corrompeu a prova e infernizou a vida de mais de três milhões de estudantes. No ano anterior o Enem tinha naufragado após o vazamento da prova, e no ano seguinte Haddad foi premiado com a permanência no cargo pelo novo governo. Honra ao mérito.

Nesse meio tempo, o país caiu 20 posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU para educação (ficando em 93º, atrás de Botswana). Mas o ministro tem sempre uma "pesquisa interna" para oferecer aos jornalistas - dos quais nunca se descuida -, mostrando ótimas avaliações do ensino público. No governo da "presidenta", que vive dessa mitologia do oprimido, a cartilha sexual do companheiro Haddad é mais um afago no mercado politico GLS.

Um mercado que não para de crescer. Ao lado do avanço nos direitos dos gays, legítimo e importante, a indústria do politicamente correto vai criando um monstro. Foi esse monstro que distribuiu tapas na turma do deputado Bolsonaro. É o monstro que transforma uma boa causa em revanche, histeria e intolerância. Que quer ensinar orgulho gay em escola primária. É a estupidez travestida de virtude.

O barraco entre o gorila e a serpente aconteceu na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Ali se discutia o projeto que transforma homofobia em crime. É um pacote de regras restritivas, como a que proíbe um pregador evangélico, por exemplo, de criticar o homossexualismo fora dos limites de sua igreja. Os generais de 64 (heróis de Bolsonaro) não fariam melhor. O totalitarismo, quem diria, também está saindo do armário.

A relatora do projeto é a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que se retirou da sessão quando a confusão estourou. Ela teve sorte. Não de se livrar dos tapas, mas de escapar da sua própria lei. Menos de três anos atrás, ela fez insinuações de homossexualismo contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, seu adversário eleitoral na época. Talvez seja o caso de incluir uma ressalva no projeto, anistiando os companheiros progressistas que ferirem o orgulho gay por relevante conveniência política.

Mais do que nunca, a propaganda é a alma do negócio. Depois que Dilma Rousseff virou símbolo meteórico de afirmação feminina, ninguém mais segura os gigolôs da ideologia. Basta um slogan na cabeça e uma caneta na mão, e tem-se uma revolução de butique. Está prestes a ser aprovada a lei que obriga a fabricação de calcinhas e cuecas com etiquetas de advertência contra o câncer de próstata e de colo do útero, além de sutiãs com propaganda de mamografia. É incrível que ainda continuem vendendo chocolate sem uma tarja de advertência contra a gordura e as espinhas.

É preciso ensinar a sociedade a ser saudável. O Estado politicamente correto sabe o que é bom para você. Em nome da modernização dos costumes, assiste.se a uma escalada medieval de proibição da propaganda de produtos que fazem mal, e de obrigatoriedade de mensagens que fazem bem. Até a obra de Monteiro Lobato quase entrou na dança: la ser crivada de notas explicativas a cada aparição de Tia Nastácia, em defesa da honra dos afrodescendentes. Os justiceiros do Conselho Nacional de Educação ainda não desistiram de corrigir o escritor.

É interessante ter um ex-BBB no Congresso defendendo os direitos dos homossexuais. Mas é estranho ter no reacionário Jair Bolsonaro a voz solitária contra os excessos da patrulha GLS. Talvez a consciência brasileira mereça, de fato, ser governada pelas cartilhas demagógicas do MEC.

14 comentários:

Anônimo disse...

E a porcaria da bancada evangélica não faz nada?

Anônimo disse...

A lógica politicamente correta pra definição de homofobia: se vc encontrar um cara comendo merda, e se vc sentir nojo, é porque vc tem uma vontade inconsciente de comer merda.

Anônimo disse...

pra mim é normal! ate pq eu n tenho nenhum vinculo religioso! cada um segue o que quer da vida, né!

tantos genios da computaçao sao gays, poderia citar um montao aqui!
e muitos outros genios da antiguidade!

mas de fato, existem mtos gays afetados, desorientados na vida! mas eh uma questao mais de estado de espirito do que opçao sexual.

MAS, MAS... eu ñ acho que tenha que ter uma lei especifica os protegendo de "preconceito". se não teriamos que criar leis de preconceitos pra feios, fedorentos, pra baixinhos, etc....

E nem tratar homossexualismo como normal para crianças! E nem repudiar entende! Por exemplo, nunca vi ninguem tratando abertamento de sexualismo com as crianças? entao pq vai tratar de homossexualismo? e q eh normal? na verdade, a escola tem que tratar de respeito(tolerancia) de forma geral e nao so as gays!!! por exemplo, respeito aos pais, jogar lixo no lixo e outras coisas basicas!!

Entao n precisa falar q gay eh normal, mas tbm n precisa repudiar!!
Criança n precisa se preocupar com sexualismo... a gente n pode antecipar os estagios da vida entende! sao alguns mandamentos seculares!

sim, os gays estao ficando chatos pra burro com essa politicagem correta! justo eles, meu tio por exemplo eh super ironico e esnobe....

acredito q a grande maioria seja! entao pq deveriam ser tratados como uma pedra preciosa né? eh so pra mostar o paradoxo deles.

.
se quer ser gay, otimo! sobra mais mulher pra mim. (Charlie Harper)
.

Kleber disse...

O deputado Bolsonaro nao e' um gorila. Sus opinioes deveriam ser tratadas com mais respeito.

Alias tem uma sugestao dele que deveria ser adotada por toda a sociedade brasileira em unissono: abrir os arquivos do regime militar SEM CENSURA.

Comece uma campanha, Rodrigo.

Kleber S.

Anônimo disse...

Há tempo ando me sentindo solitário e discriminado por ser heterossexual... Outra discriminação: porque não ensinam as meninas a serem prostitutas? Afinal, também é uma opção sexual.

Anônimo disse...

'se quer ser gay, otimo! sobra mais mulher pra mim.'

Se fosse só isso... mas é sempre só a ponta do iceberg.Na inglaterra chegou-se ao ponto do movimento gayzista conseguir que seja OBRIGADO a ter um gay dentro das escolas das igrejas pra garantir que elas não ensinem o que eles chamam de 'homofobia'

http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/education/5088528.stm

Anônimo disse...

Constantino, o Bolsonaro não é a perfeição em pessoa, mas é o único que temos lutando. Chamá-lo de gorila é uma burrice politicamente correta. Você, centrado nessa defesa da economia de mercado e do estado mínimo, começará a verificar agora que existem OUTRAS e talvez mais importantes trincheiras a serem tomadas.

Rodrigo Constantino disse...

Bonsonaro é patético. O inimigo do meu inimigo não é meu amigo. Ele defende Geisel como herói, idolatra nossa ditadura, e chama FHC de traidor por ter privatizado a Vale. Quer mais imbecilidade que essa?

Acho que Preta Gil e Bolsonaro se merecem...

fejuncor disse...

Havia uma distinção clara entre a fala coloquial e a norma culta. O problema do material analisado é tentar encaixar esta distinção numa forma de discussão política, e não de natureza lingüística, propriamente. O uso da norma culta é tomado como exercício de poder sobre outras classes. Não me parece uma posição defensável. O Marcos Bagno, que escreveu um trabalho sobre o conceito de "preconceito lingüístico", assume que sua tomada de posição tem um aspecto parcial, político. Transformar ensino e estudo de gramática em uma teorização sobre relações de poder parece ser uma tentativa de "esticar" demasiadamente esses conceitos oriundos da sociologia e ciência política a outros campos teóricos onde eles não deveriam ser admitidos. Se isto é discutível no espaço acadêmico, que dirá transladar tais conceptualizações ao ensino fundamental e médio, ou EJA? Fica evidente que se trata de uma opção política, em vez de ser uma adoção de um critério científico mais adequado, mais bem elaborado do que os anteriores. Tal opção produz algum benefício àqueles que estarão sujeitos a ela? Me parece que não. Caso eu fosse professor eu colocaria tais afirmativas como um ponto de vista possível, porém sem dizer que a elas cabe a certeza, peremptoriamente.

Unknown disse...

Gostei e entendi o sentido do texto.Mas o que nos preocupa ante essa ditadura gay, é falta de seriedade dos nossos políticos, que, tendo assuntos mais sérios e mais urgentes para serem debatidos no congresso, como a redução da miaridade penal, onde adolscents matam sem dó e crentes na impunidae,ós cartéis que, com o apoio do governo elevam a gazolina para 3.00 R$.
as os nossos sensacionalista politicose demagogos, sob o disfarce da "inclusão socia1", agride as escols e a familia.
Mas o maior perigo para o movimento gay, não são os cristãos qu eles odeiam,nem os evangélicos. è mivimento mulçumano,que com a nossa depavação ocidental de legalizar aborto e incenticvar as nossas crianças a serem gays, sels crescem se reproduzindo de forma assustadora nos paisses ocidentais e colocando a sua relig~ião que já é impregnada nos seus filhos deses a tenra idae, ai então, com o advento do poder mulçumano, de fato os movimentos glts, verão o qued e fato é homofobia, quando eles tiverem..., deixe pra lá, qum viver,verá!!! rsrsrsr

[thg] disse...

Apesar de também não concordar com a cartilha contra homofobia que o MEC pretende distribuir, achei bastante infeliz a postura de colocar a defesa dos direitos LGBT no mesmo balaio. Só porque o governo está fazendo isso da maneira errada, não significa que não sejam necessárias políticas que garantam o respeito à integridade moral dos homossexuais.

O título do texto é o mais infeliz possível. Ele reafirma um termo escroto cunhado por religiosos fundamentalistas que constrowem seu discurso na base de falácias escabrosas sobre o tema. Se é possivel dizer que pretendem instaurar uma ditadura gay no país, podemos então afirmar, com ainda mais propriedade, QUE JÁ VIVEMOS NUMA DITADURA CRISTÃO.

Curioso é perceber como nenhum autor que critica as posições dos que são contra a lei de criminalização da homofobia, criticam a criminalização do racismo. Seria isso hipocrisia ou covardia?

A discriminação contra os homossexuais causam problemas que vão muito além da simples ofensa. Estamos falando de violência, assassinatos, de crianças e adolescentes que são rejeitados pela família ou se sentem obrigados a viver uma vida de mentiras (sustentando falsa heterossexualidade), de adolescentes que entram em depressão e muitos outros que se suicidam por se sentirem rejeitados e escrachados pela sociedade somente pelo fato de amarem alguém do mesmo sexo.

Os religiosos tentam derrubar a proposta, alegado que fere a liberdade de expressão e de culto. Acontece que a liberdade de expressãoe de culto não pode ser absoluta. No momento em que essas supostas liberdades ferem a dignidade de um grupo, baseado em argumentos completamente irracionais, como os da Bíblia, o estado tem o dever de interferir para garantir os direitos do grupo oprimido.

Segundo a lógica do autor, se as igrejas resolvessem voltar a acusar os negros de seres sem alma e defender a escravidão, estariam apenas exercendo sua liberdade de culto e o estado nada poderia fazer. Se, ao mesmo tempo, resolvessem voltar a endemoniar as mulheres, também estariam "corretas", afinal estariam apenas expressando sua crença religiosa. mas que hipocrisia é essa!!! Liberdade religiosa não é liberdade de injúria.

Os negros foram escravizados e discriminados por séculos. A lei anti-racismo veio como uma maneira de tentar reparar essa dívida social com esse grupo. Enquanto isso, homossexuais são perseguidos há milênios insiste em continuar achando isso normal.

Fabíola disse...

Prezado [thg]:
O grande problema neste país "solidário", chamado Brasil, é que sempre irão criar "leis de reparo" para saldar tais dívidas sociais ou para angariarem votos (fico mais com a segunda opção, principalmente na era brasileira da indústria do "politicamente correto").
Não é porque existe o Estatuto da Criança e do Adolescente que nossas crianças e jovens estão tendo uma vida melhor; não é porque existe o estatuto do idoso que não há mais filas nas UBSs(unidades básicas de saúde)e INSS ou SUS. Não é porque existe lei anti-racismo que o povo brasileiro passou a ser educado e a chamar uma pessoa de negra pelo nome ou pararam as piadas e apelidos ditos racistas. Tanto que tiveram que invertar as quotas depois da lei... O mesmo vai acontecer com a questão do homoxessualismo: não vão deixar de serem discriminados e nem mais respeitado por isso. E Anonymous: a bancada evangélica, cristão ou qualquer outra, não vai fazer nada!
A questão está na educação deste povo que se diz solidário. Sempre será preciso a criação de leis quando não se tem valores e ética como pilares verdadeiros na construção da sociedade. (caso não tenha lido, sugiro ler: 1808
de Laurentino Gomes e comece a entender um pouquinho da formação deste país...)
Leis e políticas públicas, são muito bonitas no papel, mas estamos cansados de ver que, apesar da existência destas(a maioria sem ação efetiva), sempre haverá um jeitinho brasileiro para driblar.
Seja pelos políticos por nós eleitos, seja pela própria população que acostumou-se a votar para resolver seus problemas (principalmente se for o seu problema e não o do outro. O outro que se exploda e se, ainda der para assistir de cadeirinha e dar risada, melhora ainda).
Tenho um grande amigo com o qual adoro ter longas e demoradas conversas e sempre e volta e meia discutimos o comportamento do povo brasileiro: 1.tendo em quem colocar a culpa (o governo, o patrão, o vizinho...), 2.tendo de quem falar mal (do outro, dos argentinos, o treinador do time...), 3.escutando o que quer ouvir (que tem um bom carro, que a casa ou apartamento é um show, que a(o) namorada(o) é gostosa...), 4. vendo de quem eu vai tirar vantagem hoje (do patrão colocando atestado para um falso mal-estar, do vizinho "esquecendo" de entregar a revista ou o jornal que o mesmo assina e ainda comentando: não vi se chegou ainda!...), tá bom! Desde que eu não precise fazer nada, os outros que façam.... E se os outros fazem, só podem ser loucos!!!
Vou relatar o um acontecimento interessante com outro amigo: certa noite ele estava saindo do carro que havia estacionado próximo à uma farmácia e foi abordado por um homoxessual que insistiu na abordagem. Ele tentou educadamente sair daquela situação e continuou a ser importunado pelo mesmo. Ao chegar próximo da farmácia solicitou com mais firmeza para que aquela situação acabasse por ali e o homoxessual começou a gritar dizendo que havia sido importunado e agredido verbalmente por ele. Resultado: delegacia, depoimentos e respondendo processo por agressão verbal ao homexessual com direito a testemunhas "solidárias" ao suposto agredido.
CONTINUA...

Fabíola disse...

CONTINUA...
É assim com o aluno que não respeita mais o professor porque ele tem o estatuto da criança e do adolescente. É assim com o idoso que quer furar a fila do mercado porque ele tem o direito pelo estatuto. É assim com afrodecendente que se lembra que é afrodecendente pra conseguir a quota na universidade. Ou seja, educação, conhecimento e mudança de atitude: esqueça!
Infelizmente é isso que está acontecendo em nosso país hoje Leis e política públicas sem eficácia, uma minoria se beneficiando em favor próprio.
Meus pais me educaram dentro da seguinte filosofia para ser uma cidadã consciente: "se quiseres ser respeitada, respeite. Se quiseres ser alguém na vida, batalhe honestamente por isso, sempre observando tuas atitudes, ações e exemplos. Vai existir quem te inveje e tente te derrubar. Levanta e segue, porque também existirá quem te tomará como exemplo independente da tua opção de profissão, credo e sexualidade. Não imponha: conquista e mostra o lado bom de ser quem você é".
Uma boa semana.

Anônimo disse...

não sou contra o homossexualismo, mas não concordo que crianças de 7 anos, período que estão formando seu caráter, tenham acesso a esse material estimulando o homossexualismo, cada um tem o livre arbitrio para fazer o que quiser, dar o que quiser para quem quiser, mas não podemos permitir que nossas crianças recebam essas cartilhas, orientar é diferente de estimular.