segunda-feira, julho 08, 2013

Banco Central não faz milagres

Rodrigo Constantino

O mercado financeiro anda tenso com a possibilidade de o Fed, Banco Central americano, ter que reverter seu afrouxamento monetário mais cedo do que o esperado. Os investidores estão viciados na injeção de liquidez dos bancos centrais, tais como drogados clamam por mais cocaína. 

Mas claro que a simples criação de moeda fiduciária não pode resolver nada. Qualquer um com algum preparo da Escola Austríaca sabe disso. E não custa reforçar a memória com o alerta do mais respeitado banco central do mundo, o alemão. Foi justamente o que fez Weidmann, ao lembrar que as ações do BCE não podem resolver problemas estruturais da Europa.

"A política monetária já fez muito para absorver as consequências da crise, mas não pode resolver a crise", afirmou Weidmann, em discurso. "Isso é consenso no conselho [do BCE]. A crise mostrou problemas estruturais. Logo, eles requerem soluções estruturais."

Weidmann tem adotado esse papel de defensor da ortodoxia desde o começo, representando uma voz destoante no mundo dos bancos centrais, com abundância de gente "dovish" (mais simpática ao expansionismo monetário) e escassez de "hawkish" (menos simpática ao afrouxamento monetário). 

Já destaquei aqui a importância desses alertas ortodoxos, pois os agentes precisam lembrar que os bancos centrais conseguem, no máximo, ganhar tempo, e isso não é isento de grandes custos e riscos. Quem pensa que pode substituir dolorosas reformas estruturais por impressora de moeda não aprendeu absolutamente nada com a história. E ela está repleta de casos com esta importante lição. Escutem Weidmann! 

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