Rosely Sayão, Folha de SP
Que as crianças têm cada vez menos infância é um fato já constatado e conhecido por muita gente.
Há mais de 20 anos que teses, ensaios e livros produzidos por estudiosos das mais diversas áreas do conhecimento alertam para essa questão tão importante.
Não há dúvida de que foi o mundo que mudou. Muitas pessoas acreditam que as crianças da atualidade são diferentes porque já nascem assim: mais conectadas com o que acontece à sua volta, mais cientes do que querem, mais sabidas e muito menos afeitas à obediência.
Mas não. O que acontece, na verdade, é que elas são estimuladas desde o primeiro minuto de vida, e os adultos que as cercam estão ocupados demais consigo mesmos e com sua juventude para ter a disponibilidade de construir autoridade sobre as crianças.
Além disso, os adultos estão muito orgulhosos com os feitos dos filhos que aí estão, cada vez mais, simplesmente para satisfazer os caprichos dos pais.
Tudo -absolutamente tudo- o que acontece no mundo adulto está escancarado para as crianças.
Estão escancarados aos mais novos crimes e castigos, corrupção na prática política, desumanidades, destruição e violência de todos os tipos, desde a mais pesada à mais cotidiana (que nem sempre é reconhecida como uma forma de violência).
E as crianças sofrem e sofrem com tudo isso, mas sem saber. Ainda. Elas ainda não sabem que mais de dez por cento de suas vidas -a parte que corresponde ao período chamado de infância, no qual poderiam se dedicar a brincar de maneira infantil- está se esvaindo em consequência dos caprichos dos adultos. Para ilustrar esse ponto, vou citar aqui dois fenômenos recentes.
Creio que você já ouviu, caro leitor, a palavra "periguete". Já está até no dicionário.
É uma expressão da linguagem informal, surgida na periferia da capital baiana, que tem diversos significados, dependendo de quem a usa e em que contexto.
No quesito aparência, o termo se refere a mulheres que se vestem com roupas curtas, decotadas e muito justas, deixando muito corpo em exposição.
Os trajes usados por essas mulheres são considerados vulgares, mas há quem não aceite esse sentido. Hoje, temos estilistas dedicados a criar linhas de roupas com esse perfil, tamanho é o sucesso que o estilo tem feito com o público feminino.
Pois é: agora muitas mães estão vestindo suas filhas como "periguetes".
A garotada gosta de aderir ao personagem principalmente porque papéis com esse estilo, em novelas, têm tido bastante destaque e seduzido a criançada.
Pudera: corpo à mostra, expressão corporal exagerada, voz demasiadamente alta tem tudo a ver com criança, não é verdade?
O que as crianças desconhecem é o caráter extremamente erotizado dessa fantasia que elas andam vestindo.
Claro que, para as crianças, é apenas o chamado "look periguete" que importa e não o comportamento de mulheres adultas que assim se reconhecem. Mas precisamos entender que erotismo é coisa de gente grande para gente grande.
Agora, como se não bastasse travestir crianças pequenas como "periguetes", muitos pais também as levam a "baladinhas" com direito a DJ, muita dança, muita gente, pouca iluminação etc. Igualzinho ao que acontece no mundo adulto.
Enlouquecemos ou o quê?
Com a expectativa de vida em torno dos 75 anos, por que não deixamos nossas crianças em paz para que possam viver sua infância? Afinal, depois de crescidas, elas terão muito tempo para fazer o que é característico do mundo adulto. Adiantar por quê?
Em nome de nossa diversão, só pode ser.
7 comentários:
As implicações disso são muito maiores
Essas aí vão crescer e vão ser vítimas fáceis das feminazis que defendem todo tipo de porcaria.Se elas acreditarem além de parecerem mini putas vão AGIR como mini putas, dando pra tudo que é idiota, abortando e claro, participando da marcha das vadias
E claro, no caso de aborto quem tem que pagar a conta são os contribuintes
Excelente artigo alerta!
Parabéns!
Li, penso que foi neste blog, que a diferença entre o socialismo e o capitalismo é que o primeiro tira a liberdade do indivíduo e o capitalismo lhe dá a liberdade de consumir. Evidente que, como definição tanto a de um quanto a de outro, não passa de um tiro curto. Mas o fato é que tudo está se transformando em consumir ou não, eis a questão. A televisão tornou-se um negócio que fatura mais quanto mais público tiver do outro lado da telinha e há especialistas em determinar o que se coloca no vídeo. Tudo o que se processa por ali tem o propósito de se transformar em lucro, em resultado. Sendo assim, não há mais barreira para criar, tudo é permitido, tudo é válido, tudo é negócio. Aceita-se que a função de uma empresa televisiva não tem nenhuma obrigação de educar pessoas, mas e de deseducar, tem? E a de transformar qualquer coisa em vulgaridade, em objeto, em cifras somente pensando na relação custo X benefício? É assim que deve ser uma rede de televisão? Os mais simplistas diriam que basta desligar o botão, ou se fazer uma escolha mais conveniente. Posso imaginar que um adulto assim proceda, mas e para aqueles que não tem ainda formação intelectual suficiente para julgar? Não se destila argumento quanto à lavagem cerebral que se processa nas escolas colocando crianças a deglutir sem mastigar Marx, Tchê, Mao, Lenin, Fidel, etc.? Parece que os "psicólogos" estão a nos orientar que não se pode evitar a realidade, pois que se a mostre. E bem cedo para que a criança se adapte bem ao mundo que a cerca. É a escolha que os nossos governantes estão a nos indicar. E a democracia pressupõe quantidade e não qualidade que isso é outro departamento. Vivemos num mundo onde a escolha tem de ser quantificada, pois que é o positivismo que determina o que é certo e o que é errado. Tem respaldo científico a sua opinião? Se não tem, vá catar coquinho! Mas o fato é que até o coquinho tem preço. E depende do mercado. Ou então da determinação do Estado para o seu valor. Isso se chama crise de valores. Não valores quantificados, mas naquele que qualifica as nossas ações.
Rodrigo, este foi sem duvida o pior artigo que ja li no seu blog. O autor, que parece ter uma mentalidade esquerdista, nao parece ter o menor conhecimento de historia. Crianças tem menos infancia hoje? Meus pais tiveram que começar a trabalhar desde pequenos. HOJE o que vemos é uma geraçao que usufrui as riquezas conquistadas pelos pais e adiam a vida adulta o maximo que podem, começando a trabalhar muito mais tarde do que era comum. O autor está irritado pois as crianças de hoje nao fazem o que ela, em sua concepçao idealista, acredita ser o "modo correto" de viver a infancia.
Esse Gustavo não sabe nem ler.
Quem falou em trabalho?
As crianças tem uma infância diminuida porque a mídia irresponsável estimula precocemente a sexualidade delas
Mas, se não me engano, isso já começou desde os tempos de Xuxa, não?
Verdade...eu me lembro de um clipe da Mara maravilha, 'eu sou uma india lalala' que ela mostrava a bunda no fim
Eu ficava impressionado! Na época era raro hehe
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