Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
A
Suécia entra no quinto dia seguido de motim, com dezenas de carros em chamas e
lojas destruídas nos subúrbios de Estocolmo. O pretexto foi a morte de um
imigrante que teria problemas mentais, causada pela polícia local. A revolta
contra a polícia é enorme. A imagem da Suécia como paraíso igualitário está
mais chamuscada do que nunca.
Há
muitos mitos sobre o sucesso sueco. O país ficou rico sob o modelo mais
liberal, e após o avanço do estado de bem-estar social, o país chegou a “quebrar”
no começo dos anos 1990. Várias reformas liberais colocaram a nação na rota da
prosperidade novamente, mas o peso estatal segue muito elevado. Apesar de uma
população pequena, relativamente homogênea e bem educada, os custos do modelo
podem ser sentidos. Há desemprego crescente, e a imigração se tornou um
problema.
O
casamento entre o “welfare state” e o multiculturalismo pode ser fatal. O
primeiro cria inúmeros privilégios, e a população logo aprende que quem não
chora, não mama. Imigrantes desejam viver no país para usufruir da “carona
grátis”, das mordomias sustentadas pelos pesados impostos dos que trabalham.
Isso pode produzir xenofobia. Já o segundo cria segregação, ao recusar a idéia de
valores universais melhores, e rejeitar a noção de que o imigrante é que deve
assimilar a cultura de quem o recebe, e não o contrário.
Some-se
a isso o fato de boa parte desses imigrantes ser muçulmana, e se tem um barril
de pólvora. A “islamização” crescente da Europa, com o relativismo cultural dos
próprios europeus, incapazes de objetivamente reconhecer a superioridade de sua
cultura (afinal, o fluxo migratório mostra justamente que os imigrantes
concordam com isso), gera um clima perigoso de segregação.
O
“welfare state” completa a equação problemática, ajudando a criar desemprego
para os imigrantes e a revolta de quem paga a conta. Parece uma situação
insustentável. Em equação simples: Multiculturalismo + Welfare State =
Desgraça. Questão de tempo apenas...