Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
quarta-feira, maio 25, 2011
Oposição fajuta
Entrevista para a Revista Viver Brasil
A oposição política brasileira está ausente, passiva.” A análise é do economista Rodrigo Constantino, um dos mais atuantes articulistas do país da nova geração. Colunista da revista Voto, do caderno Eu&Investimentos do Valor Econômico, do jornal O Globo e do site OrdemLivre.org, ele mantém ainda um blog, onde discorre com doses carregadas de críticas sobre questões ligadas à economia e política brasileira. Autor de cinco livros, Constantino falou à coluna sobre temas em destaque hoje no Brasil, como risco da volta da inflação, os preparativos para Copa de 2014, além de fazer uma análise dos primeiros meses do governo da presidente Dilma Rousseff. Membro-fundador do Instituto Millenium, ele vê avanços no governo Dilma, mas poucos.
Como avalia a atuação das lideranças políticas de oposição desde a era Lula?
A oposição está ausente, passiva e não respeita os 44 milhões de votos das últimas eleições. Mesmo o senador Aécio Neves (PSDB) não demonstra ser uma liderança efetiva da oposição. Críticas pontuais não são suficientes no momento. É preciso ter uma oposição ativa. Em vez disso, nossa oposição está se digladiando entre si, desmoronando ou pensando em aderir parcialmente ao governo. Fica a sensação de que querem apenas o poder e seus vastos recursos, sem um projeto verdadeiro para o país.
Qual a sua análise dos primeiros quatro meses do governo Dilma?
Ocorreram mudanças positivas em relação ao governo anterior, especialmente no que diz respeito à política externa, com maior aproximação dos Estados Unidos e menor negligência em relação aos regimes opressores que desrespeitam os direitos humanos. Mas foi só. O governo não apresentou uma única reforma estrutural nos primeiros meses, quando o capital político é maior. A economia encontra-se superaquecida e a inflação dá sinais de perda de controle, enquanto o governo parece brincar com fogo. O anúncio do corte de gastos públicos foi tímido demais, e ainda representa crescimento em comparação ao ano anterior. O crédito continua sendo estimulado pelo governo, principalmente através do BNDES. E o Banco Central, que não tem independência, está mantendo as taxas de juros em patamar abaixo do necessário para conter a inflação. O governo brasileiro pode estar despertando o velho dragão inflacionário, o que, para um país indexado como o nosso, representa risco inadmissível.
Quanto à Copa de 2014, acredita que o país dará conta de concluir as obras a tempo?
Talvez. Mas sem dúvida será feito de maneira inadequada, na correria e sem os devidos mecanismos de fiscalização. Os investimentos em elefantes brancos custam caro e não trazem retorno para a sociedade. Como brasileiro preocupado com as contas públicas num país que já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, sem falar do alto índice de corrupção, não posso celebrar a Copa somente com base em ufanismo tolo.
Como vê a postura do governo em relação à gestão da Vale?
Vejo com extrema preocupação. O PT nunca aceitou a privatização da Vale, apesar de seu estrondoso sucesso. O estado brasileiro ainda é muito intervencionista, partindo da falsa premissa de que cabe a ele ser a locomotiva do crescimento econômico. É uma visão claramente ultrapassada, e conhecemos seus elevados custos da era Vargas e era Geisel. O governo não deveria ser gestor de empresas, pois conta com incentivos totalmente inadequados para tanto.
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Um comentário:
Aécio Neves só está repetindo seu avô, que vivia zanzando no RJ, puxando o saco do Getúlio Vargas
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