A análise feita por Rogério Werneck no GLOBO hoje está perfeita, em minha opinião. Meu ex-professor da PUC argumenta que, mesmo com muitos no governo já tendo se dado conta de que o modelo macroeconômico adotado pela equipe econômica de Dilma seja uma desgraça (conforme muitos alertavam faz tempo, inclusive este que escreve), não é interessante para o PT revertê-la. Eis os motivos:
Tudo indica que os segmentos mais lúcidos do governo já notaram que o que foi pretensiosamente rotulado de “nova matriz macroeconômica” redundou em retumbante fracasso. Mas a avaliação da cúpula do governo é que já não há mais tempo para uma “guinada” na política econômica. De um lado, porque, a esta altura, a admissão do fracasso seria muito custosa. De outro, porque os benefícios da “guinada” custariam muito tempo para se fazer sentir.
O governo estaria, portanto, refém de seu próprio discurso ao longo de todo esse tempo no poder. Note-se que nem mesmo a cabeça de Guido Mantega rolou ainda! Ou seja, não há, por parte da presidente Dilma, sequer a preocupação em sinalizar ao mercado que compreende os erros de trajetória. Mantega ainda finge que está tudo bem, que não há crise, o que espanta até gente do próprio governo.
O caminho escolhido, portanto, será o de insistir nos erros, torcendo para que dê tempo de atravessar as eleições e permanecer no poder. Se a crise não se agravar muito, impactando negativamente o emprego, a noção do governo é de que será viável superar o problema econômico e atingir seu único objetivo: continuar no poder. Para tanto, o governo já deixou claro que fará de tudo, o "diabo", como disse a própria presidente. Isso inclui mais malandragem, conforme explica Werneck:
Claro que isso não vai acabar bem. A crise econômica tende a se agravar. Alguns petistas, chocados com a queda de aprovação da presidente Dilma, repetem que Lula passou pelo mesmo problema após o mensalão, mas conseguiu se recuperar e se reeleger. Como lembra Werneck, eles ignoram que foi justamente a forte economia que ajudou Lula na época. Dilma terá um quadro muito pior. Resta saber se isso vai resultar na retirada do PT do poder, e se o preço a ser pago pela população será alto demais até lá. Conclui com um alerta o professor:
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