sexta-feira, outubro 19, 2012

A fonte da juventude


Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Deu no GLOBO: “Senado argentino aprova voto a partir dos 16 anos”. O governo de Cristina Kirchner, para defender a medida que “amplia” a democracia, citou o caso brasileiro, que já permite o voto facultativo da garotada entre 16 e 18 anos (acima disso é voto obrigatório mesmo, um paradoxo da nossa democracia). A oposição acusa o governo de intenções populistas. Claro que a oposição é que está com a razão.

Qualquer limite de idade traçado será necessariamente arbitrário, gerando alguns casos de injustiça. Há marmanjos com 18 anos (ou bem mais) que parecem crianças imaturas, e há jovens de 16 anos com bastante maturidade. Mas precisamos levar em conta a média, as características gerais, pois algum corte se faz sempre necessário.

Afinal, aceitando o argumento de que reduzir a idade aumenta a democracia, por que não permitir o voto de um adolescente de 14 anos? Por que não aceitar o voto de uma criança de 8 anos logo de uma vez? A democracia seria bem mais ampla. Certo?

Fica claro que o argumento utilizado pela esquerda argentina não se sustenta. Eis o que devemos, então, perguntar: a garotada de 16 anos, na média, está preparada para escolher os governantes? A juventude costuma ser reverenciada pelas esquerdas, mas a verdadeira intenção é menos nobre e mais maquiavélica: é mais fácil vender ilusões para os jovens. Como resumiu François La Rochefoucauld, "A juventude é uma longa intoxicação: ela é a razão em estado febril".

Os jovens sonham mais, de forma idealizada, e são vítimas freqüentes das promessas utópicas de esquerda. É isso que está por trás da nova medida na Argentina. Curiosamente, a esquerda, que considera o jovem de 16 anos preparado para votar, encara-o como uma criança incapaz na hora de julgar um crime. A esquerda defende a redução da idade para votar, mas não da maioridade para punição de crimes. Haja incoerência!

Em suma, a demagógica Cristina dá mais um passo rumo ao populismo, em busca da fonte da juventude. Não falo do excesso visível de botox, mas da conquista dos votos da garotada encantada com a retórica sensacionalista de esquerda, que lhe oferece dogmas e certezas sem qualquer preocupação com a realidade.   

5 comentários:

João disse...

Sempre fui contra o direito a voto antes do 18 anos, não votei quando tinah 17 e já podia e só tenho uma coisa a acrescentar: jovens também são mais inseguros em sua formação e estão na fase da vida em que buscam ser aceitos. Por isso, tendem a colar em si a imagem de, ao mesmo tempo, justo e forte dos revolucionários que lutam por "um outro mundo melhor", e não a de indiferente e insensível que é associada a quem defende o individualismo e a não intervenção estatal na economia e na vida privada das pessoas.

Abs

Tati M® disse...

Sou contra voto para pessoas tão jovens e é verdadeiramente um contra-senso permitir a participação na vida política da sociedade e negar responsabilidade cível e criminal. Quando fiz 16, mesmo tendo candidato, não tirei o título de eleitor por uma questão de princípios. Não mudei de opinião de lá pra cá.
Aliás, só uma informação, no Japão se começa a votar com 20 anos.

Anônimo disse...

Essa aí tem cara de maluca

Anônimo disse...

Os jovens nesta idade estão já pensando em seu futuro de adulto. Assustam-se com a responsabilidade que terão que assumir e o medo do fracasso é um "fantasma". Terão que trabalhar e fazer sucesso, temem serem superados por outros e assim se verem menosprezados.

Ou seja, estes jovens inseguros estão receosos por seu futuro, apavorados com a possibilidade de fracasso e com as comparações com seus colegas que poderão ter mais sucesso, por tal supondo que serão menosprezados.

Assim, uma ideologia que promete a este jovem que ele será criado pelo Estado tal qual por seus pais, é um apelo a eles irresistivel. Agora o papai que dá mesada e cuida dele será o Estado socialista (esquerda, aliás Hitler era socialsita convicto e o chamam direita; coisa da propaganda midiatica safada).

Nesta idade de transição para a responsabilidade o socialismo é atraente como sonho de "eterna infancia", somando isso ao fato de que ser socialista (bonzinho e "defensor" dos pobres, como um valioso cristão, conforme a moral desta outra ideologia farisaica), para a cabeça de um jovem cheio de medo da vida adulta que se aproxima, é um apelo irresistivel. Claro que se a isso fosse adicionada a responsabilidade criminal a esquerda não lhes seria tão simpatica.

Ora, o jovem é a grande vitima dos modismos, basta ver como desde a pre adolescencia já se entregam a qualquer modismo. São avidos por valorização no grupo. Daí que facilmente se agrupam corporativamente. Ou seja, grupos onde prevalece o apoio mutuo irrestrito.
A moda é um apencice moral, é um comportamento que "valoriza" o individuo ante "o mundo". Aqueles que seguem a moda são mais bacanas, mais antenados, ESSA É A PROPAGANDA DA MODA, e aí um jovem torra sua mesada num tenis caríssimo ou numa roupa, num celular ou qualquer idiotice que seja propagandeada como "da ultima moda" ou como característica dos antenados e bacanas. ...É, os jovens querem exibirem-se SEGUNDO UM PADRÃO PROPAGANDEADO COMO O SENSO COMUM NA COMUNIDADE. Isso é a moda que faz um adolescente, ou pré, desejar MOLDAR-SE ao que, supostamente, o senso comum valoriza a fim de integrar-se e ser bem aceito (conforme já combinado com o senso comum propagandeado).

CLARO QUE A SAFADEZA POLITICA NÃO PERDERIA TAL OPORTUNIDADE, já que notórios estelionatários, golpistas sedentos do "sangue" (ou mesmo sangue) dos otários que poderão a juda-los em seus recalques e em suas ambições materiais elevando-os ao Poder.

Anônimo disse...

QUANTO MENOR A ADMIRAÇÃO POR SI, QUANTO MENOR A ESTIMA QUE O INDIVIDUO DEDICA A SI, MAIOR SUA PROPENSÃO A ADORAÇÃO DE MITOS E A PRETENSA TRANSMUTAÇÃO DE SI EM SUAS REPRESENTAÇÕES "GLORIOSAS" ou assim induzidas como SENSO COMUM aos olhos outros, olhos da comunidade.

A necessidade da propaganda contínua sobre um ALEGADO SENSO CUMUM é primordial para o aliciamento e funciona como uma profecia que se auto realiza. Vez que convencidos de tal propagandeado senso comum os ansiosos por aceitação e valorização social/moral (não julgam a moral, mas adotam-na em busca de aprovação na comunidade) ou mesmo em busca do apoio comunitário para suas pretensões, se entregam a formar o senso comum inicialmente apenas alegado pela propaganda.

É TRISTE, MAS É VERO!!!