sexta-feira, outubro 15, 2010

A Locomotiva do Crescimento


















Dando continuidade ao resgate de artigos antigos sobre privatização, para derrubar a tática eleitoreira do PT neste segundo turno, segue um texto de 2006 sobre o caso escandaloso das ferrovias no Brasil. A ideologia de um Estado-empresário é absurdamente retrógrada, e é isso que o PT está defendendo para o país: o atraso!

Rodrigo Constantino

A história das ferrovias no Brasil começou com Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, empreendedor de visão que conseguiu uma concessão de Dom Pedro II para a construção e exploração do primeiro trecho de interligação ferroviária do país. Isso ocorreu em 1854, e desde então o setor viveu momentos de altos e baixos. A exportação de café foi fator determinante no surgimento de outras ferrovias, sempre cruciais para o escoamento dos produtos para o mercado internacional. Sem uma infraestrutura decente e uma logística de ponta, país algum é competitivo no mundo globalizado.

Os grandes problemas do setor começaram na era Vargas, que decretou medidas intervencionistas, como o controle de tarifas e a taxação da importação de trilhos. Junto com isso, o crash da Bolsa de NY, amplificado pelas trapalhadas do governo de lá, representou um duro golpe no setor. Para piorar a situação, o Plano Nacional de Viação, de 1944, lançava as ferrovias em uma concorrência desleal e artificial, bancada pelo Estado, que apostava pesado no transporte rodoviário, mais ineficiente. Em 1957, começaria a funcionar a Rede Ferroviária Federal, com a incorporação de 22 estradas de ferro em péssimo estado. Parece justo o título de “pai dos pobres” para Vargas, tamanha a quantidade de pobres que seu populismo pariu.

A malha ferroviária nacional foi reduzida de 37 mil para 29 mil quilômetros, tendo sido concedidos quase a totalidade deles, por meio de leilões realizados a partir de 1996, para concessão à iniciativa privada. Mesmo em condição precária, com boa parte sendo pouco mais que sucata, começava a surgir uma luz no fim do túnel, restando ainda os obstáculos criados pelo próprio governo. Mas bastou tirar a administração dessas ferrovias do Estado e passá-la para o setor privado, que a melhora foi dramática. Os acidentes caíram cerca de 60% desde então, enquanto o volume de carga transportada cresceu 34% de 1997 até 2003. A performance das empresas ferroviárias gerou uma arrecadação de R$ 2 bilhões para o Governo federal no mesmo período, enquanto nos 10 anos que antecederam a desestatização, o setor acumulou um déficit para os cofres públicos de quase R$ 4 bilhões. Foram investidos cerca de R$ 6 bilhões desde 1997, e as perspectivas futuras são ainda mais promissoras.

A fatia de mercado das ferrovias ainda é muito baixa no Brasil, se comparado ao restante do mundo, justamente pelas distorções causadas pela intervenção estatal. Em 2003, as ferrovias detinham apenas 24% do mercado, e espera-se que cheguem a 30% até 2008. Esse meio de transporte de carga costuma ser, se bem administrado, bem mais competitivo que o rodoviário, principalmente para longas distâncias, como no caso brasileiro. As empresas têm investido bastante na qualificação dos seus empregados, assim como em tecnologia. Elas vem comprando locomotivas usadas dos Estados Unidos para serem reformadas aqui, já que a falta de escala e os impostos elevados tornam proibitiva a produção nacional.

Soluções criativas de mercado têm surgido, como a parceria com clientes, que compram os vagões e fecham contratos de longo prazo para transporte cativo. Estima-se que o país acabe 2010 com 100 mil vagões, contra 70 mil atualmente. A ANTF, Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, acredita que os custos logísticos devam cair R$ 10 bilhões até 2008, por conta dessas iniciativas privadas. Isso é ganho de competitividade dos clientes, significando mais receita para eles. A busca do lucro é uma força propulsora sem igual, impulsionando todos a melhor atenderem seus clientes.

A logística é fundamental para a sobrevivência de uma nação. Boa parte do nosso crescimento recente deve-se às exportações, principalmente de grãos, minérios e metais. As ferrovias são peça-chave na competitividade das empresas nacionais. No Brasil, há ainda enormes gargalos nessa área, causados pelo excesso de interferência estatal. Para que o setor ferroviário cumpra seu papel, literalmente o de locomotiva para o crescimento da economia, é crucial que o governo deixe o setor privado o mais livre possível.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mónica Serra

Sylvia Mónica Allende Serra (Santiago, 20 de maio de 1943) é uma psicóloga chilena naturalizada brasileira. É a esposa do político José Serra, ex-governador do estado de São Paulo e um dos atuais candidatos à Presidência da República nas eleições de 2010.

Sylvia Mónica Allende Ledezma é filha de um engenheiro e de uma pedagoga e diretora de escola. Católica, foi educada em um colégio de freiras. No fim de cada ano, sua mãe costumava levar Mónica e seus irmãos a um hospital para entregar roupas e toalhas bordadas por elas mesmas a pacientes pobres.

Possui parentesco, apesar de ser distante, do presidente Salvador Allende.

Mónica e José Serra conheceram-se em dezembro de 1966, durante uma festa na capital chilena. Ele era então um jovem economista e político exilado pela ditadura militar no Brasil e ela, uma bailarina integrante do Ballet Nacional Chileno, uma das extenções artísticas da Universidade do Chile. Casaram-se no ano seguinte e tiveram dois filhos, a advogada Verônica e o administrador de empresas Luciano. Como ele estava exilado, Mónica viajou sozinha para o Brasil para conhecer a família de seu marido, em 1968, a qual a aceitou bem.

Quando o golpe militar de 1973 derrubou o governo de Salvador Allende e levou Augusto Pinochet ao poder, a família foi obrigada a se asilar. De acordo com Mónica, seu sobrenome, por ser o mesmo do presidente deposto, não facilitava as coisas, e seu irmão chegou a jogar fora sua carteira de identidade. Partiram então para países como Argentina, Itália e França até se instalarem nos Estados Unidos, onde permaneceram por cerca de seis anos.[1]

Obteve nacionalidade brasileira no ano de 1999.

Depois que deixou o balé no fim dos anos 60, Mónica Serra dedicou-se à sua vida acadêmica. Professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e assessora pedagógica no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, ela possui mestrados nas universidades norte-americanas Cornell e Drexel e um doutorado pela Universidade de São Paulo (USP).

Como primeira-dama de São Paulo, Mónica coordenou o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, organização responsável por atividades sociais e filantrópicas em todo o estado. Seu gabinete ficava no Parque da Água Branca.

Além disso, Mónica Serra é a fundadora das organizações não-governamentais Arte Sem Fronteiras (ASF), que visa à aproximação de produtores culturais e intelectuais latino-americanos, e do Instituto Se Toque, que combate o câncer de mama.

Anônimo disse...

(Jorge Nogueira)

Mas como que o PT vai atacar as privatizações de FHC, sem cair em contradição, se também está privatizando?

O Governo Lula está privatizando toda a infra-estrutura, e como seu antecessor, o segredo da "eficiência" privada são os aportes do BNDES. Veja, por exemplo, o caso da espanhola OHL que arrematou as estradas em 2007 e que já recebeu 1,2 bilhões para investimentos.