quinta-feira, julho 11, 2013

Os dezoito sinais do colapso

Rodrigo Constantino

Um dos melhores gestores de recursos do Brasil é, sem dúvida, Luis Stuhlberger, do CSHG. Na última carta aos seus clientes, sua equipe resume os 18 sinais do esgotamento do modelo econômico atual. Com a devida autorização, publico aqui a lista, pois se trata de um ótimo resumo de nossa lamentável situação.

1) PIB do triênio 2011/2012/2013 estagnado na faixa de 2% a.a. ou menos e
sem perspectiva de melhora.
2) Estímulos fiscais e creditícios em quantidades significativas, oferecidos pelo
governo, surtem pouco efeito.
3) Inflação sem desonerações rodando entre 7% a.a. e 8% a.a.
4) Demanda de consumo moderada somada à oferta insuficiente geram inflação
endemicamente alta.
5) Deterioração da conta-corrente, mesmo com os termos de troca ainda altos,
piora continuamente nosso câmbio de equilíbrio.
6) “Good inflation” (inflação de serviços – inflação de duráveis) termina, o que
diminui a popularidade presidencial.
7) Esqueletos em bancos públicos, subsídios a educação universitária, energia e transporte
geram potencial aumento (guestimating) de 10 a 15 pontos na dívida líquida/PIB quando
forem reconhecidos.
8) Sustentabilidade fiscal de longo prazo pode ser colocada em xeque, dado o risco de
diminuição de arrecadação de impostos nos anos vindouros. Despesas com pouca margem
de compressão continuam crescendo em termos reais.
9) Provável rebaixamento por agências de classificação de risco de crédito.
10) Pacto federativo entre União, estados e municípios, com tensões crescentes, causadas
pelas necessidades pós-manifestações de investimentos relevantes em educação, saúde e
mobilidade urbana.
11) Investimento Estrangeiro Direto (IED) deve diminuir no próximo ano, dada a incerteza
eleitoral.
12) Relações entre PT e base aliada deteriorando-se continuamente.
13) Surgimento de candidaturas “ético-sonhadoras-populistas” x “socialismo do século XXI”.
14) O PT fará todos os esforços para ganhar a eleição presidencial, e a conta que sobrará para
2015 será relevante.
15) Carga tributária de 36% do PIB, com impostos sobre produção e consumo beirando 15%
do PIB.
16) A falta de competitividade e os 20 anos de investimento em um patamar de 4% do PIB a
menos do que deveria deixam-nos em uma situação frágil perante outros países emergentes,
como Coreia, México, Chile, etc., além do renascimento industrial americano.
17) Ameaça de novos impostos, como: CPMF versão século XXI, etc. para tentar manter o
equilíbrio fiscal.
18) Ausência total de debate sobre reforma trabalhista e agenda “realmente” positiva.

De chorar, não é mesmo? Então: hora de mudar! Há como reverter esse quadro. Mas vai demandar uma radical mudança de direção. Difícil é imaginar que tal mudança poderá ocorrer com o atual governo no poder...

7 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo, hoje em dia os sindicatos estão consolidados em todos os meios políticos por ações irresponsáveis praticadas pelos que nos governam atualmente.

Qual seria, no seu ponto de vista, a ideal relação entre governo e sindicatos? Qual é a política e o limite dessa relação em um governo conservador?

Obrigado pelas informações.

Guilherme
Curitiba

Anônimo disse...

E a possivel bolha imobiliaria?

Anônimo disse...

Rodrigo,

O pior é não identificar ninguém, dentro do Governo+PT, com capacidade para resolver eles!!

JulioK

Anônimo disse...

nao há bolha imobiiária, somente um sobre preco...somente alguns trouxas ompraram imoveis por valores que, agora, nao valerao 0,60 ou 0,70 do que foi ou está sendo pago (fianciamento)

Anônimo disse...

Rodrigo, nada a ver com esse artigo, mas eu gostaria muito de ver um comentário seu sobre o veto da Dilma ao "Ato Médico", um projeto de lei que criaria uma reserva de mercado em que até procedimentos simples como aplicar uma injeção subcutânea, fazer pontos em um corte, receitar analgésico, etc, não poderiam mais ser feitos por enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, psicólogos ou farmacêuticos, tudo só poderia ser feito única e exclusivamente por médicos.

Apesar de todas as falhas da Dilma, você tem que admitir que nessa ela acertou. Como um libertário, você jamais poderia concordar com uma reserva de mercado absurda com essa que faria com que, por exemplo, uma aplicação de injeção passasse a custar mais de 200 reais.

Fred Vilar disse...

19 APAGÃO DE MÃO-DE-OBRA
20 APAGÃO DE NOVAS LIDERANÇAS POLÍTICAS

Francisco disse...

Já temos uma pressão do crédito cedido sobre a renda da tributação que está entre os mais altos do mundo:

http://liberalismuseconomicus.blogspot.com.br/2013/08/pressoes-economicas.html