sexta-feira, setembro 17, 2010

A Encruzilhada



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

"Se tiver alguém praticando corrupção, quem vai investigar é a Polícia Federal, é o Ministério Público, é o Governo Federal. E se tiver alguém, pode ser primo, aderente, pode ser quem for, se estiver praticando ato ilícito terá que ser punido, não tem perdão". Foi o que disse o presidente Lula em dezembro de 2005, no auge do escândalo do “mensalão”.

Quase cinco anos depois, os escândalos de corrupção envolvendo o alto escalão do governo continuam pipocando na imprensa, graças ao esforço investigativo desta. Pois se depender do trabalho do próprio governo... Na verdade, a postura do presidente tem sido sempre a mesma: proteger seus aliados mais próximos e tentar blindar sua candidata, mesmo quando o escândalo envolve a ex-ministra Erenice Guerra, braço-direito de Dilma.

A tática do PT e de Lula é a de sempre: desqualificar a acusação como “factóide” ou “oportunismo eleitoral”, depois tentar jogar a culpa para a vítima, e quando os fatos à tona não permitem mais esta estratégia, resta apenas isolar o culpado e afastar o presidente e sua candidata do problema. Foi assim que o então poderoso José Dirceu pagou o pato do “mensalão” como se o presidente de nada soubesse, ainda que Dirceu continue apitando dentro do PT. Será assim com Erenice agora, como se esta não fosse apenas um apêndice de Dilma, que inclusive ainda era a ministra durante o caso de tráfico de influência agora exposto.

A liberdade de imprensa continua sendo o único freio razoável contra os avanços golpistas deste governo. Não é por acaso que há uma obsessão no PT pelo controle da imprensa. A situação é tão preocupante que pensei na tirada irônica do humorista Woody Allen em seu “discurso de paraninfo”: “Mais do que em qualquer outra época da História, a humanidade se vê numa encruzilhada. Uma estrada conduz ao desespero e à catástrofe. A outra, à absoluta extinção. Rezemos para que o homem tenha a sabedoria de fazer a escolha certa”. Só rindo para não chorar.

3 comentários:

stefannaef disse...

É gozado. Só dá Amaurys metidos a arapongas. Primeiro o Zé do livro, que causou um problemaço para a Dilma. Foi escorraçado para fora do comitê da candidata 13. Agora temos outro que fala da offshore da Veronica. Então cadê as provas? Onde estão as provas? Não tem provas. Mas do roubo do Mensalão pe-tista, isso tem. tanto tem que o STJ está julgando os réus, que pertencem à fina flor da hierarquia pet-reba.

CorruPTocracia: Roubar é poder! disse...

Sabe onde o MST achou a mina de ouro? Nas praças de pedágio. Eles acampam próximos às praças de pedágio e vão "fazer um acerto" com as concessionárias. É um método chinês. Na China chama-se "espremedela".
.............. ................... ....................

LULA, O NEOLIBERAL

O governo Lula seguiu uma política de privatizações de rodovias, com os leilões de concessão de 7 lotes de rodovias federais, vencidos na maioria por empresas estrangeiras. O governo Lula foi responsável pela privatização de cerca de 2,6 mil quilômetros de rodovias federais, que foram a leilão em 9 de outubro de 2007. O grande vencedor do leilão para explorar por 25 anos pedágios nas rodovias foi o grupo espanhol OHL.

......................

FRIBOI JÁ LEVOU 7,5 BILHÕES

Concorrentes reclamam de privilégios

Em fevereiro o frigorífico brasileiro Friboi colocou à venda um pacote de dois milhões de debêntures no valor de R$ 3,48 bilhões. O mercado financeiro não se interessou, mas a BNDESPar, empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, comprou o encalhe, 99,9% dos papéis. e jogou dinheiro na roda. Os outros acionistas, entre eles a família Batista, dona de 59% do grupo JBS, adquiriram 0,05% da emissão. Restou uma sobrinha de 523 papéis que ninguém quis.

A operação foi feita para pagar a última aventura da companhia nos Estados Unidos: comprar a Pilgrim"s Pride Corporation, que estava quebrada. A entrada no mercado americano foi o passo mais ousado de uma trajetória internacional iniciada em 2005, com a compra da Swift argentina, feita também com dinheiro tirado dos cofres do BNDES.

Ávido por cumprir o objetivo principal do governo Lula, que é mandar dinheiro para o exterior, o BNDES já empatou pelo menos R$ 7,5 bilhões no Friboi - de quem também é acionista, com uma participação de 22,36%. O apoio ao frigorífico supera outras operações emblemáticas, como os R$ 2,6 bilhões para o casamento Oi/Brasil Telecom.

Anônimo disse...

Lula descobriu um caminho pra impunidade: banalizar o crime.