Carta ao Leitor desta semana:
A reportagem desta edição de VEJA revela que Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, braço direito de Dilma Rousseff enquanto ela foi a incontrastável ministra-chefe da Casa Civil e sua sucessora na pasta, comanda um escritório de lobby em Brasília que trabalha azeitando negócios de empresários com o governo. A Casa Civil fica no 4° andar do Palácio do Planalto, exatamente acima do gabinete do presidente da República. Fossem os tempos que correm menos relativos em termos éticos, isso bastaria para deixar clara a inadequação do arranjo familiar montado no ministério mais próximo de Lula e mais poderoso da hierarquia administrativa do país.
Existem evidências de que a ministra, pessoa da intimidade e da mais estrita confiança de Dilma Rousseff, é responsável pelo sucesso dos negócios do filho com órgãos públicos. Empresários que desfrutaram da confiança de Israel e Erenice contam que a ministra participa de reuniões com clientes do filho e se compromete a abrir portas. O caso assume feições nigerianas de gestão pública quando a reportagem desce a detalhes do que se passa logo acima da cabeça do presidente. Um empresário do setor aéreo contou como conseguiu contratos de 84 milhões de reais nos Correios mediante a intervenção direta de Erenice Guerra, a cuja presença ele foi levado pelo filho. O negócio só saiu depois de assinado compromisso de pagamento de uma “taxa de sucesso” de 6% do valor dos contratos, cujo destino manifesto pelos lobistas-familiares-assessores-militantes petistas seria saldar “compromissos políticos”‘.
Dois assessores montaram um balcão de negócios na Casa Civil. Eles foram nomeados funcionários públicos, mas atuam como lobistas, recebendo ordens do filho de Erenice Guerra. A publicação da reportagem a vinte dias do primeiro turno das eleições fará brotar acusações de que o objetivo é prejudicar a candidata oficial, Dilma Rousseff. São especulações inevitáveis. Mas quais seriam as opções? Não publicar? Só publicar depois das eleições? Essas não são opções válidas no mundo do jornalismo responsável, a atividade dedicada à busca da verdade e sua revelação em benefício do país.
5 comentários:
A revista Veja está de parabéns e merece todo o nosso respeito por mais esta reportagem desmascarando a quadrilha que opera em Brasilia.
É mas é inútil, o povo não liga pra essas coisas, vcs vão ver
E depois eu que sou o pessimista hein Rodrigo
E o chefete é o Zé "mamika" Dirceu..cabra safado!!
Pq alguém que quer negócios públicos p/uma firma contrata como lobista filho de ministra? PETISTAS??
O PT arranca dinheiro dos trouxas de todos os lados. Que o diga os infelizes contemplados com apartamentos fantasmas financiados pelo Bancoop, cujo dinheiro foi parar na poupuda caixa dois petista - e ainda tem gente achando que essas 400 famílias que movem processo contra a cooperativa administrada por petistas não existem. Realmente um relatório com 8.000 páginas enviadas ao promotor José Carlos Blat com as provas do desvio de dinheiro é um volume de papel que passa despercebido aos olhos de qualquer um, não é mesmo.
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